domingo, julho 31, 2005
O Benfica de Azul?
sábado, julho 30, 2005
Jorge Drexler
Aforismo urbano
Esperem sentados...
Tristeza e mercantilismo
Mensalão
(Clicar na imagem para aumentar)
As riquezas naturais do Brasil
Ana Beatriz Barros. Porque sim.
sexta-feira, julho 29, 2005
Euroilusões
PS- Eu sei, Euro-ilusões devia ter hífen. Mas há tracinhos que só atrapalham...
As riquezas naturais do Brasil
Alinne Moraes, fotografada para a revista VIP. Uma beleza por dia dá saúde e alegria. Estou a aproveitar para fazer estes posts enquanto a Maria Heli e a Wal estão de férias. No entanto, e porque as leitoras femininas se têm queixado de tratamento desigual, deixo aqui este link para vocês. Divirtam-se.
quinta-feira, julho 28, 2005
Recordar C. Pavese
"Soares é fixe!". O antigo "slogan" na campanha eleitoral de Mário Soares para as presidenciais de 1986 voltou ontem a ecoar na Figueira da Foz, onde até ao final do mês decorre o acampamento de Verão dos jovens socialistas europeus (link).
A brisa onde adormeço
Mas nunca
Me esqueci de ti
Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão
quarta-feira, julho 27, 2005
Verão escaldante
Um comentário transformado em post
Em tempo de vacas magras que eles próprios ajudaram a criar e a manter, mesmo que apenas com o seu silêncio cúmplice, os economistas estão na moda e o povão, sedento de bons augúrios, escuta-os atentamente, procurando vislumbrar a lamparina do fundo do túnel.
Como todos sabemos os economistas pertencem à classe privilegiada daqueles que enriquecem explicando aos outros porque é que são pobres e Galbraith dividiu-os, de acordo com as suas previsões, em dois tipos: Os que não sabem e os que não sabem que não sabem.
Nos últimos tempos tem sido um corrupio de economistas a “prever” o nosso futuro a preconizar medidas, a julgar as acções do governo etc. etc.. Todos eles economistas de elevada craveira, doutorados nas mais brilhantes universidades com teses de reconhecido mérito, professores de renome internacional, enfim a nata intelectual lusitana (alguns até citam Cervantes) e salvo honrosas excepções (ex-)ministros, (ex-)secretários de Estado ou (ex)qualquer coisa sonante – Banco de Portugal, CMVM, etc. cargos que esporadicamente desempenharam e que os fizeram descer das torres de marfim onde habitualmente moram, para debitar à centésima (o que prova que têm sentido de humor) os previsíveis valores da inflação, défice ou desemprego.
Para mim que sou matola fica a pergunta:
Então se são assim tão bons e sabem tanto e se o futuro não lhes reserva segredos, porque é que não fizeram nada que se visse quando estiveram nos lugares de decisão?
É que ao fim e ao cabo as receitas que apresentam são requentadas e, sempre, a malhar no mexilhão: A que agora está em voga (do défice) é:
Pelo lado da receita: impostos, taxas, coimas –(para os outros)- etc.
Pelo lado da despesa: congelamento de salários, despedimentos -(dos outros)- etc.
Investimentos: análise do custo benefício (mais estudos – a pagar- para os economistas).
Estou em crer que ainda vão criar uma associação e vão passar a andar juntos. E nessa altura passarão a ser uma força mais temido do que a força militar dos EUA. De facto é incalculável a destruição que um grupo de economistas, de mãos nuas, pode causar num país, especialmente aqueles que tem mãos invisíveis.
Felizmente que a maior parte das reuniões desses reputados economistas é nos lares de terceira idade, uma vez que a maior parte deles conseguiu já a sua reformazita, a o fim de uma longa e abnegada vida de trabalho de meia dúzia de anos “ao serviço público”.
E Rui se entre os velhinhos tiveres dificuldades em diferenciar aqueles que sofrem de Alzheimer dos economistas lembra-te sempre que os economistas são os que têm a calculadora debaixo do braço.
