quarta-feira, março 29, 2006

 

Esse Brasil de que a gente gosta...


imagem cedida por J. Bastos

terça-feira, março 28, 2006

 

333 medidas?

Diga 333! Bem medidas, as 333 medidas de Sócrates parecem-me medidas demais. Bastavam meia dúzia que de facto funcionassem e que de facto fossem levadas à prática. É que tanta fartura faz desconfiar o mais cândido. Este PS de Sócrates é mestre na arte de gerir expectativas que depois não se concretizam. Lembram-se da promessa de não baixar os impostos? Lembram-se da vaga ameaça de acabar com 18 governadores civis e avançar com a "regionalização técnica" (seja lá o que isso for - regionalização a sério implica a eleição directa dos órgãos regionais, para além de competências e dinheiro a condizer).
Mas não só as grandes promessas que têm falhado. Lembram-se quando Sócrates, com grande aparato mediático, garantiu que todas as escolas do ensino básico estavam dotadas de computadores e acesso à Internet? Pois na escolha da minha filha mais nova o mais parecido que há com Internet é uma miúda brasileira chamada....Iranet. Desculpem-me, por isso, que eu receba com grande cepticismo esta coisa das 333 medidas. Daqui a um ano estaremos na mesma. Só espero que o número das medidas não duplique, porque iria atingir o número da Besta. E não estou a falar do Koeman...(que passará imediatamente a bestial se ganhar esta noite aos senhoritos catalães).

 

Estamos fritos?


sexta-feira, março 24, 2006

 

Este filme eu não vou perder


Com vénia a Attu

 

Alma celta

Quando eu era mais novinho os irlandeses Clannad eram um dos meus grupos favoritos. Depois fui-os perdendo de vista. Mas esta noite encontrei esta musiquinha em que também participa Bono, os dos U2, e tive de repente um ataque de noastalgia. Cliquem lá na foto para ouvir com o Windows Media Player.

quinta-feira, março 23, 2006

 

Corporate Firewalking...

Li esta manhã no DE que a grande moda entre os gurus da gestão nos Estados Unidos e no Reino Unido é o «corporate firewalking», isto é, caminhar por cima de carvão em brasa.
A Microsoft, Vodafone, BP, Shell, Fujitsu, Barclays e Bristish Telecom já experimentaram.
Este ritual milenar, praticado, por vikings, índios “kahunas”, monges tibetanos está a ser adaptado ao mundo empresarial no sec. XXI.
Nos EUA o Firewalking Institute of Research and Education cobra 12.500 euros por grupos até 200 pessoas e garantem que é mais barato do que outras actividades bem mais excêntricas que são utilizadas para reforçar o espírito de equipa: domar cavalos, aprender danças tradicionais e folclore, criação de galinhas e corridas com atrelados.
Afirmam os fundadores deste movimento que este processo “é muito eficaz porque é corporal e não intelectual, até porque as pessoas divertem-se imenso e riem-se às gargalhadas quando estão a caminhar sobre brasas”.
Há relatos de alguns acidentes em acções de formação com “firewalking” sendo que a mais recente ocorreu com uma funcionária da consultora “Deloitte”, em Londres e que acaba de ser divulgado pelo jornal britânico “The Times”. Para do bizarro, nós por cá, habituados como estamos a caminhar sobre brasas, até poderíamos adoptar a metáfora para “acelerar o processo de aprendizagem”. Mas não, somos masoquistas e voltamos sempre ao caminho de fogo. Resultado: o corpo é que paga; a inteligência fica chamuscada. Connosco, o processo nem é corporal nem intelectual. Por vezes é apenas surreal…

terça-feira, março 21, 2006

 

O meu lado de teenager inconsciente aprsionado no corpo de um quarentinha gosta muito desta música dos HOOBASTANK. Será por causa da letra?
I'm not a perfect person
There's many things I wish I didn't do
But I continue learning
I never meant to do those things to you
And so I have to say before I go
That I just want you to know

I've found a reason for me
To change who I used to be
A reason to start over new
and the reason is you

I'm sorry that I hurt you
It's something I must live with everyday
And all the pain I put you through
I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears
Thats why i need you to hear

 

A revista mais machista do mundo?


Descoberta através do ANTENA PARANÓICA.

 

Adriana Lima é virgem?

