Amor e Ócio (I)

A selva pressente-se. Ferreira de Castro anda aí pelas esquinas. Vou para o rio. Até logo.

PS- Sabiam que Belém do Pará é geminado com Aveiro? Extraordinário, não é?

É aqui que tudo acontece. À volta da praça ficam os edifícios mais interessantes, alguns que datam do tempo da presença portuguesa, outros que foram construídos com o dinheiro da borracha. Aqui perto ainda há seringais num parque de 72 hectares, bem no coração da cidade. Cidade linda, que à noite se transfigura.

Chuvadas intermitentes, humidade acima dos 80 por cento, muito calor. Mangueiras carregadas de frutos, camelôs a vender fruta, cd´s pirata, tabaco, redes, artesantato, gente que corre apressada ou que se abriga da chuva nas paragens de autocarro. Música sertaneja a tocar num bar, um garoto que vende jornais, dois fuscas parados num sinal vermelho, um bando e garotas uniformizadas, elegantes, soltas, o céu cinzento, o rio imenso, escuro, vivo, apressado. Belém do Pará fervilha. Bem-vindos à Amazónia

Muitos portugueses vao respirar de alívio depois de lerem esta noticia.

Aqui fica a letra desta bela melodia de Marcelo Camelo. Sempre podemos cantarolar

Santa Chuva
Maria Rita
Composição: Marcelo Camelo



(ele)

Vai chover de novo
Deu na TV
Que o povo já se cansou
De tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui
Que reza a ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá, que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim
Não vá pra lá
Meu coração vai se entregar
À tempestade...

(ela)

Quem é você pra me chamar aqui
Se nada aconteceu?
Me diz?
Foi só amor? Ou medo de ficar
Sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem...
A chuva já passou por aqui
Eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV
Que eu vou de vez
Não há porque chorar
Por um amor que já morreu
Deixa pra lá
Eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade...

Chuva e frio em Coimbra, sol timido em Lisboa (e um teclado de computador sem acentos...). Hoje esta um dia excelente para ouvir Maria Rita. Talvez a belissima Santa Chuva, quem sabe?

Este jogo de aparar o bigode deve ser mais estúpido que já foi colocado neste blog. HAVE FUN!

Aristocracia americana? NO WAY!

As más notícias continuam...peguei agora no Expresso e dei de caras com a notícia, em primeira página, da separação entre Margarida Marante e Emídio Rangel. Desculpem lá, mas isto é normal? É normal que o principal semanário de referência puxe para a capa um divórcio de um casal, mesmo que seja um casal razoavelmente mediático, como é o caso? Ou sou eu que estou a ficar intolerante?

Eu devia ter suspeitado que algo ia correr mal quando aquele gato preto se atravessou à minha frente quando saí de casa. Mas como estava de fato posto e o nó de gravata me tinha saído bem, não liguei aos sinais e lá fui de prego a fundo a caminho do concerto de Roberto Carlos, a convite do Casino da Póvoa. Antes que comecem a rir, deixem-me explicar que eu tenho grande respeito pelo homem. Não se vendem 90 milhões de disco em 40 anos de carreira se não se tiver algum talento. E depois, falta-me Roberto para concluir a minha colecção de figurinhas ao vivo, que inclui nomes tão improváveis como Iglésias, Sinatra, Bennet, James Brown, Al Green, Aznavour e por aí fora. Sou daqueles que acreditam que é preciso ver e escutar primeiro para depois julgar. Por causa disto já apanhei algumas secas monumentais, como aconteceu recentemente no concerto de Dulce Pontes, a namorada do Shrek.
Era a minha segunda tentativa para ver o rei da Jovem Guarda e pela segunda vez falhei miseravelmente. Um engarrafamento monumental na ponte da Arrábida obrigou-me a fazer um desvio, fui ficando sem gasóleo no carro e quando finalmente atestei o depósito já era tarde de mais. Lá fiquei parado na VCI, com os injectores do carro sujos de impurezas, segundo o diagnóstico do condutor do pronto-socorro que me trouxe a casa.
Em resumo: uma noite perdida, um carro a necessitar de conserto e o Roberto outra vez mais distante. Logo agora que eu queria partilhar neste blog as emoções de ver o autor do Calhambeque. É a vida, como dizia o outro. Ainda por cima, ofereci ao condutor do pronto-socorro, num gesto impensado, três puros "Punch" que tanto jeito me dariam agora para afogar as mágoas. Snif...

Se George W. Bush perder as eleições presidenciais de Novembro, grande parte do mundo vai celebrar. Claro. Em Nova Iorque, os preparativos já estão avançados. Vá lá espreitar e não se esqueça de clicar por cima da estátua da Liberdade.

Um joguinho inocente para ajudar a passar o fim de semana.Desta vez não envollve pinguins. Nem porquinhos. Agora, o objectivo é atirar vacas (vacas, sim) ao ar fazendo-as aterrar dentro de um alvo. Para isso é preciso clicar com jeito na catapulta. Muita pressão na catapulta atira a vaca para fora do ecrã. Pouca pressão e ela dá só um pulinho. Have fun!

Espero que soltem uma boa gargalhada...um site de emoções fortes. E se juntássemos o coelhinho com a Golden Girl? Um casamento feito no céu, certamente.

Tanto se falou em espancar o pinguim neste blog que, mais tarde ou mais cedo, tinha que surgir uma coisa destas...

Sol, sol, sol, sábado. O dia está mesmo a pedir a voz fresca de Paula Toller dos Kid Abelha. Bom Dia!

ver o episódio do Seinfeld em que George decide passar a usar capachinho e depois ler na cama até adormecer o livro "Para além da Crença" de V.S. Naipaul

Vejam lá se ele não tem um ar esperto! W. rules! Yeah!

A Académica ganhou ao Marítimo por 2-0, mas isso agora não me interessa nada. Quero antes relatar uma coisa que sucedeu a meio da segunda parte. Um jogador insular, Wenio, foi (bem) expulso por uma entrada mais dura sobre um adversário. Quando abandonava o relvado os adeptos da Académica brindaram-no com um coro de urros, imitando macacos. A cena repetiu-se poucos minutos depois, quando Dinda, do Marítimo falhou a marcação de um livre directo.
Wenio e Dinda são pretos (ou negros, como muita gente gosta de dizer para aliviar as consciências). Esta atitude é comum no Calhabé sempre que os adversários são pretos. Já escrevi sobre isto há um par de anos e responderam-me através de um editorial no jornal do clube, argumentando que as atitudes racistas de alguns adeptos são frequentes nos campos de futebol e não acontecem apenas no Calhabé.
Coimbra orgulha-se de ser a cidade dos doutores e engenheiros. Orgulha-se de ter uma das universidades mais antigas e prestigiadas da Europa. Gosta de ser chamada a "Lusa Atenas". Trinta e três por cento dos habitantes do concelho são licenciados, segundo dados do CEC. Os adeptos mais fervorosos da Briosa são estudantes. Estudantes do ensino superior. Coimbra é uma lição. Mas, apesar disto tudo, muitos adeptos sofrivelmente caucasianos da Briosa comportam-se como animais, sublimando as suas frustrações com exibições do mais puro racismo. É uma pena!