"Lisboetês"
"Lamentavelmente a colonização lisboeta nos "media" vai vulgarizando o modo de falar lisboeta por esse país fora."
terça-feira, julho 26, 2005
Uma beleza
O Miranda Calha está lixado
The discovery answers why most people blink without realising. Scientists who scanned volunteers at University College London found the parts of brain dealing in sight and awareness briefly shut down.THE brain shuts down for NINE DAYS a year due to blinking, researchers claimed yesterday.
Música para o Verão
UNIVERSIDADE DE AVEIRO LIDERA INVESTIGAÇÃO
Um ranking de universidades, preparado por um ex-reitor, que se baseou na produção científica internacional das instituições, coloca a Universidade de Aveiro claramente à frente no número de artigos científicos por cada docente de carreira (cerca de 1,5 por ano). Aveiro lidera assim a investigação universitária com quase o dobro de artigos das universidades do Algarve, do Porto e Técnica de Lisboa (com cerca de 0,8 artigos por docente por ano em revistas internacionais), classificadas em segundo lugar.
De acordo com o «ranking» de universidades realizado pelo Prof. Luís Sousa Lobo, ex-reitor da Universidade Nova de Lisboa, quanto à produção científica internacional das instituições, a Universidade de Aveiro lidera a investigação universitária em Portugal, com o maior número de artigos científicos publicados por cada docente de carreira.
Segundo o autor do estudo e após correcção da dimensão, verifica-se que a universidade mais research oriented é a Universidade de Aveiro, Mais abaixo as universidades Nova de Lisboa, Coimbra e Minho (0,6 artigos por docente por ano) e Lisboa (0,5 artigos por docente por ano). Todas as outras universidades portuguesas publicam menos de 0,3 artigos científicos por docente e por ano e nenhuma atinge um número absoluto de artigos superior a 100. No fim da tabela está o Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresa, uma instituição que se dedica às ciências sociais.
O estudo envolveu 15 universidades portuguesas e foi feito no passado mês de Maio, estando já na posse do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, sendo muito importante a sua relevância porque chama a atenção do público em geral para uma das principais missões da Universidade, porventura uma das menos faladas – a investigação como via de criação de conhecimento, um dos factores-chave de desenvolvimento.
O resultado do estudo ao destacar a posição alcançada pela Universidade de Aveiro é importante, ainda, porque ratifica aquilo que tem vindo a ser uma das grandes opções desta Universidade – a aposta na investigação científica.
segunda-feira, julho 25, 2005
A propósito de um comentário colocado no post anterior
Caro C. Indico: a minha Costa Nova é a da infância. Está na minha cabeça. Tem manhãs de nevoeiro, a ronca da Barra, chafarizes junto à água, água junto às casas, moliceiros e mercantéis na Ria, barracas de pano às tiras alinhadas até ao mar; tem a minha avó a escolher fruta no mercado e a sorrir,tem intermináveis futeboladas no areal da maré baixa. Tem amonas e pirolitos, bailes no cinema velho,tendas de circo no largo do mercado, caranguejos pescados com um cordel, um pedaço de bacalhau e uma concha; tem sabor a Tulicreme e cheiro a urze e maresia. Tem manhãs passadas no mar e tardes na Biarritz e amigos tão desinteressados que ainda hoje são meus amigos. A minha Costa Nova representa o doce delírio do primeiro amor.
A actual Costa Nova é só um lugar que tem o mesmo nome.
Resgatar José Cid
Maria Heli
Boas férias?
domingo, julho 24, 2005
Foi você que pediu um Sandro Pertini?
Lembrem-se do George Constanza
Voltando ao Costanza. O Constanza é um neurótico certificado. É um mentiroso patológico. É um desbocado. Um poltrão. O Constanza é um objecto sexual – ele fala em sexo às mulheres e elas objectam. O Constanza é preguiçoso, é fútil, é cúpido. Mas não é estúpido e lá vai sobrevivendo à custa de pequenos truques. Por exemplo, quase nunca aborda mulheres bonitas por ter medo de ser rejeitado. E quando arranja coragem para meter conversa com as feias, mente. Diz que é arquitecto, ou biólogo marinho, ou que namorou a Marisa Tomei (e desta vez não vou explicar quem é a Marisa Tomei – descubram sozinhos) e nunca reconhece que é um fracassado, um mitómano. Um loser. Constanza é um personagem de ficção mas ao longo da vida todos acabamos por conhecer dezenas de pessoas como ele.