Numa entrevista à GQ britânica, a modelo brasileira diz umas coisas difíceis de acreditar. Merece o benefício da dúvida? Sei lá. Seja como for, Pedro Dória deu-se ao trabalho de traduzir um trecho da entrevista. Decidam vocês (se a resposta à pergunta do título for positiva bem pode dizer-se que estamos perante um belo desperdício, como se pode confirmar clicando sobre a mocinha...).

Então você é mulher de um homem só?

É claro! Sou católica.

Olha, eu também sou católica, mas há muitas coisas ditadas pela Igreja que fazem do namoro difícil, não é?

Por exemplo?

Pílula, sexo antes do casamento…

Bem, sexo é só depois do casamento.

Como?

Sexo é para o casamento.

Você está dizendo que jamais fará sexo antes do casamento?

Exatamente.

Você nunca fez sexo?

É o que tenho a dizer.

Você tem certeza?

Sim.

 

A literatura morreu?

Em texto inédito, o mestre Rubem Fonseca explica tudo, com a elegância habitual. Vá escrever bem assim no inferno. Aqui fica um pedacinho. Quem quiser ler o texto na íntegra deve (mas deve mesmo) ir aqui (link).

Recordo Camões. Ele era um arruaceiro, e acabou na prisão, ou por motivos de suas rixas ou por ter se envolvido com a infanta Dona Maria, irmã do rei João III. Para obter o perdão do rei ele propôs-se a servi-lo na Índia, como soldado. Lá ficou 16 anos e, afinal, a bordo de um navio voltou para Portugal, acompanhado de uma jovem indiana, que ele amava, e a quem dedicou o lindo soneto "Alma minha gentil, que te partiste". O navio naufragou e Camões só pensou, durante o naufrágio, em uma coisa: salvar o manuscrito dos Lusíadas e dos seus poemas. Deixou a mulher amada morrer afogada (confesso que especulo), e perdeu todos os seus bens, mas salvou os seus manuscritos. Para quem ler? Estávamos no século 16 e muita pouca gente em Portugal sabia ler. Mas Camões pensou nesse punhado de leitores, era para eles que Camões escrevia, não importava quantos fossem eles.

 

HUMPHREY

Humphrey era um gato vadio quando entrou no nº 10 de Downing Street , era primeira-ministra M. Tactcher. Gostou tanto que ali permaneceu com John Major, tendo acabado na rua depois de Tony Blair ter ganho as eleições. Nessa altura choveram debates parlamentares sobre o caso, tendo mesmo a oposição acusado Cherie Blair de ter mandado abater Humphrey.
Na altura o deputado conservador Alan Clark chegou mesmo a proclamar no Parlamento: «Humphrey é agora uma pessoa desaparecida. A menos que se saiba alguma coisa dele ou que faça uma aparição pública; suspeito que foi abatido».
O Governo trabalhista divulgou, na ocasião, fotografias do felino, provando que estava vivo e, como se se tratasse de um refém, foi fotografado junto de Cherie para evidenciar que nada de mal lhe tinha acontecido.
Mas este foi o segundo escândalo a que Humphrey esteve associado. O primeiro foi em 1994 quando o Governo foi obrigado a emitir um comunicado oficial desmentindo que o gato tinha sido o responsável pela morte de uma família de piscos, nos jardins de Downing Street. Essa nota, assinada por Jonh Major, continha uma frase que ficou a fazer parte do anedotário político britânico dos anos 90: «é certo que Humphrey não é um serial Killer».
O jornalista Oliver King descrevia ontem no seu blogue, com ironia, outro episódio da passagem de Humphrey pela vida política britânica, recordando que o gato foi quase assassinado pelo Cadillac presidencial de duas toneladas de Bill Clinton, mas felizmente foi evitado um incidente diplomático grave.
Humphrey foi reformaqdo em 1997 e morreu ontem, confirmou um porta voz de Tony Blair.
Ainda não estão agendadas as exéquias fúnebres, permanecendo, no entanto, a dúvida se terá honras de Estado.

 

João Gabriel

Eu até gosto do João Gabriel, velho companheiro de outras lutas, que passou os últimos dez anos como assessor de Jorge Sampaio (e, pelo meio, lançou uma revista de desporto que teve vida curta). Mas a entrevista que deu ao Correio da Manhã é reveladora de como se passam as coisas em Portugal em determinados sectores. E de que há pessoas que julgam que vivem em regime de casta. Aqui fica um pedaço da entrevista ao CM. Cada um tire as suas conclusões.