Como quem corre por gosto não cansa, cá estou eu outra vez num campo de futebol, desta vez para assistir ao Académica- Marítimo. Sopra um vento cortante do Norte, para variar, e o Calhabé tem um aspecto desolador, com as bancadas praticamente vazias. Este estádio renovado tem mais de 30 mil lugares, e eu pergunto-me: será que algum dia vai encher?
É impressionante o número de construções que cercam o estádio. É como se um imenso estaleiro tivesse sido montado à volta do recinto, e os operários, como formigas laboriosas, trabalham de dia e de noite. E eu pergunto-me: quem é que quer viver junto a um estádio de futebol? Coimbra já é naturalmente uma cidade desordenada, com problemas de tráfego, mas nos dias dos jogos o ambiente nesta zona é simplesmente infernal, com carros estacionados de qualquer maneira, barraquinhas de comes e bebes, bancas de venda de bandeiras e cachecóis, roulottes de farturas e de cassetes-pirata (ou de cd-pirata, para estar a par com os tempos) e música chunga. Ou música pimba, se preferirem. E agora vou comer qualquer coisa, porque daqui a nada o jogo começa. Ciao.

Depois de dois boleros, um tango. Um tango histórico, composto em 1935 pelo imortal Carlos Gardel e por Alfredo Lepera. Um clássico, que fez (faz) suspirar gerações e gerações de enamorados. "Volver", um tango melancólico, mas com "ganas", como deve ser. Desfrute.

VOLVER (1935)

Yo adivino el parpadeo
de las luces que a lo lejos,
van marcando mi retorno...
Son las mismas que alumbraron,
con sus palidos reflejos,
hondas horas de dolor.
Y aunque no quise el regreso,
siempre se vuelve al primer amor.
La quieta calle donde el eco dijo:
Tuya es su vida, tuyo es su querer,
bajo el buron mirar de las estrellas
que con indiferencia hoy me ven volver...
Volver,
con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien...
Sentir... que es un soplo la vida,
que veinte anos no es nada,
que febril la mirada
errante en la sombras
te busca y te nombra.
Vivir,
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo,
que lloro otra vez...

Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de las noches
que, pobladas de recuerdos,
encadenan mi sonar...
Pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusion,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazon.

Vivir... con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez...

Moral da história: se namorar, beba com moderação. Ou arrisca-se a ter uma surpresa de...peso!

Acordar cedo, comer pão quentinho barrado com manteiga, estacionar o carro em frente ao mar e ler os jornais do dia de janela aberta

Sol, muito vento, uma película de pólen a cobrir as coisas...hoje está um dia excelente para ouvir bem alto as canções de Lulu Santos

W. Bush e o mundo:

O "site" ideal para quem quer matar saudades da melhor sitcom de sempre. Com música, vídeos, informações perfeitamente inúteis. Um site sobre nada onde se pode encontrar tudo. Vá lá espreitar, please!

A pedido de muitas famílias, aqui fica mais um site onde é possível abusar de pinguins. Este jogo é mais sofisticado e mete até uma orca que põe os pinguins a jeito...Have fun!

Uma amiga perguntou-me hoje por que razão me dou eu ao trabalho de manter um blog. A resposta só me surgiu à noitinha: porque é mais barato do que pagar sessões de terapia!

Diminuir as luzes da sala, apagar a televisão, acender um puro e ficar na penumbra a escutar Miles Davis.

O tempo (ou a falta dele) é uma das grandes preocupações da sociedade actual. A vida acelerou, o tempo minguou e cada vez há menos oportunidades para desfrutar das coisas boas da vida. Inspirado nos antigos autocolantes que tinham dois bonequinhos e a frase "O amor é..."decidi criar nesta casa uma nova secção, sem carácter regular, para a qual peço a colaboração de todos. Vai chamar-se "Tempo de qualidade é...
A demonstração surgirá no próximo post. Fico à espera das vossas sugestões, na caixa dos comentários ou por e-mail.

O Benfica foi derrotado de forma inglória em San Siro. E eu só agora recuperei o pio..

A gaffe do dia está aqui. Involuntária, mas divertida

Ninguém diga que este blog não tem ritmo...aqui fica o clássico dos clássicos. Senõr, sai uma Margarita para a mesa do fundo, por cortesia...
PERFIDIA.
Domínguez, Alberto.

Nadie comprende lo que sufro yo
Tanto que ya no puedo sollozar
Solo temblando de ansiedad estoy
Todos me miran y se van

Mujer, si puedes tú con Dios hablar,
pregúntale si yo alguna vez
te he dejado de adorar
Al mar, espejo de mi corazón,
las veces que me ha visto llorar
la perfidia de tu amor

Te he buscado por doquiera que yo voy
y no te puedo hallar
¿Para qué quiero otros besos
si tus labios no me quieren ya besar?

Y tú, ¿quién sabe por dónde andarás?
¿quién sabe qué aventura tendrás?
¡Qué lejos estás de mí!

Sol, uma pontinha de vento, o fim-de-semana ao virar da esquina. Hoje está mesmo um dia perfeito para ouvir Tim Buckley...

O juiz de instrução do processo da queda da ponte de Entre-os-Rios decidiu esta manhã que nenhum dos 29 arguidos no caso vai a julgamento, por ter concluído que a catástrofe se deveu a causas naturais. Para quem não se lembra, morreram 59 pessoas, caíram ministros e o país mergulhou num luto doloroso. O guterrismo começou a desmoronar-se após o acidente. Perante esta decisão judicial, é caso para dizer que a culpa, afinal, sempre morreu solteira. E virgem!

Os russos é que sabem! Vejam aqui a versão russa do jogo do pinguim....não é tão perfeita (o batedor nem sempre está atento, fazendo com que a sua vítima afocinhe mais vezes) e o pinguim foi substituído por uma Kournikovazona...O princípio, no entanto, é o mesmo. Have fun!

Peço desculpa pelo "umbiguismo" mas não resisto a reproduzir aqui um post de Segismundo no Albergue dos Danados (que já está linkado, finalmente) sobre a minha fixação pelos pinguins. Ehehhehehheeh!

Paixão antártica

É comovente o ocioso amor do Rui por pinguins. Vale tudo. Ou assestar-lhes como uma cachaporra, como quem os manda pelo iceberg além. Ou arremessá-los em altura, contra paredes de gelo, onde estão postigadas umas morsas colaboradoras. Ou bombardeá-los com cubos de gelo. Segismundo.

Acabei de saber pela RTP 1 que acabou de nascer o primeiro neto de Eusébio, o Pantera Negra. Chama-se João Pedro, já é sócio do Benfica e tem pinta de craque. Há esperança para o Glorioso - temos outro Eusébio a caminho!

PS- Parabéns ao FC Porto. Grande exibição contra o Lyon. Só gostava que o SLB, amanhã em San Siro, conseguisse fazer o mesmo.