Mas há um episódio de Seinfeld em que Constanza descobre uma fórmula que o vai tornar extremamente popular. Um dia, cansado de insucessos, Constanza decide que vai passar a fazer e a dizer exactamente o contrário do que pensa. Em vez de fugir das mulheres bonitas passa a procurar a sua companhia. Em vez de mentir às feias passa a dizer-lhes a verdade. Em vez de lisongear os poderosos passa a confrontá-los. Ao contrariar os seus impulsos, Constanza torna-se um homem de sucesso. O seu momento de glória é quando, contrariando todos os seus instintos, se apresenta a uma inatingível loura com as seguintes palavras: “Olá, o meu nome é George Constanza, tenho 36 anos, estou desempregado e moro com os meus pais”. E a loura cai-lhe nos braços, esmagada com tanta franqueza.
Imaginemos agora que a loura é o povo português. Sabem quantas vezes ela já ouviu “canção do bandido”? Quantas vezes foi abordada em bares e outros lugares mais esconsos por políticos mais ou menos bem vestidos, mais ou menos bem falantes, que lhe mentiram com todos os dentes que têm na boca? Quantas histórias da carochinha teve a pobre loura de suportar. Quantas vezes teve ela de ouvir um qualquer engravatado a dizer que já namorou com a Marisa Tomei, ou que noutra encarnação foi o Indiana Jones, ou que não vai aumentar os impostos apesar de saber que o défice público das contas do Estado anda lá por cima, a bater nos sete por cento? Vagas sucessivas de pessoas com dificuldade em lidar com o real têm mentido para a nossa loura. Têm dito que vão salvar o mundo ou simplesmente asfaltar a rua onde ela mora. Que vão tirar Portugal da cauda da Europa ou simplesmente dotar a freguesia da loura com uma rede de saneamento básico que funcione, água encanada e outra minudências.
Por isso, eu deixo um conselho aos homens públicos deste país (e digo homens porque as mulheres, mais sábias, têm fugido da política como o Diabo da cruz): lembrem-se do George Constanza. Contrariem os vossos impulsos primordiais. Experimentem de vez em quando dizer a verdade, por muito feia que ela seja. Não exagerem, não inventem casos com a Marisa Tomei, não romanceiem as vossas vidinhas tristes, não se ponham a brincar com a chave falsa de um Porsche porque nós já percebemos que têm um carrinho utilitário tapado com um oleado à porta de um bairro social. Até a loura já percebeu, desmentindo a nunca demonstrada incapacidade das louras para o raciocínio abstracto.
All about Eve (Longoria)
Mas, como disse o mestre Freidrich "different people have different purposes". E eu não sou definitivamente um liberal dogmático. Sou antes um pragmático. E se a Terceira Via promete um futuro mais risonho, então enveredemos por ela. Sem temor.
O show tem que continuar
No solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente a esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar.
sábado, julho 23, 2005
Amor é Bossa Nova, sexo é Carnaval
Tenham um bom fim-de-semana. Com muita Bossa Nova e algum Carnaval.
sexta-feira, julho 22, 2005
Terceira Via
Entre a Paz do CAA (link)...
e a Hayek de AAA (link)
eu ouso sugerir uma terceira via: Eva Longoria!
Democrático como é, este blog permanece aberto a sugestões. E até pode mudar de ideias se os argumentos apresentados valerem a pena.