– O João Gabriel sempre vai para a embaixada de Portugal em Roma, como se noticiou?

– Sim, julgo que dentro de três meses. Tudo depende do tempo que demorar o processo de nomeação.

– Mas o porta-voz do MNE desmentiu a notícia?

– O porta-voz do MNE limitou-se a desmentir uma evidência. As notícias davam conta da minha nomeação como Conselheiro Cultural, quando, na verdade, a minha função será a de Conselheiro de Imprensa.

– Ao nosso jornal, Carneiro Jacinto desmentiu “qualquer nomeação”...

– Desconhecia. Tratou-se seguramente de um lapso. Durante dez anos, e vários governos, habituei-me a trabalhar, no MNE, com pessoas de palavra. Não tenho razões para deixar de pensar assim.

– Surgiram notícias de uma nomeação a pedido. Não teme que passe a ideia de um favor político?

– Favor?! Mas por que razão quem trabalha nestes lugares, Governo ou Presidência, uma vez acabada essa função, tem de ir trabalhar para a caixa de um hipermercado ou para a construção civil?! Se assim não for, ouve-se logo um ai Jesus que há um tacho! Infelizmente, algum jornalismo em Portugal ajudou a cimentar esta cultura. É um princípio tão errado quanto injusto. Uma coisa é não ter currículo ou competência para a função...

segunda-feira, março 20, 2006

 

PT: e não se pode exterminá-la?

Desde o dia 2 deste mês que estou sem telefone em casa devido a uma avaria. E sem Internet, claro. Já fiz quatro participações à PT e outras tantas à Sapo. Em vão. Mandaram-me um técnico cá a casa contratado a uma empresa qualquer. O homem diagnosticou o problema (uma caixa corroída pela humidade num poste situado a uns bons cem metros) e disse que só os técnicos da PT poderiam resolver a situação. E foi-se. Fiz nova participação. Sem resultado. As meninas do atendimento da PT são uma simpatia, mas nada mais podem fazer do que digitar umas coisas num computador. Estou há 18 dias sem telefone ou Internet. Estou há 18 dias a pagar dois serviços que não são fornecidos pela operadora e que não são baratos (só de ADSL pago 54 euros por mês!). E sem solução à vista.
Li hoje que a PT está a perder 12 mil clientes por mês. Não admira, tendo em conta o péssimo serviço prestado pela empresa. Dezoito dias à espera. Maldito monopólio.
(Os posts foram sendo publicados nos últimos dias graças a uma suposta ligação 3G que, afinal só funciona em velocidade 2G. Apetece perguntar: mas Portugal fica mesmo na Europa?)

domingo, março 19, 2006

 

FERNANDO GIL

O filósofo português Fernando Gil morreu hoje, em Paris. Nascido em 1937, licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa e em Filosofia na Sorbonne, onde se doutorou em Lógica. Entre as obras que publicou, destacam-se "La logique du Nom" (1972), "Mimésis e Negação", "Viagens do Olhar" e "Mediações". Fernando Gil recebeu, em 1993, o Prémio Pessoa, para além de ser galardoado como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1992. Trabalhei com Fernando Gil na Comissão Instaladora do Forum Internacional de Investigadores Portugueses. A sua marca mais impressionante era a sua ligação a Portugal. Com um percurso de excepção, até do ponto de vista da sua coerência filosófica, Fernando Gil nunca abandonou o País apesar de ser professor em Paris; defendia uma ligação profícua e descomplexada entre investigadores portugueses: os que residiam em Portugal e aqueles que optaram por viver no estrangeiro, como desígnio de um verdadeiro projecto de desenvolvimento.

