segunda-feira, julho 25, 2005

 

A propósito de um comentário colocado no post anterior


Caro C. Indico: a minha Costa Nova é a da infância. Está na minha cabeça. Tem manhãs de nevoeiro, a ronca da Barra, chafarizes junto à água, água junto às casas, moliceiros e mercantéis na Ria, barracas de pano às tiras alinhadas até ao mar; tem a minha avó a escolher fruta no mercado e a sorrir,tem intermináveis futeboladas no areal da maré baixa. Tem amonas e pirolitos, bailes no cinema velho,tendas de circo no largo do mercado, caranguejos pescados com um cordel, um pedaço de bacalhau e uma concha; tem sabor a Tulicreme e cheiro a urze e maresia. Tem manhãs passadas no mar e tardes na Biarritz e amigos tão desinteressados que ainda hoje são meus amigos. A minha Costa Nova representa o doce delírio do primeiro amor.
A actual Costa Nova é só um lugar que tem o mesmo nome.

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