Jane Monheit
quinta-feira, julho 21, 2005
Serviço de informações
Recentemente descobri que ligando 12118 somos atendidos por uma pessoa de carne e osso. Claro que o serviço é mais caro, porque a PT não brinca. Mas isso nem é o pior. O pior é que a empresa contratou tarefeiros estrangeiros, certamente para lhes pagar o menos possível. E embora eu nada tenha contra emigrante e imigrantes e por aí fora (quem sou eu para pôr em causa o direito das pessoas ao trabalho?) é um nadinha irritante ser atendido por pessoas que mal falam português. As Irinas, os Vasilys e os Piotrs que me têm atendido são os menos culpados. Quando eu peço um número de Aveiro e o meu interlocutor não consegue entender o que eu digo, não faz a mínima ideia do que estou a falar, não sabe se Aveiro é uma cidade ou uma marca de gelados e me dá um número do Areeiro eu fico chateado. Claro que fico chateado. O pessoal da PT bem que podia dar alguma formação às pessoas que contrata. Mas não, é mais fácil e mais barato explorar quem vive em Portugal em situação precária e torrar a paciência aos portugueses do que fazer "the right thing". Serviços de informações? Digam antes "serviços de desinformações".
Ramo de oliveira
quarta-feira, julho 20, 2005
O primeiro a cair
Fica a sensação de que saíu do Governo um homem lúcido. Um político que tentou não mentir aos portugueses, que optou por não "dar palha ao animal", como o Governo de Sócrates tem vindo a fazer nestes cinco meses. A sua saída, sem dúvida motivada pela sua vontade de impor regras mais rígidas de comportamento aos seus ex-colegas de Governo, somada a uma certa tensão com o titular da Economia e com o próprio primeiro-ministro, terá sido precipitada pelo artigo editado no domingo pelo PÚBLICO. Um artigo lúcido, em que a coragem e o despreendimento rivalizavam com a ingenuidade. Campos e Cunha demitiu-se, saíu ou foi chutado do Governo. A história ainda está a ser apurada. Mas tenho a impressão de que ainda vamos ter saudades dele.
Para já, a sua saída é um péssimo sinal. Abre uma brecha que deixa entrever que algo está a apodrecer num Governo que tem um primeiro-ministro que confunde arrogância com autoridade. E que enganou os portugueses porque os portugueses quiseram ser enganados, tal era a sua vontade de se livrarem de PSL.
Policias !!!
Mas esta posição sindical é em tudo estranha, preocupante e com laivos de surrealismo. Então não deveria ser este o comportamento-regra da Polícia, em qualquer circunstância ???
Para a corporação policial, constrangimento orçamental parace,
agora, significar sensatez assumida. Ao menos valha-nos isso !!!
Eu ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado
terça-feira, julho 19, 2005
Viva Santiago!
E para a Marta e para o Pascal vão muitos beijos de parabéns de toda a equipa do Amor e Ócio e votos de felicidades para o Santiago. Que viva santiago!
segunda-feira, julho 18, 2005
Xô, capeta!
domingo, julho 17, 2005
Quero um amor maior
sábado, julho 16, 2005
Cai o sol no mar
Brilha o Farol da Barra
Vou no por-do-sol
Hoje eu não sei de nada
Vento azul
Fatal solidão
Céu da cor lilás
Brilha a primeira estrela
Qutras vêm atrás
Hoje eu penso nela
Vento azul
Fatal solidão
Vou pedir por nós dois ao Senhor do Bonfim
Quero paz pra você e pra mim
Nunca mais vou querer me afastar de você
Nunca mais enfrentar tempo ruim
Vejo alguém passar
Gente que acorda cedo
Onde está você
Hoje eu tenho medo
Vento azul
Fatal solidão
Vai amanhecer
Brilha aquela estrela
Onde está você
Hoje eu só quero vê-la
Meu amor, meu cais
Meu farol
sexta-feira, julho 15, 2005
e-mail da Isabel ao António
«António,
São 16:21, pelo que hoje, mais uma vez, não vai aceitar o meu convite para um café. Continuo sem saber o que disse ou fiz que o possa ter deixado assim. Talvez a minha reacção quando recebi o seu mail não lhe tenha agradado! Mas António, juro-lhe que a minha intenção era boa. Está há 3 anos e meio nesta empresa, merecia uma promoção! Cheguei há quatro meses apenas mas era tão óbvio que a nossa Directora Isabel precisava apenas de um gesto seu que revelasse alguma admiração por ela, para tomar a boa decisão! Achei que o ajudava se alterasse aqui e ali o texto, o imprimisse e o fizesse chegar, a ela. E depois o gabinete dela, envidraçado, aqui à sua (nossa) frente, ajudou a tornar coerente aquele discurso!