Recordo o seu livro "A Convicção" onde ensina que não há convicção sem razões, o que faz diferença faz à simples crença; não há razões sem convicção, ao fim e ao cabo, o sentido de uma demonstração é convencer. Simplesmente, tratando-se de uma demonstração completa, ela convencerá a ponto de dispensar a convicção. De uma forma paradoxal, poder-se-ia dizer que a convicção é, a um tempo, o que mais empenha e o que menos empenha. A solução deste aparente paradoxo reside no empenho subjectivo que nos leva a apostar a vida em algo (no limite, o empenho é o do próprio sujeito face a si mesmo quando afirma “Sou!”) estar assente numa objectividade desempenhada. Mas não suficientemente. Trata-se de uma quase necessidade. E se isto permite uma analogia entre uma lógica da necessidade e uma lógica da convicção, que Fernando Gil ensaia, o certo é que é neste “quase”, que faz a diferença entre convicção e necessidade, que se joga todo o sentido que possa fazer o empenho. Fosse demonstrada uma proposição e escusado seria, a seu propósito, afirmar uma convicção. Exemplificando, não se dirá “estou convicto de que 2+2=4”, embora faça sentido dizer “estou convicto de que uma certa política é uma boa política”. Por isto, a convicção jamais chega a ser critério suficiente da verdade. Mesmo as convicções podem ser falsas. O que não quer dizer que não possa ser critério – as convicções permitem afirmar, ainda racionalmente, aquilo que de outro modo não poderíamos afirmar. Este empenho é também a medida de uma seriedade face à verdade – por o sujeito jogar-se na afirmação das suas convicções, estas têm o sentido de uma seriedade que legitima a acção onde esta não possa ser inteiramente demonstrada. E é ainda aqui que se joga o carácter necessitante da convicção – convenço-me porque a isso sou obrigado em virtude de um certo regime de coerência interna das minhas crenças que, caso não me obrigasse a mim próprio, seria posto em causa. No limite, a convicção prende-se com a vida; ela traz, sob a sua obrigação, um esteio na própria identidade do sujeito.

sexta-feira, março 17, 2006

 

Vade retro, Angelina! Be quiet, Brad!

Encontrei isto no Portuense, depois de receber uma dica do Nortadas. E cá vamos, cantando e rindo.

Comunicado do Conselho Executivo de uma escola do Marco.

Com a Primavera surge uma temperatura amena, uma luminosidade intensa, despertam as plantas, folhas e florzinhas, os insectos, as formigas, as abelhinhas, toda a natureza se alegra.

Neste contexto natural, nos jovens e adolescentes despertam também amizades, amores e paixões que os levam a comportamentos teatrais, hollyoodescos, alguns de pura alegria da juventude mas outros, por excessivos ultrapassam os limites de decoro.

Por tudo isto aconselho todos os alunos atingidos pelo Cupido, sofrendo de paixão fulminante que, por respeito a si próprio, pelo outro, e por todos nós, que evitem ultrapassar a fronteira do pudor e do decoro, mesmo do Regulamento Interno. Peço a todos Brad Pits e Angelinas Jolies que evitem manifestações de amor demasiado cinematográficos, perante as multidões, comportamento somente aceitáveis na paz do Senhor.

Marco de Canaveses, 13 de Fevereiro de 2006

 

STEVIE RAY VAUGHAN


Quem foi que pediu Stevie Ray Vaughan? Pois aqui está. Um dos maiores virtuosos da guitarra de todos os tempos, Stevie foi-se embora cedo, tal como já tinha acontecido como Hendrix. Mas a música ficou para atestar a sua genialidade. Hoje escutamos Little Wing. Quem quiser saber mais pode sempre ler este artigo da Guitar Player (link).

PS - Obrigado a todos (e foram muitos) os que nos enviaram cumprimentos pelo segundo aniversário. Mas quero desde já agradecer particularmente a cinco pessoas, que integram alguns dos meus blogues favoritos. São eles o Filipe Nunes Vicente (lúcido escriba do Mar Salgado), o Carlos Furtado (do amável Nortadas), Gabriel Silva e Carlos Abreu de Amorim (do indespensável Blasfémias) e o corrosivo Eugénio Queirós (do Bola na Área). Este último escreveu uma frase que nos define muito bem: "Parabéns ao Amor-e-Ócio. É um blog com grande "swing". Um misto de Tiger Woods e de Caetano." Um abraço encarnado ainda para o Jorge Ferreira, do Tomar Partido.

quinta-feira, março 16, 2006

 