Um blog serve para quase tudo. Serve até para confessar coisas que uns encaram como fraquezas e outros interpretam como virtudes. Por isso aproveito este espaço para uma confissão: sou louco por tangos, música porteña e boleros antiguinhos, daqueles que tocavam na telefonia quando eu andava ainda ao colo da minha mãe. Chamem-me foleiro, bacoco, parolo, terceiro-mundista, chamem-me o que quiserem dentro dos limites da decência, mas eu não resisto a um tango de Le Pera ou Gardel, comovo-me sempre com o bandoneon de Astor Piazolla, fico estupidamente feliz com os acordes de boleros antigos como Perfidia, do mexicano Abel Dominguez. Tenho um desgosto profundo por ser um pé de chumbo, por não ter a leveza de um Astaire, o ritmo de Tito Puentes, a alma de Martirio.
Contigo en La Distancia, do cubano Cesar Portillo de La Luz, sempre foi um dos meus boleros preferidos. Ideal para sussurrar ao ouvido de quem se ama. Aqui fica a letra. Quem souber a música pode aproveitar para cantar baixinho.

No existe un momento del día
En que pueda apartarte de mí
El mundo parece distinto
Cuando no estás junto a mí

No hay bella melodía
En que no surjas tú
Ni yo quiero esucharla
Si no la escuchas tú

Es que te has convertido
En parte de mi alma
Ya nada me consuela
Si no estás tú también, ooh oh

Más allá de tus labios
Del sol y las estrellas, oh ooh
Contigo en la distancia
Amada mío estoy

Es que te has convertido
En parte de mi alma
Ya nada me consuela
Si no estás tú también

Más allá de tus labios
Del sol y las estrellas
Contigo en la distancia
Amada mío estoy

Contigo en la distancia
Amada mío, estoy
Contigo

Realizam-se hoje em Madrid os funerais de Estado em honra de vítimas do terrorismo. Não esqueceremos!

Hoje está um dia assim para o cinzento. Não chove, mas o céu promete águas mil apesar de ainda estarmos em Março. Conhecem o ditado? "Abril, águas mil"? Sempre gostei mais de um ditado que aprendi nas aulas de inglês no liceu, e que não traduzo para não lesar a rima: "April showers bring May flowers". Em verdade vos digo: hoje está um dia excelente para ouvir Joni Mitchel. De vez em quando é legítimo sentir uma pontinha de nostalgia.

Tony Blair vai estar hoje em Lisboa, fugazmente. Aqui fica um conselho, a ele e ao seu amigo W.:


(Espero que Durão não fique com ciúmes...)

Scarlett Johansson deve, ou não, pôr-se nuínha no próximo filme? A pergunta, mais relevante do que parece à primeira vista, está a dividir a blogoesfera, de acordo com o que li no Cibertúlia e no Terras do Nunca. Está claro que não posso passar ao lado desta saborosa polémica. E a minha opinião é esta: Não, nada de nudez. Quero-a etérea e vestida como em Lost in Translation. Inatingível, angélica, pronta a estimular-nos a imaginação. Pelo sonho é que vamos...

Moscas, melgas, mosquitos...bichinhos irritantes que nos fazem perder a paciência. É tempo de vingança! Claro que o jogo é uma completa perda de tempo, mas por isso mesmo é que é tão interessante. zzzzzzzzzzzz Pás! Já está! Have fun!

Vamos falar de amenidades, por favor, que a vida não é só miséria, atentados, Casa Pia, Al Qaeda e disparates "bushianos" (será que o mundo aguenta mais quatro anos de George W. Bush?)
1- Vamos falar de música, por exemplo. Falar de Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, a minha nova paixão. É impressionante pensar que estes dois brasileiros são praticamente desconhecidos em Portugal. Com eles a Bossa Nova recebeu um novo sopro de vida, o samba desceu dos morros até à praia e o Brasil transformou-se numa brisa suave, que revolteia, acaricia a pele e entontece. Proponho-vos que comecem a descobrir a dupla (Celso Fonseca, a voz, já esteve em Portugal, no Hard Cafe de Gaia) pelo álbum "Sorte", que, com jeitinho e preserverança, pode ser adquirido na Fnac."A noite é meu ópio e eu estou por conta do vício/Fica comigo, não deixa passar dessa vez".
2- Paulo Lins. Quem viu (e gostou) do filme "Cidade de Deus" não pode perder o romance do mesmo nome, que inspirou a película de Fernando Meirelles. O livro é ficção e não é. Quando lemos sobre o quotidiano dos habitantes da Cidade, queremos acreditar que tudo aquilo saiu da imaginação do autor. Desejamos que ninguém tenha que sobreviver assim. Infelizmente, tudo o que está no livro aconteceu mesmo, e foi retirado dos relatos publicados nos jornais durante quase 30 anos. É um murro no estomâgo.
3 - Saramago, desta vez, perdeu a mão. O seu novo livro é uma estopada. Já se advinhava que isso podia acontecer ao ler O Homem Duplicado, onde era evidente que este já não é o tempo de José Saramago. R.I.P.

Com uma vénia de agradecimento a António Carvalhal, cujo excelente trabalho pode ser encontrado aqui, eis o banner que ele criou para este blog:

Definitivamente, os pinguins são uma espécie ameaçada neste blog. Mais um joguinho inocente para as horas de ócio. Have fun!

De regresso a assuntos mais ligeiros, para desanuviar: Os Sopranos recomeçaram nos USA. Tony Soprano, a mulher, os filhos disfuncionais, a psiquiatra e os wise guy's estão de volta para uma quinta temporada e prometem arrasar. Again. Em Portugal, espera-se que a Dois mantenha a boa tradição de transmitir as peripécias do mafioso que sofre ataques de pânico. E de consciência. Enquanto esse dia não chega, consolemo-nos com Sete Palmos de Terra, a extraordinária série de Alan Ball. É hoje, às 22h, na Dois.

Há alguns meses, Ahmad Yassin dizia ao repórter Henrique Cymerman, da SIC, que estava há 40 anos à espera de se tornar mártir. Esta madrugada os israelitas fizeram-lhe a vontade. O líder espiritual do Hamas foi morto num ataque com mísseis feito a partir de três helicópteros quando saía de uma mesquita. Ariel Sharon felicitou as forças de segurança pelo "sucesso" da operação, em que morreram mais sete palestinianos e outros 17 ficaram feridos. O mundo islâmico e a União Europeia (UE) já reagiram, condenando o ataque e alertando para uma escalada da violência, enquanto os EUA garantiram que não sabiam de nada. Nos territórios palestinianos ocupados multiplicam-se as manifestações de ódio aos judeus e de promessa de vingança. Arafat, velho adversário político do xeque, decretou três dias de luto nacional.
A morte de Yassin é chocante, mas eu não vou chorar por ele. Tetraplégico desde os 12 anos, vítima de um acidente com um engenho explosivo que estava a preparar, o xeque tornou-se o líder espiritual do Hamas e nunca negou ser o autor moral de muitos atentados em Israel perpetrados por bombistas suicidas. Em nome das suas convicções religiosas (respeitáveis) e do direito do seu povo à autodeterminação (justo) provocou muito sofrimento em Israel e até na Palestina (mandou matar dezenas de pessoas acusadas de colaborarem com os judeus). Viveu pela espada, morreu pela espada. Mesmo sentindo um incómodo extraordinário por esta espécie de terrorismo de Estado praticado por Sharon, não vou fazer de conta que lamento o seu desaparecimento só para ser politicamente correcto. Mas não posso deixar de me preocupar com o que vem por aí nos próximos tempos. Nada é mais perigoso de que um mártir. Mesmo morrendo às mãos dos seus inimigos, o xeque conseguiu, de uma maneira terrivelmente perturbadora, os seus objectivos. O ódio está mais forte do que nunca.