Enfim, é claro que decidi não levar muito a sério aquela confissão. Afinal, eu sou mais o género "action". Mas se quer saber, não esqueci uma única frase e, se não fosse tão casmurro, teria sentido algumas mudanças. Hoje, por exemplo, de que cor é o meu soutien? Gastei uma fortuna em lingerie e agora amua! Mais do que isso, parece que me odeia!
Ah, e não julgue que não percebi - eu e todos neste escritório! - começou a sair com a chefe. Desculpe falar-lhe assim mas porra António, aquilo era para ser apenas um rebuçado! Decidiu entregar o pacote todo, foi?
Se me quis fazer sentir um pouco especial, foi sol de pouca dura. Isabeis há muitas, mas Antónios então!
Enfim, quase me esquecia de lhe dizer o principal. Não guardo rancores e por isso continuo a pensar no seu futuro. Acho sinceramente que devemos ajudar-nos uns aos outros, como colegas, sempre que nos deparamos com uma oportunidade. Tenho uma amiga que tem um blog chamado Amor & Ócio e entreguei-lhe uma cópia do texto que me dedicou. A verdade é que o António escreve mesmo bem! Ela fez um post (é o nome que dão a cada "artigo") e as pessoas gostaram. Agora venho pedir-lhe permissão para lhe dar o seu email porque há leitores e leitoras que gostariam de entrar em contacto consigo. O blog é muito bem frequentado, por isso aviso-o já de que se deve manter afastado das leitoras, não repita a graça ou a proeza dos últimos dias com a nossa chefe. Sinceramente, António!
Outra coisa, como bem reparou, adoro brincos mas não uso anéis. Mas acho que não sabe, não são só os homens que não gostam de usar aliança. Eu, por exemplo, não gosto, até porque me provoca alergias. E isso não tem nada a ver com o facto de ser bem ou mal casada.
Amanhã às 15 horas, espero-o junto da máquina de café.
ass: Isabel»
*A MRF, aceitou o desafio de responder ao António!
Chegou a minha vez...
quinta-feira, julho 14, 2005
o escritor famoso
- Vim aqui com o propósito de lhe pedir o favor de ler este original de que sou autora. A sua opinião é importante. Talvez decisiva.
O escritor famoso estendeu a mão para segurar o original, enquanto lhe perguntou pelo nome.
- Maria Helena.
- Pois até o leio, Maria Helena, se me disser porque escreve. Sorriu.
- Bem…porque gosto de escrever!- Não é suficiente. Hoje, toda a gente gosta de escrever! Quase aposto que tem um blog…Tem?
- Não. Não tenho, mas escrevo num.
- É a mesma coisa. Pertence ao grupo banal e eclético daqueles para quem não é suficiente dizer. Pois claro que se acabaram as tertúlias de café. Hoje já ninguém conversa, a oralidade está a perder-se. Toda a gente quer fixar as palavras no papel ou no ecrã. No silêncio de um suporte qualquer. A honra da palavra extingue-se. A palavra dita está rouca. A vulgaridade escreve-se. Deve achar que o que tem para dizer é tão importante que tem de o fixar, gravar em caracteres, se possível impressos. Já ninguém conta. Já ninguém diz. Ambiciona escrever um livro…
- Lê ou não lê o original?
- Dá-lhe prazer escrever?
- Sim, claro!
- Nada é claro para quem escreve, minha senhora! Provavelmente tem aqui um depósito de coisas claras que vão ofuscar o leitor....
-E o senhor começou ou não a escrever livros?