Nuclear

Um documento da Casa Branca revelado hoje pelo jornal "Washington Post" garante que os Estados Unidos estão preparados para lançar "ataques preventivos contra terroristas ou Estados" que ameacem a sua segurança nacional, apesar dos esforços de guerra no Iraque. De acordo com o mesmo documento, o Irão é actualmente o principal desafio.
Por seu lado, o Irão "nunca" obedecerá a uma eventual ordem do Conselho de Segurança para que suspenda o enriquecimento de urânio, admitindo abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) se os interesses do país forem postos em causa.
Entretanto, o Governo do Irão reiterou hoje a sua determinação em prosseguir com o processo de enriquecimento de urânio, apesar da perspectiva de uma tomada de posição dura por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Estaremos perante um processo semelhante ao do Iraque ?
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, admitiu hoje que o processo do Irão pode ser "semelhante" ao do Iraque, apesar de esperar que "desta vez seja respeitado o direito internacional".

 

Serviço público


A Merman Should I Turn out to Be. Jimi Hendrix. Um blogue também serve para isto. Para recordar que neste mundo houve (há) gente como Hendrix. Gente com a alma na ponta dos dedos e o coração na garganta. Os leitores mais novinhos ou com dificuldades de compreensão podem mandar-nos um e-mail, que a gente explica na volta do correio. Escusam de agradecer. Have fun!

 

Vejam só como esta mulher salta


quarta-feira, março 15, 2006

 
1. Cavaco está há uma semana em Belém e o país ainda não acabou.
2. O Governo de José Sócrates fez um ano e a luz ao fundo do túnel continua intermitente.
3.Ribeiro e Castro não tem jeito para maestro. Nem sequer da banda da GNR.
4. A morte política de Paulo Portas foi muito exagerada (por ele próprio, que se julga "o ungido").
5. Marques Mendes lá vai de vitória em vitória até à derrota final.
6. Koeman é uma besta.
7. A Catarina Furtado é uma grávida gira.
8. A Maria Heli passa a vida entre Lisboa, Porto e Madrid e por isso mata-nos de saudades.
9. Jorge Sampaio esta semana não medalhou ninguém.
10. A Naíde Gomes é o novo sex simbol nacional.
11. Doi-me o fígado.
12. Doi-me a carteira.

 

A morte do Tom

Tenho antipatia por gatos e o lá de casa não era diferente dos outros felinos com os quais já convivi. Definitivamente não gostava dele. Mas também não desejava sua morte.
Tinha certas particularidades aquele bichano: Gostava da minha cama, apesar de não gostar de mim ( antipatia recíproca) e adorava meus sapatos ( eu também os adorava antes do bicho fazer deles um triste arremedo de sapato de Cinderela depois da meia-noite).
Acontece que eu já estava acostumada a ele. Era como aquele parente com quem não se tem afinidade nenhuma, mas que, por ser parente, acaba se criando um laço afetivo qualquer.
Uma vizinha, entediada da vida, ou, sem alternativa para descarregar as raivas do dia, deu cabo do Tom (esse era o nome dele), provavelmente, na hora em que o malandro dava uma de suas voltas clandestinas no terreno alheio. Uma pancada certeira na cabeça tirou, de uma só vez, as suas 7 vidas. Minha mãe chorou muito quando soube. E eu senti, sinceramente, pela morte do gato.

 

Vamos...

Depois de ler a Promessa Solene do RB é irresistível a inclusão da história de Herberto Hélder nos Passos em Volta e que poderia constituir um comentário e um desafio.

Era uma vez um pintor que tinha um aquário e, dentro do aquário, um peixe encarnado. Vivia o peixe tranquilamente acompanhado pela sua cor encarnada, quando, a certa altura, começou a tornar-se negro a partir – digamos -, de dentro. Era um nó negro por detrás da cor vermelha e que, insidioso, se desenvolvia para fora, alastrando-se e tomando conta de todo o peixe. Por fora do aquário, o pintor assistia, surpreendido, à chegada do novo peixe.

O problema do artista era este: obrigado a interromper o quadro que pintava e onde estava a aparecer o vermelho do seu peixe, não sabia, agora, o que fazer da cor preta que o peixe lhe ensinava.

Assim, os elementos do problema constituíam-se na própria observação dos factos e punham-se por uma ordem, a saber: 1º - peixe, cor vermelha, pintor, em que a cor vermelha era o nexo estabelecido entre o peixe e o quadro através do pintor; 2º - peixe, cor preta, pintor, em que a cor preta formava a insídia do real e abria uma abismo na primitiva fidelidade do pintor.

