quarta-feira, novembro 30, 2005
Coisas que nos ajudam a suportar os dias cinzentos (2)
O famoso calendário Pirelli já está disponível online, o que é uma dádiva dos céus porque, como sabem, só meia-dúzia de felizardos têm a sorte de receber a versão em papel. Giselle Bundchen, Kate Bush e uma irreconhecível Jeniffer Lopez (na foto) são as estrelas da edição deste ano, inspirado nas grandes divas do cinema. O link é este e vale a pena a visita. Para aquecer estes dias frios de Outono. Have fun!
Coisas que nos ajudam a suportar os dias cinzentos
Já está à venda a caixa de quatro discos de June Tabor. Chama-se Always, e para além de alguns originais, permite revisitar a carreira da melhor cantora folk do Reino Unido. Cantora folk é pouco - June é mesmo a melhor cantora do Reino Unido. Ponto. Ideal para escutar à lareira, com o nosso amor à distância de um braço.
PS - June actua sexta feira à noite no Centro de Artes de Famalicão, e repete o concerto no sábado, no Teatro Aveirense.
PS - June actua sexta feira à noite no Centro de Artes de Famalicão, e repete o concerto no sábado, no Teatro Aveirense.
terça-feira, novembro 29, 2005
passem a mensagem, p.f.
«Venho falar-vos de um livro de receitas para crianças, que acabou de ser editado através da editora Sopa de Letras, pela Acreditar – Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro. Vai estar à venda directamente na Acreditar (R. Prof.Lima Basto nº 73, em frente do IPO) ou nas livrarias, desde o dia 21 de Novembro). Não deixem de o comprar para oferecer aos vossos filhos, sobrinhos, afilhados, primos, e amigos....e ao mesmo tempo ajudarem uma boa causa.
Se puderem, divulguem a familiares e amigos.
Obrigada a todos
Pedro
Nota final:
Foi um desafio, um privilégio e um prazer participar neste projecto desde o inicio.
Agora é a vossa vez de ajudar as crianças que precisam da ACREDITAR ou de acreditar num futuro, no futuro que não consegui dar à minha filha.
"está tudo óptimo" respondia frequentemente a minha filha Joana quando lhe telefonavam
"está tudo óptimo" é uma historia inventada sobre a Joana e a Madalena no mundo da culinária.
"está tudo óptimo" é uma pequena homenagem a todas as Joanas e Madalenas que já não estão fisicamente no nosso dia-a-dia.
Se puderem, divulguem a familiares e amigos.
Obrigada a todos
Pedro
Nota final:
Foi um desafio, um privilégio e um prazer participar neste projecto desde o inicio.
Agora é a vossa vez de ajudar as crianças que precisam da ACREDITAR ou de acreditar num futuro, no futuro que não consegui dar à minha filha.
"está tudo óptimo" respondia frequentemente a minha filha Joana quando lhe telefonavam
"está tudo óptimo" é uma historia inventada sobre a Joana e a Madalena no mundo da culinária.
"está tudo óptimo" é uma pequena homenagem a todas as Joanas e Madalenas que já não estão fisicamente no nosso dia-a-dia.
Ronaldinho
Aqui fica a nossa homenagem ao genial Ronaldinho, do Barcelona, que conquistou ontem o troféu de "melhor jogador do ano" da FIFA.
Brasil, Brasil
Afinal...
afinal parece que o Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, perdeu mesmo o mandato por faltas de vereador da câmara de Penamacor. Ora vejam isto aqui
segunda-feira, novembro 28, 2005
da insustentável leveza do ser
«Sabina é a beleza sensual, a leveza, a paixão, a liberdade – a paixão de Thomas pela indomável pintora tem, por isso, algo de auto-erótico, pelo facto de parecerem tão semelhantes (como se vê na cena do espelho com o chapéu-de-coco como acessório sexual).
(...)
O dilema de Teresa é diferente do de Thomas. Teresa está preocupada com a alma. Com o culto do EU. Inteligente e autodidacta aspira a elevar-se intelectualmente. Preocupa-a a ligação a correspondência, de cariz algo platónico, entre o corpo e a alma. Idealista e apaixonada, sucumbe à atracção fatal de Thomas, fruto de uma série de acasos sucessivos, que ela julga ser obra do destino ou de qualquer outra entidade superior, algo que anula o livre-arbítrio.A sua paixão por Thomas deixa, no entanto, a sua alma dividida, anula o seu equilíbrio psíquico, desenvolvendo um receio paranóico de ver-se abandonada, substituída.»