Há sempre pelo menos duas perspectivas diferentes sobre cada assunto:

Sol, muito sol, uma brisa que arrepia, cheiro a maresia e a mimosas, o Caetano a cantar no cd, um dia de folga pela frente. "Há menos peixinhos a nadar no mar do que os beijinhos que eu darei na sua boca". A Primavera voltou! Chega de saudade!

Tem dificuldade em adormecer? A solução está aqui. Deixe-se embalar. É tiro e queda! Have fun!

Ainda não foi desta que o Beira-Mar ganhou na sua casa nova. Desta vez perdeu bem com o Benfica (0-1), embora tenha realizado uma exibição de garra. Mas a vontade não chega quando escasseia o talento.
A equipa de Aveiro ainda não ganhou no novo estádio municipal em jogos oficiais. A vitória no jogo particular com o Saragoça não conta: foi a penaltis e a feijões. Nessa altura a equipa de A. Sousa estava na quarta posição, agora caíu para a segunda metade da tabela. É como se houvesse uma espécie de maldição do municipal. O presidente do clube, Mano Nunes, o homem que mais maltrata a língua portuguesa neste sistema solar — ainda me lembro da frase mais idiota do ano passado, quando se estava a queixar do trabalho dos árbitros: "Se querem que nós bérremos, nós bérremos (sic) — vai ter que contratar o mago Alexandrino para exorcizar o estádio. A Europa já é uma miragem, e a continuar assim ainda vamos ver o Beira-Mar a contar os pontinhos para se manter na SuperLiga. Triste fado aveirense!
E agora toca a zarpar, que faz um frio capaz de arrepiar um pinguim...Inté!

Pois cá estou no novo Mário Duarte, para assistir ao jogo entre o Beira-Mar e o Benfica, as duas equipas do meu coração. Não faço previsões: a minha vontade era que ganhassem os dois
Sopra um vento danado de Norte, mas dá para aguentar. O estádio é muito mais bonito por dentro do que por fora. Por fora parece uma tenda de circo, por dentro é um anfiteatro confortável. Tenho pena daquelas pessoas que dizem não gostar de futebol. Perder este espectáculo de cores, o relvado verde, verde, a assistência colorida e ondulante, os dois exércitos lá em baixo à procura da glória, o barulho ensurdecedor dos adeptos que faz lembrar as ondas do mar. Há qualquer coisa de primordial, de tribal, no futebol. Este não é um pensamento original, claro, mas não deixa de ser verdadeiro.
O jogo desta noite vai servir para testar o estádio, para ver se está tudo em condições para o Euro-200. So far, so good. Acessos fáceis, parques de estacionamento em número suficiente, stewards simpáticos(as). Só o vento é que destoa. O vento e os montes de terra à volta do estádio, que, à boa maneira de Tomás Taveira, está pintado de forma berrante e tem uma entrada pelas traseiras... Alea Jacta est...(e esta hein? É o que dá ler o Astérix...)

Portugal tem o Inimigo Público, o bálsamo das sextas-feiras, cujo único rival conhecido é o semanário Expresso. Mas os americanos têm há muito a Cebola, a melhor fonte de notícias do mundo. Uma visita por dia dá saúde e alegria. E clareia a pele...

Já que estamos em maré de recordações...lembram-se da Golden Girl, a Mona Lisa dourada das camisolas de lã foleiras? Pois descobri um site do mesmo tipo, mas bem mais interessante. E luminoso! Um "site" capaz de transformar radicalmente a vida de muitas mulheres, mas sobretudo de muitos homens. Abaixo a escuridão. Vão lá espreitar, please...

Lembram-se do pinguim e do seu troglodita espancador? Pois estão de volta, numa nova versão do jogo. O troglodita tem agora a ajuda de umas morsas. É bárbaro. Have fun!

No dia em que Herman fez 50 anos, a RTP cometeu a maldade de retransmitir a saudosa Herman Enciclopédia. É extraordinário verificar como, em meia dúzia de anos, Herman passou de maior humorista português a "has been". Já foi, passou, perdeu a graça, pintou os cabelos de louro, aburguesou-se, transformou-se numa personagem que o jovem Herman adoraria caricaturar. Quem o vê agora no Herman Sic tem dificuldade em reconhecer o humorista talentoso que ajudou a tornar o país menos cinzento. Hoje, Herman faz parte do sistema. Herman é o sistema. O cómico para todos os regimes, aquele que lava mais branco. Alguém devia ter a coragem de lhe dizer que ele já não nos faz rir.

Fui finalmente ver o filme de Mel Gibson. Duas horas de sangue, suor e lágrimas. Literalmente. O filme representa um autêntico regresso ao espírito das cruzadas. Eu próprio senti vontade de trocar o kipá pela cota de malha e zarpar para o Oriente para chacinar infiéis. Dizer que o filme está contaminado por um anti-semitismo básico é um "understatement". E a desumanidade dos romanos é tão grande que se torna inverosímel.
Mel Gibson não fez simplesmente um filme - fez um panfleto. Um panfleto em technicolor e câmara lenta. Maniqueísta, claro, como convém nestas coisas de panfletos e religiões. Duas velhinhas à minha frente passaram o filme a rezar baixinho, agarradas a um terço; um casal de adolescentes ao meu lado gastou as duas horas na marmelada. E que marmelada! Confesso que senti inveja. Deles, claro.

A pouco e pouco a coluna da esquerda vai crescendo com links para novos blogs. Vou acrescentando as ligações à medida que vou tropeçando em blogs interessantes. E são tantos! Tantos que me obrigaram já a mudar os meus hábitos de leitura. Agora já não basta os jornais, as revistas, os livros, os sites...dia sem consultar os blogs é dia incompleto.

1- Vi e arrepiei-me. Ao assistir à entrevista de Cavaco Silva na Sic senti-me a recuar no tempo. Eu sei que o "o homem" (como lhe chama Marcelo Rebelo de Sousa) tem qualidades e que a história acabará por lhe fazer justiça, mas é desconfortável pensar que atrás dele se perfilam os homens de fato escuro que fizeram do estertor do cavaquismo um período negro da nossa história recente. A sua candidatura (e ele quer, ele quer ser candidato) a PR tem um incómodo odor a naftalina.

2- O tabu, outra vez. Cavaco não aprendeu nada com os resultados desastrosos do primeiro tabu. E agora, quando o Governo é de novo social-democrata, vem dizer que avança para Belém se sentir que a situação política pode atingir um grau irreparável de de deterioração. No meio disto tudo, como fica Durão Barroso? Se Cavaco avançar, não será isto um sinal de que está a falhar como primeiro-ministro? E se Cavaco avançar e ganhar? Será que Durão quer ter em Belém a sombra incómoda do seu ex-chefe, um político com um perfil marcadamente executivo?

3- Durão Barroso, aliás, vai ter que ter muito tacto para lidar com este assunto das presidenciais. Ele sabe que nós sabemos que ele sabe que um eventual apoio do PSD a Santana Lopes deixará o partido em pantanas e "desgraduará" inevitavelmente a função presidencial. A amizade dele com Santana Lopes durará enquanto interessar aos dois. E a aliança com Paulo Portas durará enquanto servir o líder do CDS-PP, que necessita dos corredores do poder para sobreviver. Durão está como o tolo no meio da ponte: não sabe se há-de correr para os braços de Santana ou se há-de beijar a mão de Cavaco. Entre os dois venha o José Cid e escolha. E o primeiro-ministro ainda tem que se acautelar com as guinadas do seu parceiro da coligação. Ou vem por aí uma terceira via, ou Durão vai ter muitas dores de cabeça.