Ao meditar acerca das razões por que o peixe mudara de cor, precisamente na hora em que o pintor assentava na sua fidelidade, ele pensou que, lá dentro do aquário, o peixe, realizando o seu número de presdigitação, pretendia fazer notar que existia, apenas, uma lei que abrange tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Essa lei seria a metamorfose. Compreendida a nova espécie de fidelidade, o artista pintou, na sua tela, um peixe amarelo.

Essa lei é a metamorfose. É minha convicção, como muito bem (re) conheço o Rui, que os editais só cumprem os locais de estilo.

 

Então vamos comer o bolo...



Já comi o meu pedaço...

 

Promessa solene

Depois de amanhã serei outro, a minha vida triunfar-se-á, todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático serão convocadas por um edital.

 

Gineceu radiofónico

Há um programa intrigante nas tardes da TSF. Chama-se “Fórum Mulheres” e não permite a participação de homens a não ser em situações absolutamente excepcionais. É uma espécie de Clube do Bolinha ao contrário, onde “menino não entra”. Há dias disfarcei a voz ao telefone e tentei infiltrar-me no programa em que estava a ser discutido o Dia Internacional da Mulher, mas fui descoberto antes de poder dizer “boa tarde”. Expulsaram-me do éter, escorraçaram-me deste gineceu radiofónico, fazendo-me sentir um porco machista. Desde essa altura tenho-me limitado a ouvir o que se passa no programa, quase clandestinamente, com receio de ser descoberto.
A frase que a TSF escolheu para promover o programa é simplesmente genial: “Neste Parlamento superamos a lei da paridade”. Pois. De boas intenções está o Inferno cheio. Não se admirem se um dia destes aparecer por aí algum misógino encartado a pedir que o Fórum das manhãs da TSF seja fechado às mulheres. Ele há gente para tudo.

 

24 meses de Amor e Ócio...


...deixaram-me assim. Mas tem valido a pena, né? Ou não?

terça-feira, março 14, 2006

 

Canção com dedicatória



 

Se eu tivesse uma gata...

...chamava-lhe Funhos.

segunda-feira, março 13, 2006

 

Parabéns a nós


Pois é...o Amor e Ócio celebra esta semana dois anos de existência. Parabéns a nós.

 

Para seres feliz, ocupa-te de pouco



O meu quarto em Cachoeira tinha oito morcegos. Contei-os quando fizeram um voo rasante sobre a minha cabeça. Eles saíram, eu entrei. O quarto dava para o largo do convento do Carmo. Ao fundo o rio Paraguaçu. Na rua empedrada passou um rapaz a cavalo. E depois o silêncio. Espesso, como espesso era aquele dia. O dia em que eu fui mais feliz.
Nesse dia atravessei a ponte que levava à outra margem. Mas isso foi só depois. Depois de ter lido Manuel Bandeira à sombra de uma acácia vermelha. Depois de ter esperado pelo comboio que atravessa a vila a meio da tarde, lançando o desassossego entre a gente morena. Esperei envolto numa nuvem de fumo com sabor a baunilha. E depois atravessei a ponte.
O clima é de partida. Vou dar sequência na minha vida. Esta ponte não termina nunca nem tem caminho de volta.

sábado, março 11, 2006

 

