sábado, março 20, 2004
Paixão de Cristo
Fui finalmente ver o filme de Mel Gibson. Duas horas de sangue, suor e lágrimas. Literalmente. O filme representa um autêntico regresso ao espírito das cruzadas. Eu próprio senti vontade de trocar o kipá pela cota de malha e zarpar para o Oriente para chacinar infiéis. Dizer que o filme está contaminado por um anti-semitismo básico é um "understatement". E a desumanidade dos romanos é tão grande que se torna inverosímel.
Mel Gibson não fez simplesmente um filme - fez um panfleto. Um panfleto em technicolor e câmara lenta. Maniqueísta, claro, como convém nestas coisas de panfletos e religiões. Duas velhinhas à minha frente passaram o filme a rezar baixinho, agarradas a um terço; um casal de adolescentes ao meu lado gastou as duas horas na marmelada. E que marmelada! Confesso que senti inveja. Deles, claro.
Mel Gibson não fez simplesmente um filme - fez um panfleto. Um panfleto em technicolor e câmara lenta. Maniqueísta, claro, como convém nestas coisas de panfletos e religiões. Duas velhinhas à minha frente passaram o filme a rezar baixinho, agarradas a um terço; um casal de adolescentes ao meu lado gastou as duas horas na marmelada. E que marmelada! Confesso que senti inveja. Deles, claro.