4- E, entretanto, no PS, espera-se por António Guterres. Se a candidatura de Cavaco cheira a naftalina, a de Guterres cheira a sacristia. Quando ele aparece na televisão a ajeitar a melena eu sinto vontade de puxar do revólver; quando o ouço falar de diálogo ou da teoria dos afectos sinto vontade de saltar de uma ponte. Ainda hoje tenho pesadelos em que Guterres surge como primeiro-ministro, a esfregar as mãos, beiço esticado, pés de pato virados para fora, o catecismo na ponta da língua. Eu sei que a eleição para Belém não deve ser encarada como uma recompensa. Mas pergunto: Guterres merece sentar-se no cadeirão da Presidência? Vade retro!

5- Um conselho ao PCP: por que não candidatam Odete Santos a Belém? A senhora tem mais lucidez, simpatia, garra e convicção do que o resto do Comité Central junto. Ia dar luta, barafustar, comover. Eu nunca votaria nela, mas admiro a coragem descomplexada com que todos os dias enfrenta o mundo.

6 - Bloco de Esquerda. Fernando Rosas outra vez, não! Please. Depois do cheiro a naftalina e a sacristia, só falta mesmo o odor enjoativo do cachimbo, que até está fora de moda. A esquerda deve ter um ar rijo, quase famélico, com músculo e nervo, e não uma versão pré-obesa do avô Cantigas. Antes o Loução de que semelhante tormento.

7- E o Manuel Monteiro? Pois vai proporcionar-nos bons momentos de humor, certamente.

Amigos e conhecidos dizem-me que eu gosto de embirrar com a TVI. É verdade. Há qualquer coisa no canal Moniz-Moura Guedes que me deixa à beira de um ataque de nervos. Não sei se é a pose arrogante da mulher do director (que ora faz um anúncio de detergente, ora salta para o Parlamento, para logo regressar à pantalha para comentar as notícias que apresenta), ou se é o tom de regateira da praça de Manuel Luís Goucha. Não sei mesmo se é a voz esganiçada de Júlia Pinheiro (outra veterana de anúncios de detergentes), ou os trejeitos fadistas de Rui Vasco Neto, o Jerry Springer de Chelas. Também pode ser que eu embirre com a TVI porque a estação de Queluz passa as melhores séries a horas indecentes, ou porque foi pioneira na transmissão de alarvidades como o Big Brother, ou porque tem os episódios todos de Seinfeld em carteira e não os transmite. O que é certo, é que a TVI faz-me nervoso miudinho.
Nos últimos meses, a informação da TVI tem feito um esforço notável para se tabloidizar. O Jornal Nacional é um repositório de misérias. Não há desgraçadinho que não tenha direito ao seu quarto de hora de fama e a nenhum maluquinho é negado tempo de antena. "Matou a avó à machadada para roubar dinheiro para fazer uma operação para mudar de sexo - veja mais à frente no Jornal Nacional" ameaça todas as noite a diva Guedes, a justiceira da Casa Pia, a mulher que não dorme nem fecha a boca enquanto houver alguém com a cara tapada e a voz distorcida disposto a enxovalhar um terceiro.
Como muito bem denuncia o Jpd no seu Política Pura é verdadeiramente lamentável a maneira como a TVI tem vindo a tratar a eventual ameaça terrorista. A pulsão securitária conduziu-os ao desvario e por isso vá de abandonar mochilas no aeroporto para testar a segurança, vá de clamar aos microfones que Portugal está à beira de um ataque e que os cidadãos estão absolutamente indefesos perante os malvados terroristas.
A isto chama-se "baratatontice". Se a TVI julga que está a prestar um serviço público, está redondamente enganada. Está terrivelmente enganada. Por esse país fora floresce a histeria, e só ontem a secção de minas e armadilhas da PSP teve que fazer explodir nada menos do que sete objectos suspeitos do Norte a Sul do país. Em todos os casos se confirmou que era um falso alarme, mas aposto que a TVI não vai desisitir de nos tentar assustar. Se fosse por uma boa causa, ainda se entendia. Mas toda esta histeria não passa de mais uma manobra na guerra das audiências. A estação de Queluz só descansará quando cada cidadão se transformar num polícia à paisana e num denunciante nas horas vagas. Se isto continua, ainda vamos ter a nossa Noite de Cristal. "Nacht und nebel", meus amigos.

Já este cartoon de Mike Lane mostra-nos como é que a América vê o mundo...e é tragicamente certeiro

Este cartoon de Daryl Cagley é mais eloquente do que mil ensaios sobre o terrorismo

Tem problemas de pontaria? De caligrafia? A bexiga fraca, a uretra torta? Pratique aqui e nunca mais salpique aquilo que deve estar sempre imaculado

Recado para a Ana Sá Lopes, do Glória Fácil e para outros fanáticos do Seinfeld: tenho andado a fazer o download dos episódios da série disponíveis na Internet. Depois meto três episódios de cada vez em VCD, que passam muito bem no computador e assim-a-assim no leitor de DVD. Não há legendas, mas isso interessa pouco. Todas a noites (re)vejo um episódio, para matar saudades. Já tenho uma dúzia de VCDs e não desisto enquanto não fizer o "download" dos 800 e tal episódios da série. É uma tarefa para ser levada a sério. Ontem à noite estive a ver o episódio em que o Goerge se faz passar por biólogo marinho para impressionar uma miúda. Simplesmente genial!

Tenho escrito neste blog muito menos do que prometi. Garanto-vos que não é por preguiça. Acontece que o mundo anda esquisito e eu com ele. Há uma espécie de nuvem negra a pairar sobre as nossas cabeças que demora a dissipar-se e nem o sol primaveril dos últimos dias tem chegado para animar os espíritos (eu por mim falo). Por estes dias estou um avaro intelectual, como aquele personagem do Eça. Mas atrás dos dias vêm dias e outros dias hão-de vir...
Até lá vou continuar a manter os serviços mínimos nesta "casa", com um ou outro arroubo ditado pela paixão do momento. Até já.

O PÚBLICO diz hoje em manchete que a Europa vai ter um pequeno "Sr. Terrorismo". Não será melhor antes um grande "Sr. anti-Terrorismo" ? Se calhar dava mais jeito!

Sempre quis saber o seu Q.I. mas teve medo de descobrir que não é tão esperto(a) como pensa? Pois agora pode fazer aqui o teste, no conforto do seu lar, sem testemunhas, com privacidade, etc. e tal...Ninguém precisa de ficar a saber que você não é o ás que julgava ser. Eu consegui 142 pontos, mas não vou revelar se fiz ou não batota...

Nada como um jogo absolutamente estúpido para começar o dia com um sorriso! Uma pura perda de tempo, claro, mas que ajuda a desopilar. Já agora: se conhecerem outros jogos idiotas como este, digam alguma coisa. Ando a pensar em fazer um ranking de coisas absurdas, ehehehehe.

Eis um "site" idiota...Have fun!