O ESPELHISMO

Salvo erro, foi Eugénio Lisboa quem afirmou ser quase impossível ficar indiferente, perante uma doentia, cobarde e ridícula tendência portuguesa para estar bem com todos. Em mais nenhuma parte do mundo existem tantos amigos de tanta gente.
Por muito que se insultem e traiam, seja em particular ou em público, dois portugueses, quando se encontram, desfazem-se em desculpas: Aquilo foi uma precipitação... eu gosto muito de si, sabe ?
Esperamos é que se a tendência se mantiver, não se caia na tentação de mandar escrever às vítimas, cartas como aquela tão célebre, que recebeu Lord Kimberley: Ex.mo Senhor: amanhã tencionamos matá-lo. Mas fazemos questão em dizer-lhe, que não veja nisso nada de pessoal.
Vem isto a propósito de uma ideia central: embora a Política corporize jogos de conflitos e de interesses, de classes e de ideologias, é no seu íntimo um jogo do erro e da verdade. Por outras palavras, é vital não nos enganarmos em Política.
Apesar dos riscos, porque neste domínio roça-se constantemente o cinismo ou o ridículo - e este género não admite qualquer forma de vulgaridade, de banalidade ou de frivolidade -, este fenómeno permite-nos compreender que a Política é uma arte e não simplesmente uma profissão.
Embora seja um erro desprezar aqueles que exercem bem a sua profissão, não deixa de ser verdade que, em Política, tendo em conta o seu objectivo, a mediocridade é mais prejudicial do que noutra carreira qualquer.
Também aqui, nada é mais pernicioso do que a vaidade, a qual, como demonstra Max Weber, se transforma em embriaguez do sensacional e do interessante e impede que o Homem se mantenha à distância necessária para que deixe de agir sobre si próprio, no seu recolhimento, em face da desordem dos acontecimentos que, precisamente, lhe compete dominar.
A verdadeira responsabilidade política consiste, portanto, numa confiança intranquila, num risco não garantido, numa determinação sem certeza...
A política exige coragem. E como ensinou Espinosa, a coragem implica que se corra um risco a que nem todos, por receio, querem expôr-se.
Mas a verdade é que alguém tem que o correr, para que o medo das ideias e dos princípios seja banido, um dia, das consciências.
Afirmar serenamente e com determinação a coragem moral e intelectual, é hoje um imperativo de quem preza, acima de tudo, a sua própria dignidade.
Ética, convicção e responsabilidade afirmam-se, assim, como princípios e valores complementares, profundamente enraízados, para que o pensamento e a acção política não se reduzam àquilo que Weber designou por odres cheios de vento, que não sentem nada do que estão a fazer, mas que unicamente se incendeiam com sensações românticas.
Basta ultrapassar um pouco o limite estreito do quotidiano para constatar, com indignação, a que velocidade alguns abandonam todas as posições, de que ainda ontem não queriam abrir mão.
Aquilo que a consciência política considerava ainda há pouco indecente, é hoje comummente desculpado, para ser amanhã aceite e tornar-se, decerto, um modelo, depois de amanhã.
É a estáctica da banalidade, ancorada na moral de café, na auto-satisfação estereotipada, numa estética arrotiva, que desemboca no optimismo enganoso da mais baixa interpretação do jogo político.
Contudo a exigência permanece implacável: a política tem de se ligar, cada vez mais, à ideia de serviço público e de solidariedade voluntária. Só assim a vida democrática poderá ganhar, sem cair na mediocridade do predomínio aparelhístico, tão lucidamente analisado por Ortega y Gasset : quantos señoritos satisfechos nos rodeiam ?
É tempo de afirmação com coragem intelectual: ou defender uma democracia limpa e séria, ou deixar conspurcar, em nome de ideias há muito abastardadas, o que resta das convicções autênticas, no meio de um charco em que a lama cresce e ameaça submergir os que nela escorregam.
Por isso a acção política exige mais determinação e menos calculismo.
Dito de outra maneira: a sua nobreza não consiste na uniformização, mas antes na diferenciação. É a resistência ao status quo, a busca do novo...
E o julgamento far-se-à, agora e no futuro, pela sintonia que terão revelado com a marcha do tempo ou, pelo contrário, os que apenas serão epifenómenos do romance do poder.
Como diria o Prof. Adriano Moreira, trata-se, afinal, de modificar o espelho.

sexta-feira, março 10, 2006

 

Agora escolha...



(Uma das fotos foi "manipulada" por Sílvio Silva, que a enviou por e-mail. Gracias, hombre!)

quinta-feira, março 09, 2006

 

a marcar na agenda: 24 de Março;Lopes da Silva

«A estreia dos Gato Fedorento na grelha da RTP1 está agendada para o próximo dia 24 de Março, sexta-feira, às 21h00. Com uma duração de cerca de 25 minutos, este primeiro programa marcará o início ‘oficial’ da colaboração do quarteto de humoristas com o canal de serviço público, depois de terem decidido abandonar a antena da SIC Radical no passado Verão.À semelhança do que acontecera na estação de Carnaxide, a nova série de programas de humor dos Gato Fedorento adopta um ‘nome artístico’ como fio condutor dos 13 episódios semanais agendados, tendo desta feita a escolha recaído sobre o apelido Lopes da Silva

fonte: M&P

 

Aconteceu...