-Tenho, como sabe, dezenas e dezenas de livros publicados, tiragens fenomenais. Faço sessões de autógrafos. Pedem-me para ler originais. No entanto, não tenho um blog, nem escrevo para nenhum…- Dê cá o original! Nunca imaginei que…
- Não! Desculpe… Agora vou ler o seu original. Pediu-me que o lesse. Ou acha que numa conversa me dizia tudo o que tem aqui escrito?
PS. Parece que o escritor famoso anda de blog em blog. Eu encontrei-o aqui http://www.divasecontrabaixos.blogspot.com
LULA !!!
Diogo Mainardi, VEJA.
BORGES !!!
António Borges, O Independente
SALGUEIRO !!!
João Salgueiro, Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Diario Económico.
quarta-feira, julho 13, 2005
Mais baianidades
Juca adoptou-me. Entrei no jardinzinho do albergue e ele saltou-me para o colo. Explicaram-me depois que o Juca é assim, de impulsos. Escolhe um visitante e faz dele o seu mundo durante o tempo que dura a visita. Não faz distinção de credos, raças, sexo, cor de pele. Já orbitou em torno de uma loura finlandesa, seguiu incansavelmente diversos baianos e baianas e acompamhou dezenas de gringos. Mas parece que sou o seu primeiro português. Eu saio para o Tamar, o projecto de protecção de tartarugas que funciona na praia, e ele vai atrás. Segue-me até ao restaurante, está ao meu lado enquanto meto moedas na máquina de lavar roupa, espera-me junto à casa de câmbio enquanto troco euros por reais. Eu ouço Celso Fonseca no leitor de mp3 de olhos postos no mar e o Juca escava a praia atrás de caranguejos, mete-se pelo meio do jogo de bola que decorre na areia rija da maré vazia, persegue um gato que se refugia na mangueirona que dá sombra ao largo da capelinha. O Juca é um amigão. É uma honra. Tem esta mania de lamber as suas partes baixas (as dele) mas ninguém é perfeito.
mais Palavras de Parede
http://visaoonline.clix.pt/default.asp?CpContentId=327029
terça-feira, julho 12, 2005
Baianidades
PS- Claro que não me multou. Eu ia depressa mas ela está apaixonada.
O que terá mudado, desde então?
Em Abril de 2000, o Centro Unesco, no Porto, recebeu a exposição "Levantar o véu das mulheres afegãs", organizada pelos Médicos do Mundo. Vinte e oito imagens denunciaram a brutal marginalização sofrida pelas mulheres afegãs. Diversos decretos talibas, acompanhavam as fotos. Esta iniciativa decorreu no âmbito de uma campanha levada a cabo pela União Europeia, denominada "Uma flor para as mulheres de Cabul".
Nessa altura, o Parlamento Europeu efectuava um apelo á comunidade internacional para denunciar a situação em que se encontram as mulheres deste país, desde a chegada ao poder dos Talibâns, em Outubro de 1996.
Antes da instauração do regime talibâ, as mulheres participavam na vida pública como estudantes e profissionais, inclusivé, no Parlamento.
Agora, a partir dos 12 anos, são obrigadas a usar burka.
O que terá mudado desde então?
Decretos dos Talibâns - medidas principais
- As mulheres assalariadas não devem trabalhar mais. Só podem sair cobertas com a Burka.
- As escolas para mulheres estão fechadas. As meninas só têm direito à educação corânica até à idade de nove anos.
- As drogas e o álcool são proíbidos."Quem beber será executado (...) e o seu corpo pendurado durante três dias".
- As pessoas que cometem adultério são apedrejadas publicamente até à morte. O assassinato é punido pelo "Quisas", que dá direito à família da vítima a vingar-se matando o culpado.
- às pessoas apanhadas em flagrante delito de furto será amputada a mão direita (a única autorizada para comer). Algumas vezes o culpado deverá, antes da amputação, submerger a sua mão em água a ferver.
- Os homens devem cobrir a cabeça. Não podem vestir à ocidental.