Mais aqui. No blog da Claudia Sousa Dias.
(...)
O dilema de Teresa é diferente do de Thomas. Teresa está preocupada com a alma. Com o culto do EU. Inteligente e autodidacta aspira a elevar-se intelectualmente. Preocupa-a a ligação a correspondência, de cariz algo platónico, entre o corpo e a alma. Idealista e apaixonada, sucumbe à atracção fatal de Thomas, fruto de uma série de acasos sucessivos, que ela julga ser obra do destino ou de qualquer outra entidade superior, algo que anula o livre-arbítrio.A sua paixão por Thomas deixa, no entanto, a sua alma dividida, anula o seu equilíbrio psíquico, desenvolvendo um receio paranóico de ver-se abandonada, substituída.»
Mais aqui. No blog da Claudia Sousa Dias.
um texto de Claudia Sousa Dias, sobre o livro A Insustentavel Leveza do Ser, fez-me recordar deste filme...
sábado, novembro 26, 2005
Daspu?
Acho que quase toda a gente já ouviu falar da DASLU, o conglomerado de lojas de São Paulo que vende roupa das mais prestigiadas marcas a preços de estarrecer. Há poucos meses, a sócia principal da DASLU (frequentada por 10 em cada 10 socialites brasileiras) amargou um par de dias na cadeia por suspeita de fuga ao fisco. Mas já está em liberdade e os negócios continuam a correr de feição.
Esta introdução vem a propósito de uma notícia sensacional publicada na revista Isto É desta semana. Duas prostitutas do Rio decidiram lançar uma nova linha de roupas sensuais e, num rasgo de génio, baptizaram a empresa com o nome de DASPU!
DASPU! Não é simplesmente delicioso? Há todo um tratado de sociologia contido nestas duas sílabas.
A história merece ser lida na íntegra. Para isso, basta clicar aqui
Esta introdução vem a propósito de uma notícia sensacional publicada na revista Isto É desta semana. Duas prostitutas do Rio decidiram lançar uma nova linha de roupas sensuais e, num rasgo de génio, baptizaram a empresa com o nome de DASPU!
DASPU! Não é simplesmente delicioso? Há todo um tratado de sociologia contido nestas duas sílabas.
A história merece ser lida na íntegra. Para isso, basta clicar aqui
sexta-feira, novembro 25, 2005
Faz de conta...
Faz de conta que isto é uma carta em papel com marca de água. Lisa e branca. Cheia de letras manuscritas, com tinta preta. E faz de conta que o carteiro ta vai entregar, dentro de um envelope, com um selo dentado, lambido, colado, meio torto, no canto superior direito. Estou nos CTT do Ameal e saio alegre, por te ter escrito uma carta, cheia de letras manuscritas, a tinta preta, como a que tu me enviaste, de São Martinho do Porto, há mil anos atrás.
Meu querido,
Neste dia deveria ter algo especial para te dizer. Mas não tenho.
Aos teus pais sim, tenho de agradecer. Muito. Por este dia.
A ti ou a alguém magistral, só quero agradecer o jeito, o toque. Não sei se uma fada, um duende ou até deus, te empurrou para aqui. Só sei que estou grata por isso. Porque, sem ti, a minha vida não era feliz. Talvez fosse só contente. Aplica-se a ti e a mais meia dúzia de pessoas, empurradas por fadas, duendes ou até elfos. É tão, mas tão bom, terem caído, aqui, dentro do meu abraço.
São duas da manhã e a carta que te quero escrever já a escrevi infinitas vezes na minha cabeça. Nunca começa da mesma forma. Acontece-me frequentemente. Escrevo cartas, algumas longas, outras curtas, umas agradáveis, outras nem por isso e, depois, não as envio. Ficam suspensas, até acontecerem, ou não.
Já falamos sobre isso. O quanto gosto de receber cartas e a velocidade com que as escrevo aos outros, mentalmente. Até já falamos do carteiro da minha infância.
Contigo já falei sobre tudo, com o coração completamente nu sobre a mesa. E os olhos, nos teus, de onde partem e atracam barcos, às vezes de meia em meia hora. Outras vezes em facções de sonhos, muito teus. Lembras-te?
E tenho sempre de te contar a vida. Antes ou depois de acontecer.
Talvez por isso sejas o mais inteiro receptor dos meus erros, das minhas dúvidas, das minhas angústias, das minhas recordações, dos meus medos, da minha alegria,
Recebes e guardas. Tudo. Sei que sim. Na eventualidade de me esquecer ou de não me querer recordar, és o depósito mais claro e fiel do meu nome.