- A Alemanha declara guerra a Portugal (1916)

- A capital da Rússia é trsnsferida de Petrogrado para Moscovo (1918)

- A URSS envia para o espaço o primeiro ser vivo - a cadela Laika - no Sputnik 9 (1961)

quarta-feira, março 08, 2006

 

In your face, Benitez!


Ninguém pára o Benfica!
(Sequência de fotos do jornal RECORD, cujo link é ESTE)

 

é dia...

Pode irritar alguns. Não fazer muito sentido a outros. Mas o facto é que a data precisa, ainda, de ser lembrada. Não como mais um dia a comemorar ou a assinalar qualquer coisa. Pois os dias internacionais da salsaparrilha servem, muitas vezes, para desvalorizar outros que são necessários para que se mudem mentalidades e atitudes.

PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO
«Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.

O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA
Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher. ».

terça-feira, março 07, 2006

 

À tardinha...

Não fui eu que pintei o sol no céu,
nem as nuvens no Ar
com água de prata.

Quando nasci já tudo estava mundo
com relvas e azuis,
poentes e sombras,
pobres e cicatrizes...

Porque então esses remorsos,
de andar a sofrer não sei por quem
a culpa de haver rosas e haver vida?

Palavra! não fui eu
quem atirou a lua para o céu!

José Gomes Ferreira

 

(Clicar na foto para ampliar)

 

acontecimentos do dia...

- Atribuidos em Portugal os primeiros alvarás a rádios locais (1989)

- O químico Félix Hoffman patenteia a aspirina (1899)

- A comida congelada é posta à venda, pela primeira vez, nos EUA (1930)

 
Americans say: "We have George Bush, Stevie Wonder, Bob Hope, and Johnny Cash."

Portuguese say: "We have José Sócrates, no wonder, no hope, and no cash."
Com a devida vénia ACR

segunda-feira, março 06, 2006

 

O Silva dos plásticos


Mainada!

 

Crash!!!


Valeu a pena esperar três horas e meia para ver a Academia fazer justiça. Talvez agora o filme tenha a segunda vida que merece. Vão vê-lo. Aluguem o DVD (já está disponível). O filme é politicamente incorrecto, felizmente. Jon Stewart esteve mais ou menos. Começou bem mas foi deslizando. Boa noite e boa sorte.

 

Oscares 2006

Antes que tudo comece: não vi, este ano, melhor filme do que CRASH. Sei que não vai ganhar, mas é pena. E agora, venha Jon Stewart. Até já.

quinta-feira, março 02, 2006

 





«A paralela dos olhos
amarra o fio
do poema.

Desliga o tempo
E costura
As paredes do silêncio.

Quando, a um toque,
a palavra sai
do estado de coisa?»

in "Os olhos de Borges" Posted by Picasa

quarta-feira, março 01, 2006

 

mais vale...


Aprendi, recentemente, num curso de guionismo:

"Mais vale começar por um lugar comum,
do que chegar a um lugar comum.."

Foi este mestre que disse.

E eu achei genial.

Como genial é o Paulo Filipe Monteiro.
E que saudades eu já tenho de todos. Todos os que contribuem para que a minha ignorância seja atenuada. Posted by Picasa

 

rumo à primavera


O tempo, o tempo, o tempo.
Sempre o tempo, ou a falta dele, às vezes.
Os dias estão a ficar maiores.
Lentamente.
Rumo à Primavera.
De braços abertos.
De olhos fechados.
E a felicidade, às vezes, é tão intensa.
Que parece permanecer. Para sempre.
Apesar do tempo. Sempre o tempo.
Tão breve.
Como o teu sorriso. Eterno.
Rumo à Primavera.
De braços abertos. De olhos fechados.
Contigo.
Inteira. (se não cair da bicicleta :)
 Posted by Picasa

 

dúvida carnavalesca

Porque é que há muitos mais homens a vestirem-se de mulheres, do que o inverso?

 

... Em Redor

- Dia Internacional pela abolição da pena de morte.

- Vasco da Gama descobre Moçambique (1498).

- Napoleão desembarca em França e reassume o poder (1815).

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