- A oração é obrigatória e os chefes religiosos e políticos devem entregar à milícia islâmica todos os que a recusem. Os autocarros devem parar à frente da mesquita mais próxima do seu precurso durante as horas de oração, para que os fiéis rezem.
- As reuniões de cinco pessoas (não talibâs) são proibidas.
- Os pássaros não devem estar engaiolados
- A música, a televisão, o vídeo e as festas de casamento são proibidos.
- Os bens do estado em mãos de privados devem ser restituídos.
- A rádio, a televisão e os jornais devem sujeitar-se à ideologia talibâ
- Os tribunais Sharai (que aplicam a Sharia) serão predominantes em todas as estruturas administrativas do estado.
PERGUNTAS
E tinha uma boca de anjo pálido?
Em que sítio estavas quando o Che foi estampado
Nas camisolas das teen-agers de todos os estados da América?
Em que covil ou gruta esconderam as suas armas
Para com elas fazer posters cinzeiros e emblemas?
Onde te encontravas quando lançaram mão a isto?
E atrás de quê te ocultavas quandoMataram Luther King para justificar sei lá que agressões
Ao mesmo tempo que viamos Música no Coração
Mastigando chiclets numa matinée do cinema Condes?
Por onde andavas que não viste os corações brancos
Retalhados na Coreia e no Vietname
Nem ouviste nenhuma das canções de Bob Dylan
Virando também as costas quando arrasaram Wiriammu
E enterraram vivasMulheres e crianças em nome
De uma pátria una e indivisível?
Que caminho escolheram os teus passos no momento em que
Foram enforcados os guerrilheiros negros da África do Sul
Ou Allende terminou o seu último discurso?
Ainda estavas presente quando Victor JaraPronunciou as últimas palavras?
E nem uma vez por acaso assististe
Às chacinas do Esquadrão da Morte?
Fugiste de Dachau e Estalinegrado?
Não puseste os pés em Auschwitz?
Que diabo andaste a fazer o tempo todo
Que ninguém te encontrou em lugar algum.
Joaquim Pessoa
Dei conta...
Dei conta que é estranho estar sentada num concerto do Zeca
Dei conta que, desta vez, não tinha uma cerveja na mão
Dei conta que o Rivoli é a minha sala de eleição, mas prefiro ouvir o Zeca no Palácio de Cristal
Dei conta que a acústica estava boa
Dei conta que o público que estava no Rivoli é uma imensa minoria
Dei conta que muitos não tiveram à vontade para se levantarem e dançaram na cadeira
Dei conta que o Rivoli ficou dividido entre os que dançaram sentados e os que dançaram de pé
Dei conta que muitos sabem de cor as letras das músicas que o Zeca canta
Dei conta que o Zeca não muda o estilo e ainda bem
Dei conta que ele repetiu uma piada no palco, que eu já tina ouvido o ano passado
Dei conta que ele canta lindamente o Frágil do Jorge Palma
Dei conta que ele não cantou Cigarro
Dei conta que saiu uma reportagem sobre o Zeca, na revista Visão da semana passada
Dei conta que para o ano, Baleiro promete um CD inteiramente dedicado à música portuguesa
Dei conta que Arari fica no maranhão brasileiro e eu não consigo deixar de cantar "estou aqui..."
Dei conta, mais uma vez, que o Zeca é um sentidor, um poeta, um músico de convicções
(...)
O novo CD do Zeca. Cigarro, a musica que mais me comove de tanto que me diz! Para ouvir, ouvir, ouvir, ouvir...
segunda-feira, julho 11, 2005
À tardinha...