Contigo é possível pisar chão menos firme ou voar para um sítio qualquer chamado saudade. Até o futuro fica muito mais acolhedor, contigo dentro. Contigo perto. Contigo à volta. Por isto e pelo indizível, pelo que continua na carta manuscrita, a tinta preta, eu, hoje não tenho nada especial para te dizer. Porque todos os dias agradeço, a elfos, fadas, duendes e deuses, o facto de nos terem empurrado para dentro do nosso abraço.
Sabes: ter uma melhor amiga soa-me muito pueril!
Só na primária me aconteceu. Era a Maria do Céu.
Hoje tenho amigas, lindas e inteligentes. Impossível ter uma melhor...
Ter um melhor amigo soa-me a “mulher com muita sorte”!
Porque a caminhada que fizemos é longa, inteira e clara e, mais longo, ainda, é o caminho que quero para nós. Todos.
À nossa vida, à nossa amizade e…aos nossos!
Brindemos com um Porto Quinta do Noval ;)
Meu querido,
Neste dia deveria ter algo especial para te dizer. Mas não tenho.
Aos teus pais sim, tenho de agradecer. Muito. Por este dia.
A ti ou a alguém magistral, só quero agradecer o jeito, o toque. Não sei se uma fada, um duende ou até deus, te empurrou para aqui. Só sei que estou grata por isso. Porque, sem ti, a minha vida não era feliz. Talvez fosse só contente. Aplica-se a ti e a mais meia dúzia de pessoas, empurradas por fadas, duendes ou até elfos. É tão, mas tão bom, terem caído, aqui, dentro do meu abraço.
São duas da manhã e a carta que te quero escrever já a escrevi infinitas vezes na minha cabeça. Nunca começa da mesma forma. Acontece-me frequentemente. Escrevo cartas, algumas longas, outras curtas, umas agradáveis, outras nem por isso e, depois, não as envio. Ficam suspensas, até acontecerem, ou não.
Já falamos sobre isso. O quanto gosto de receber cartas e a velocidade com que as escrevo aos outros, mentalmente. Até já falamos do carteiro da minha infância.
Contigo já falei sobre tudo, com o coração completamente nu sobre a mesa. E os olhos, nos teus, de onde partem e atracam barcos, às vezes de meia em meia hora. Outras vezes em facções de sonhos, muito teus. Lembras-te?
E tenho sempre de te contar a vida. Antes ou depois de acontecer.
Talvez por isso sejas o mais inteiro receptor dos meus erros, das minhas dúvidas, das minhas angústias, das minhas recordações, dos meus medos, da minha alegria,
Recebes e guardas. Tudo. Sei que sim. Na eventualidade de me esquecer ou de não me querer recordar, és o depósito mais claro e fiel do meu nome.
Contigo é possível pisar chão menos firme ou voar para um sítio qualquer chamado saudade. Até o futuro fica muito mais acolhedor, contigo dentro. Contigo perto. Contigo à volta. Por isto e pelo indizível, pelo que continua na carta manuscrita, a tinta preta, eu, hoje não tenho nada especial para te dizer. Porque todos os dias agradeço, a elfos, fadas, duendes e deuses, o facto de nos terem empurrado para dentro do nosso abraço.
Sabes: ter uma melhor amiga soa-me muito pueril!
Só na primária me aconteceu. Era a Maria do Céu.
Hoje tenho amigas, lindas e inteligentes. Impossível ter uma melhor...
Ter um melhor amigo soa-me a “mulher com muita sorte”!
Porque a caminhada que fizemos é longa, inteira e clara e, mais longo, ainda, é o caminho que quero para nós. Todos.
À nossa vida, à nossa amizade e…aos nossos!
Brindemos com um Porto Quinta do Noval ;)
quinta-feira, novembro 24, 2005
Celso Fonseca
Celso Fonseca, o meu brasileiro de estimação, vai estar esta noite no Centro de Artes de Famalicão. Amanhã é a vez de Vila Real e sábado vai actuar, finalmente, no Aveirense, no âmbito do festival Sons Em Trânsito. Já aqui escrevi, muitas vezes, que o considero o mais talentoso compositor e cantor da sua geração. Esta noite, os portugueses começam a ter a oportunidade de confirmar ou desmentir a veracidade dessa afirmação. Proponho-vos que assistam a dois videoclips de Celso: Festas de Fim de Ano - 2004, e
Slow motion Bossa Nova - 2004. O segundo tem como estrela a bela Giselle Bundchen, caminhando com a graça que só ela possui nos passeios de Leblon e Ipanema. Basta clicar na foto e entrar na página. E não percam os concertos.