Acabo de ouvir no Diário Nacional da Rádio Renascença que o lince está de regresso à serra da Malcata. Parece que a serra vai ser "repovoada" com animais provenientes de Espanha. Ganda lince! Ganda Espanha! "Salvem o lince da Malcata", dizia o "pin" que me acompanhou na infância e que deve estar por aí guardado em alguma gaveta, junto com aquele outro em que se podia ler: Energia nuclear? Não, obrigado!". Afinal, de Espanha sempre chegam de vez em quando boas notícias...

Passam 5 minutos das três da manhã e a TVI, ao contrário do que anunciou, desistiu, sem aviso prévio, de transmitir a série Causa Justa, umas poucas pérolas das televisões portuguesas. Em alternativa oferece-nos a sitcom Frasier, umas mais premiadas séries de sempre, que a estação Moniz-Moura Guedes exilou nas madrugadas. A pergunta merece ser feita: e não se pode exterminá-los?

Os bijagós são uma das principais etnias da Guiné-Bissau. Ao contrários dos fulas e dos balantas, os bijagós não foram atraídos pela capital Bissau, tendo permanecido nas ilhas do arquipélago. São hospitaleiros e estão sempre prontos para acolher visitantes nas tabancas, embora não mostrem grande entusiamo quando os "brancos" começam a disparar as máquinas fotográficas. Apesar do avanço do islamismo e dos cristãos evangélico,os locais mantêm os seus cultos animistas, dominados pelo temor a Iran. Iran é o pai, o amigo, o criador do mundo (os bijagós acreditam que o universo começou em Orango) mas também pode ser impiedoso e castigador com aqueles não respeitam as normas da comunidade, em especial em relação aos mais velhos, designados como "homens-grandes". Iran é apaziguado com o sacrifício de animais, em cerimónias que decorrem em pequenos templos improvisados em palhotas e durante as quais os sacerdotes bebem quantidades industriais de aguardente. Assisti a uma cerimónia em Orango em que foi decapitada uma galinha, que depois andou por lá aos tombos, sem cabeça, aspergindo de sangue os convidados, que não podiam mostrar sinais de repugnância para não desagradar a Iran. Foi uma cerimónia pouco indicada para espíritos fracos ou mais sensíveis, que meteu a ingestão de aguardente (que foi também borrifada sobre algumas raízes que servem de morada Iran) e que terminou com os esventramento da ave, para tentar ler o futuro nas suas vísceras. As vísceras eram brancas, um bom presságio. Um cão entrou no templo e fugiu com a cabeça cortada da galinha. Eu fui ao mar limpar-me do sangue espalhado pelo braços, pernas e rosto. A galinha deve ter sido comida pelos bijagós...

Saudades dos Bijagós. Do calor, do mar, dos cheiros, do sabor do peixe fresco e da fruta, da frescura do mangal, das caminhadas à beira-mar, saudades da sensação de estar longe da civilização e perto do que é essencial.



Esta imagem é de um dos canais do mangal ("tarrafo", chamam-lhe os bijagós, "mangue", chamam-lhe os brasileiros). A sua navegabilidade depende das marés, como tudo na Guiné. A madeira do mangal é rija e os locais usam-na na construção das palhotas nas tabancas (aldeias). O mangal fervilha de vida: crocodilos (lagartos, dizem os bijagós), garças, pelicanos e águias, macacos e cobras e muito, muito peixe. Apesar da sombra dos canais mais apertados, o mangal pode tornar-se insuportável a determinadas horas do dia, quando o sol cai a pino sobre as cabeças dos europeus desprevenidos. Percorrer os canais do tarrafo pode tornar-se viciante, tantas são as coisas para ver, tantos são os caminhos para as tabancas a descobrir. Basta apontar o barco para um dos canais para descobrir as razões que levaram a Unesco a declarar os Bijagós como reserva mundial da bioesfera...

Dez dias longe de tudo e um murro no estômago no regresso. Foi em Bissau, na sexta-feira,que tomei conhecimento do atentado em Madrid, ocorrido dois dias antes. Vinha com os olhos cheios de mar e luz, inebriado pelos cheiros do mangal e da selva, e apanhei com as dores do mundo em cima. O terrorismo tem este terrível defeito de nos pôr de mal com a vida.
Há muita coisa para contar nos próximos dias. Uma tarefa que vai ser cumprida aos poucos, ao sabor da vontade e dos afazeres profissionais. Espero que me acompanhem na reconstituição desta viagem aos Bijagós.

Sinto-me como um político português: prometi e não cumpro. Tinha dito que não iria "blogar" durante uma semana, mas encontrei, aqui em Bissau, um sítio agradável para escrever, com uma ventoinha que gira no tecto criando uma brisa que vem em ondas. Mas tenho que me despachar, porque o Pedro Rosa Mendes (esse mesmo, o homem da Baía dos Tigres e da Visão) está aqui a chatear-me para usar o computador.
Faz calor em Bissau, claro. Quando chegámos o ar estava carregado de poeira por causa dos ventos sub-sarianos e havia uma luz extraordinária, quase fantasmagórica. A cidade é pequena, percorre-se a pé num par de horas e está naturalmente muito degradada, mas tem a dignidade das velhas damas que já conheceram dias de glória. Em algumas zonas ainda são visíveis as marcas dos conflitos recentes. Embora caiba toda num bairro de Maputo, Bissau fervilha com a campanha eleitoral, por todo o lado há cartazes e candidatos. Meia hora depois de chegar à cidade demos de cara com o Presidente da República. Só ainda não vimos o Kumba Ialá, que permanece em prisão domiciliária.
Comi hoje uns amendoins fantásticos, pequenos, picantes, como só existem em África, à sombra de umas mangueiras frondosas. Ainda não é a época das mangas, mas as árvores estão carregadas de promessas e de frutos. Comi também um extraordinário peixe grelhado no restaurante Padeira e uma papaia simplesmente deliciosa. I love Africa. Gosto do cheiro, das cores, das pessoas. África devolve-me à infância. Melhor: África faz-me ter saudades de coisas que não conheci, mas que pressinto.
Sexta-feira à noite e quase não há carros nas ruas. Há algumas esplanadas a funcionar, pouca gente a passear nas ruas esburacadas, mas aqui, na residencial Coimbra (!), está-se bem, sob um caramanchão de flores. A única nota dissonante é a RTP Internacional que está a transmitir um debate com o inefável Gilberto Madaíl.
Amanhã bem cedo quero regressar ao porto, que hoje estava misterioso, com a maré vazia, envolto em nevoeiro e poeira. Lá para a tarde sigo para os Bijagós, mais precisamente para Orango, num barquito que parece de brincar. Vamos pelo rio, primeiro, a partir de Quinhamel, e depois é o mar aberto até à ilha mais distante. Vou então cumprir o voto de silêncio. Abraços

Se tiverem saudades minhas, procurem-me aqui! Adeus, até ao meu regresso!

Durante a próxima semana vou entrar em silêncio. Não porque não tenha vontade de "blogar", nada disso. Acontece que vou viajar para um lugar longe de tudo, onde não há telefones, telemóveis, Internet, nem nenhuma dessas modernices. Não há sequer ar condicionado. Mas há hipopótamos, tartarugas gigantes, cobras, alguns crocodilos (e não são da Lacoste...) e talvez um tubarãozito ou outro. Uma alegria. Dia 12 eu volto. Até lá divirtam-se a espancar o pinguim, ok? E não deixem o país ir por água abaixo...