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
domingo, julho 10, 2005
Pelourinho
Escrevo num cibercafé com vista para a Igreja Dos Negros, construída com as dádivas dos escravos libertos. É das igrejas menos ricas de salvador e se calhar a mais bonita a seguir ao Senhor do Bonfim. Alia ao lado fica a sede do Afoxé Filhos de Ghandi, o preferido de Jorge Amado, de Caeatano, de tantos outros. Na praça dois travestis escandalosos fazem tranças nos cabelos das menininhas. O sol brilha e com ele brilha o Pelourinho inteiro. Um gringo, um americano, empurra um insistente vendedor de fitinhas e estala uma briga. Um dos travestis avança, tesoura na mão, pronta a abrir a barriga ao gringo gordo, branquelas, suado, suado de medo. Duas mulheres polícia, unhas pintadas de vermelho, lábios pintados de vermelho, escuras como as mulheres rendeiras, salvam o gringo, leva~-no para o abrigo de um café. Volta o batuque da capoeora, homens de tronco nu rodopiam, o largo volta a encher-se de sorrisos. Dona Telma voltou. Está lá fora, a fazer-me sinais com úma das mãos, enquanto outra segura um fitinha do Senhor do Bonfim. Sei que é para mim. Vou aceitar. Começou a chover. Vou lá para fora. O batuque calou-se mas ainda o sinto no meu peito.
sábado, julho 09, 2005
A tempestade pregou-me um dos maiores sustos da minha vida quando obrigou o avião a abortar por três vezes a aterragem no aeroporto. Primeiro era a chuva que não deixava ver nada, depois foi o vento que fez balançar o avião como uma folha de papel e por fim os nervos do piloto quase cederam. Quando, finalmente, as rodas tocaram o asfalto, rebentou uma salva de palmas no interior do Boeing. Havia gente a chorar, havia gente a benzer-se. E eu próprio, veterano de aterragens emocionantes (em Pristina e Sarajevo, por exemplo, ou no velho aeroporto de Hong Kong) dei por mim a respirar de alívio. Nos longos minutos de tensão dei por mim a escrever na minha cabeça a notícia do eventual acidente, com um lead acutilante e um fecho de fazer chorar as pedras da calçada. Mas tudo correu bem.
Tenho pena das pessoas que escolheram Salvador para passar as férias de Verão. Principalmente as que o fizeram por causa da praia. O vento e chuva destroem qualquer chance de sossego e tornam qualquer saída uma aventura para contar aos netos. O Pelourinho parecia abandonado ontem à noite e julgo que até vi abrigada numa esquina a alma encharcada de Quincas Berro e Água.
Logo que puder regresso para dar mais novidades. Há gente sobre a qual quero falar-vos. Gente como o seu Marivaldo, a Gilvanilda, a Dadá e outros baianos. Mas isso fica para mais tarde. Agora é hora de ir para a rua enfrentar a tempestade.
sexta-feira, julho 08, 2005
A língua islandesa é muito traiçoeira...
Fazer a trouxa e zarpar
London, London
ULTIMA TENTAÇÃO
Ficaram os dois numa desesperante frustação.
Não há dúvida que o Paraíso está a tornar-se cada vez mais chato!
Mário-Henrique Leiria, Alguns Contos do Gin-Tónico.
quinta-feira, julho 07, 2005
Bagagem curiosa
O menino de 3 anos de idade viajava ontem pela região metropolitana de Belo Horizonte assim...Do lado de dentro da mala. O pai, um copeiro de 23 anos de idade, foi detido depois de ter sido denunciado pelo 190. Ele informou à polícia que carrega va o filho na mala para protegê-lo do frio... A criança não apresentou sinais de maus tratos. Estranha demonstraçào de amor paternal.
A song every day
A song every day,
A song every day.
DACHAU
Onde estão todos os túmulos de todos os homens
que morreram na terra desde os dias de outrora?
Uma sepultura é cavada sobre outra,
e corpos são enterrados sobre corpos;
em buracos na terra eles jazem juntos
os pedaços de cal e as pedras preciosas.
Moisés ben Jacob Ha-Sallah ibn Ezra
Why are you troubled and frightened, my soul?
Be still and dwell where you are.
Since the world to you is small as a hand,
you won’t, my storm, get far.
Better than pitching from court to court
is sitting before the throne of your Lord;
if you distance yourself from others you’ll flourish
and surely see your reward.
If your desire is like a fortified city,
a siege will bring it down in time:
You have no portion here in this world –
so wake for the world to come.
Solomon Ibn Gabirol