segunda-feira, março 13, 2006

 

Para seres feliz, ocupa-te de pouco



O meu quarto em Cachoeira tinha oito morcegos. Contei-os quando fizeram um voo rasante sobre a minha cabeça. Eles saíram, eu entrei. O quarto dava para o largo do convento do Carmo. Ao fundo o rio Paraguaçu. Na rua empedrada passou um rapaz a cavalo. E depois o silêncio. Espesso, como espesso era aquele dia. O dia em que eu fui mais feliz.
Nesse dia atravessei a ponte que levava à outra margem. Mas isso foi só depois. Depois de ter lido Manuel Bandeira à sombra de uma acácia vermelha. Depois de ter esperado pelo comboio que atravessa a vila a meio da tarde, lançando o desassossego entre a gente morena. Esperei envolto numa nuvem de fumo com sabor a baunilha. E depois atravessei a ponte.
O clima é de partida. Vou dar sequência na minha vida. Esta ponte não termina nunca nem tem caminho de volta.

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