Aqui está uma boa alternativa ao pinguim...nada melhor para desopilar do que incinerar uma coisita ou outra.

A pedido de muitas famílias, o pinguim regressa para levar mais umas pancadas...
precisa de desopilar? Pois toca a espancar o bichinho...

Os amigos do Glória Fácil viraram-se para as receitas. Acho bem. Como apreciador da boa mesa, aqui deixo a minha contribuição, inspirada pelas minha atracção pelo Oriente. Que tal um gulab jam (ou gulab jamun) uma deliciosa sobremesa indiana? Aqui vai:

Ingredientes
- 1 chávena de chá de leite em pó
- 1 colher de sopa de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de manteiga derretida
- 1 colher de café de fermento em pó

Preparação: Misturam-se os ingredientes com leite (mais ou menos 3 colheres de sopa) até que a mistura se transforme em uma massa homogénea que não se pegue às mãos. Depois fazem-se bolinhas pequenas e frita-se em óleo quente, em lume brando. Entretanto, fazer uma calda com 1 chávena (de chá) de açúcar misturada com 2 chávenas (de chá) de água. Ferver por 10 minutos. Despejar a calda sobre as bolinhas quentes (a língua portuguesa é muito traiçoeira...). Servir frio ou quente.

O Brasil é surpreendente. É um daqueles lugares do mundo onde tudo pode acontecer. Reparem bem: um deputado brasileiro apresentou um projecto de lei de apoio aos homossexuais que quiserem deixar de o ser. Estou mesmo a ver o anúncio na televisão: "É gay, cara? Está insatisfeito e quer mudar? Se junte ao senador Neucimar e mude a a sua identidade sexual. Com Neucimar, você vai parar..."
Valeu, pô!
PS- O meu obrigado pela dica a estes nossos amigos

Uma menina dentuça mas nada gorducha que ganhou o concurso "A mais bela da freguesia", promovido pela Maxmen, acabou de confessar ao Goucha que se sentiu "muito concretizada" por aparecer seminua e em poses provocantes nas páginas da revista dirigida pelo Domingos Amaral. "Sara Silva, uma anónima que virou capa de revista", anuncia a TVI em rodapé. Goucha, naquele seu jeito "agarrem-me-se-não-eu-faço-uma-peixeirada-já-aqui" olhou nos olhos os telespectadores e disse: "Também você pode ficar famoso se tiver a força de vontade necessária". E os atributos físicos, já agora: pernas compridas, boca carnuda, belos seios (dois), cabeça oca. Não esquecer também que é importante arranjar uma estação de televisão disposta a dispensar um quarto de hora de antena para ouvir os seus monossílabos, enquanto a câmara esquadrinha de cima a baixo todos centímetros do seu corpinho malhado. A televisão matinal é, de facto, muito educativa.

A TSF insiste em fazer o seu fórum matinal sobre o desenvolvimento do país. Hoje, uns senhores mal engravatados (a rádio não tem imagem, mas dá para imaginar) vão falar das assimetrias em Ranhosas da Pedreira ou em Linda-a-Cabrinha. E o povo vai aproveitar os seus 30 segundos de antena para espumar pela boca ou para demonstrar que percebeu bem o resumo das notícias dos jornais feitas pelo cacique da terra na última reunião do partido. Eu sei que isto passa por serviço público, mas a mim parece-me apenas uma terrível maçada. A TSF está a começar a perder qualidades, vá lá saber-se porquê. Para além daquele gineceu radiofónico que se chama Fórum Mulheres, a estação perdeu os seus melhores comentadores de política (excepção feita a António José Teixeira), reduziu os noticiários aos serviços mínimos e criou uma playlist que não lembra ao Diabo. Quando ouço Lionel Ritchie seguido por Barry Manylow, ou coisa que o valha, sinto ímpetos de esganar alguém. Os meus amigos (e são muitos) que trabalham naquela casa e que são excelentes jornalistas devem andar com os cabelos em pé. Quero a velha TSF de volta, já! É verdade que a rádio só tem 16 anos, mas não há paciência para este surto de acne radiofónico que desfigurou a estação.

Anda por aí na blogosfera lusa uma grande polémica sobre o último filme de Mel Gibson. Mas só The Onion se lembrou de ir falar directamente com ELE. O resultado é absolutamente divinal (adjectivo que fica aqui a matar...).

Terminou o pesadelo de Trondheim. Passámos à justa, com uma grande exibição do Moreira. Ser benfiquista é ser sofredor.

Está chateado(a)? Precisa de desopilar? Pois toca a desancar no pinguim. E tente bater o meu recorde, já agora, de 723 metros. O que é preciso é estar concentrado e bater com fé, esperança e alguma caridade!

Não fui eu que escolhi o Benfica. Foi o Benfica que me escolheu a mim!

Agora até há um "rap" do Senhor dos Anéis. Quem diria que o Gollum ia virar estrela do hip-hop? Não há maneira de nos vermos livres deles?

Há coisas em Portugal que são absolutamente hilariantes. Como esta, por exemplo, relacionada com o Euro-2004, que diz muito sobre a nossa maneira de ver o mundo. União ibérica já!

Vamos ter um JFK contra W. nas eleições americanas de 2 de Novembro. Afinal, ainda há esperança!

Também na questão da despenalização involuntária da gravidez, Paulo Portas desmente agora com todos os dentes o que um dia escreveu com as duas mão. Conhecendo nós a personalidade do líder do CDS-PP, eu pergunto: Qual é a surpresa?

Numa altura em que se fala de uma eventual "desgraduação" da função presidencial por causa da provável candidatura a Belém de Santana Lopes, é curioso verificar como Jorge Sampaio não resistiu a comentar o incidente Ferreira Torres. Já sabemos que o nosso PR é impulsivo, mas será que não percebe que ao referir-se ao caso está a transfomar num assunto quase-sério o que não passou de uma palhaçada? Por que razão deve o mais alto magistrado da Nação perder tempo com um um indivíduo como o autarca do Marco? Será que o PR não aprendeu nada com o caso Felgueiras, quando se envolveu numa troca de palavras com o advogado da "menina do Rio". ?
"Ter um Presidente da República a discutir com você dá um certo estatuto", disse na altura o advogado de Fátima Felgueiras, que pode trabalhar para os "bicheiros" mas não é burro. Se isto continua, ainda vamos ver Jorge Sampaio a comentar a falta de mulheres-a-dias no Praça da Alegria ou dar palpites sobre o pé torcido da dona Miquelina. Já faltou mais.

"E fui num grande vento; e fui; e vi;
Vi a sombra de Deus. E, alvoraçado,
Deitei-me àquela sombra, e, em mim, senti
A terra em flor e o céu todo estrelado".

Um dia inteirinho sem ler jornais, ouvir noticiários, ver telejornais. Um dia quase perfeito, como aquele do Lou Reed, "problems all left alone".

Um dia quase perfeito:
Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day.
Oh it's such a perfect day.
And then later, when it gets dark,
We go home.

Vamos para casa, ligamos a televisão e deparamos com o horror dos atentados em Bagdad e Karbala. 145 pessoas mortas, despedaçadas, despojadas de vida e dignidade. Os seus restos mortais carregados em cestos, o sangue que parece brotar do chão, o horror estampado na cara dos que sobreviveram. Hoje, tornámo-nos todos um bocadinho menos humanos. Até nós, os que pensávamos que o dia tinha sido quase, quase perfeito.

Almoço muito tardio no Guincho, com vista para o mar, um sol de Inverno que acaricia sem incomodar, gaivotas, surfistas, rochas e cheiro a maresia. Paz.

Aqui vai mais uma acha para a fogueira> da eterna guerra entre os PC e os Mac. É divertido e absolutamente imperdível.

Não, não estou a referir-me à peixeirada entre Manuela Moura Guedes e Avelino Ferreira Torres, que não vi por estar a essa hora a enregelar no Calhabé. Estou a falar, isso sim, do programa Levanta-te e Ri, da Sic. Antes era só o Fernando Rocha quem recorria a palavrões e a imagens escatológicas. Hoje quase toda a gente que participa no programa foi contagiado, apresentador incluído. Tirando algumas excepções (Bruno Nogueira, Ricardo Araújo Pereira, Aldo Lima) os stand up comediants portugas fazem rir dizendo palavrões e contando piadas porcas. E a malta na plateia ri, alarvamente, mostrando a dentuça, gargalhando convulsivamente sempre que alguém usa uma "four letters word". Cada povo tem os humoristas que merece, não é?

PS- O Filinto, no seu comentário, incluiu Nilton entre os humoristas que não recorrem sistematicamente a palavrões ou imagens escatológicas para nos fazer rir. Tem razão. As minhas desculpas aos dois.

Não percebo...devo tê-lo deixado num sítio qualquer...e eu que estava tão decidido a cumprir a minha ameaça. A única coisa boa nesta história é que o Bill Murray já telefonou a pedir desculpa por não ter ganho óscar de melhor actor. Foi um gesto bonito, têm que reconhecer. E agora vamos lá revirar a sala à procura do chapéuzinho...

A quem quiser perceber as verdadeiras causas do que se está a passar por estes dias no Haiti, aconselho a leitura de um romance. Isso mesmo: um romance, e não um qualquer ensaio ou artigo de jornal. Chama-se Os Comediantes, foi escrito por Graham Greene já lá vai meio século, mas está lá tudo: a tensão racial, a humidade, o medo espelhado nos óculos escuros dos tonton macoute, o desespero, o vudu, o ar rarefeito, o abandono, a impossibilidade de ser feliz num sítio que à partida devia estar condenado à felicidade. Também há um filme antiguinho inspirado no livro do Greene, com Richard Burton, a (nessa altura) muito bela Liz Taylor e Alec Guiness, em mais um papel de "lost englishman abroad", que deve estar por aí a aparecer em dvd. Mas as respostas estão todas no livro do mestre Greene...

E aqui estou eu no final do jogo, ainda no Calhabé, completamente enregelado, desejando que apareça por aí um peludo São Bernardo com um barril de grappa pendurado ao pescoço. O FC Porto ganhou, a Briosa perdeu e eu já não sinto as orelhas e tenho um pingo de ranhoca congelada a cair-me do nariz (bela imagem, caramba!). Vou-me embora antes que congele...

Pois cá estou a blogar no renovado Calhabé, aproveitando a linha telefónica da Académica de Coimbra, que daqui a um bocadinho vai jogar com o FC Porto, a quem não ganha há 33 anos! É obra. O estádio é agradável e o espaço à volta está muito mais composto do que quando cá estive pela última vez, que foi no concerto dos Stones. Nessa noite de Setembro fazia calor, agora faz um frio polar e temo que a orelha esquerda ainda me venha a cair por causa por causa do vento que sopra do Solum. Ainda me vou tornar numa espécie de Van Gogh sem jeito para a pintura...
O Calhabé é uma instituição, mas não sei por que razão os "coimbrinhas" não se lembraram de construir um estádio novo numa zona de crescimento da cidade, em vez de o encaixarem no meio de prédios e mais prédios. Chega de conversa fiada, que o Pedro Roma já entrou para o aquecimento. E se ele fizer uma exibição como a do ano passado, em que defendeu quase tudo, ainda há esperança para a Briosa. Vou dar eu tb uns pulinhos para aquecer...Ciao!

Se sempre teve vontade de dissecar o Cocas, tem aqui a sua oportunidade. Educativo, mas...não aconselhável a pessoas com estomâgo sensível

Depois de ler isto nunca mais vai voltar a olhar para as mãos das mulheres das mesma maneira...

Para os nostálgicos dos festivais da canção...

Mário Soares deve estar com comichões, depois de ter ouvido hoje o inefável Avelino Ferreira Torres a invocar nas televisões (olha: rimou!) o célebre "direito à indignação" para justificar o seu comportamento no jogo de ontem do Marco, durante o qual chamou uns nomes aos árbitros, deu uns pontapés nuns painéis de publicidade, invadiu o relvado e por aí fora. Foi lindo. E ainda mais bonito foi ver como os soldados da GNR aturaram a birra do homem, solícitos, não fosse o autarca magoar-se inadvertidamente quando andava por ali a vociferar e a dar pontapés a torto e a direito. Foi uma representação digna de um Óscar, de um actor consagrado, que não vai em modas. Para quem ainda não sabe, Ferreira Torres é presidente da Câmara de Marco de Canaveses, eleito pelo CDS-PP, e vai concorrer (tudo indica que pelo mesmo partido) à Câmara de Amarante, daqui a dois anos. E se calhar vai ganhar. Quarta-feira começa a ser julgado por suspeitas de corrupção. Preparem-se, portanto, porque aposto que ainda o vamos ouvir a invocar mais vezes o "direito à indignação" para justificar umas coisitas...

Pois. Bill Murray não ganhou o Óscar de melhor actor e lá vou ter que comer o chapéuzinho, como ameacei fazer. Com a ajuda de um copo de água de Luso e um pedacinho de pão, para empurrar, seguido por um ou dois quilos de...sais de frutos. Sean Penn é um digno vencedor, mas eu estava a torcer por Murray e por Lost in Translation...felizmente Sofia Coppola ganhou o prémio para o melhor argumento original.
O Senhor dos Anéis fez o pleno, como era esperado. 11 nomeações, 11 prémios - melhor era impossível.
Billy Cristal esteve à altura. Depois de dormir, talvez volte ao assunto. Ou talvez não. Mas onde raio larguei eu o chapéu? Querem ver que o perdi? Mas que maçada, pá...

Agora é Partido da Nova Democracia, de Manuel Monteiro, o epistolista, que escolheu como slogan para as europeias a frase "Mais Portugal"? Mais Portugal? E que tal mais imaginação? Mais Portugal como? Mais território? Vamos invadir a Espanha ou Marrocos? Fazer aterros, como em Macau? Vamos fazer mais filhos? Passar a escrever o nome do país com mais letras, do género: Poooooooooooooorttuuuuuuuuggggggaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalllllllll?
Mais Portugal nem sequer é original. O PRD, outro partido supostamente anti-sistema, daqueles que irrrompeu na vida política a fazer músculo e a bater no peito, usou a mesma frase na célebre campanha de 1987, aquela que deu a Cavaco a primeira maioria absoluta. O PRD acabou mal. e o PND vai acabar como? Alguém arrisca um palpite?