Slow motion Bossa Nova - 2004. O segundo tem como estrela a bela Giselle Bundchen, caminhando com a graça que só ela possui nos passeios de Leblon e Ipanema. Basta clicar na foto e entrar na página. E não percam os concertos.
meias palavras
Amanhã, dia 25, volta a ser um dia muito especial para mim. O de hoje, está quase quase, a converter-se num dia... que quero comemorar todos os anos. A partir de hoje...
Viva o momento...
"A efémera tem uma esperança de vida de apenas um dia... Mas será que isso a preocupa? Nem um bocadinho... Porque ela preenche esse dia com as coisas que mais adora ... Se calhar, nós que vivemos tantos anos, temos algo a aprender com isto. Pense um segundo... Se aproveitasse a vida como a efémera, já imaginou como seria? Viva o momento..."
Também gosto deste anúncio da Vodafone que roubei aqui.
Também gosto deste anúncio da Vodafone que roubei aqui.
quarta-feira, novembro 23, 2005
Post-it de última hora
A esta diva aqui em baixo atribuem a seguinte afirmação:
A felicidade reside em se ter óptima saúde e péssima memória.
Será?
E o que é que eu faço com a minha memória de elefante ;)
A felicidade reside em se ter óptima saúde e péssima memória.
Será?
E o que é que eu faço com a minha memória de elefante ;)
segunda-feira, novembro 21, 2005
Aveiro by night...
E disse-lhes: por favor, não vão já embora! Ainda tenho muito para vos ouvir. Gostava de saber mais sobre as vossas palavras. E, já agora, sobre o que me disse o vosso olhar e as vossas mãos.
Não o disse em voz alta. Por isso eles não me ouviram.
Luna, a guerreira pós-moderna, cor de chocolate, levantou-se. E eu quase lhe pedi para ir com ela. Quase. Para conversarmos, viagem fora e eu lhe poder perguntar, sem que ninguém mais ouvisse, qual a marca do chocolate que põe na pele e lhe confere aquele efeito crunch.
Teria feito todas as viagens, com cada um que deixou o Navio mais cedo.
Fiz outras. Ali, à volta da vida. Com a divina anfitriã, a doce Claudia, a enérgica Hipátia, a atenciosa Sónia e a jovem O`Sanji. Só mais tarde me apercebi que Cangonja também lá estava, no mesmo sofá vermelho. Atenta aos fios com que se tecem tertúlias.
Desculpa! Às vezes sou tão pitosga.
A noite estava clara. Chovia vagamente. Podíamos ver gaivotas. Se quiséssemos. Por momentos quis ser o Ivo. Ele pode ir embora muito acompanhado. Quase todos sairam com ele! O ikibuku, o Lino Centelha, o Prólogo, o Quaise, Sísifo. Todos se levantaram como o Ivo. Quase o atropelavam. Iam todos para Lisboa, ou não. Não perguntei. Tantos, que fiquei sem saber de quem era aquele sorriso. Com eles, saíram, ainda, Fausta, a bem humorada da Fausta e, também, as Palavras em Linha. Às Palavras em Linha, disse-lhe tão baixo, que não pôde ouvir: és o decalque das tuas palavras. Em linha ou desalinhadas, são como luz, no cairel rendado da noite.
O Manel também saiu. É tão parecido com o blog! O blog do Manuel é um Senhor.
Com ele, saiu também o Finúrias. O Finúrias apenas se parece vagamente com o que escreve. Às vezes. Achei-o muito mais parecido com os seus registos fotográficos.
Com o Pelo Urso, também não falei. Mas imaginei-o sentado à volta da fogueira. A Didas e o Japinho, estavam lá. Iguais a si mesmo. Como da outra vez que lhes vi o rosto. A Lilly Rose…bem, a Lilly é a sensusibilidade em pessoa. Não, não é um erro. É só a tentativa de criar uma osmose entre o sensual e o sensível. Porque ela é assim.
O Navio. O Navio é de espelhos. às vezes acontece de nos mirarmos nos livros e de nos vermos reflectidos, ou dentro deles. Ou no miolo, ou na lombada. Na capa, também. Às vezes acontece. Ao Ivar não disse muitas vezes que gosto imenso do poema Palestina. Mas é verdade. Todos gostam. Todos gostamos.
Entramos num Navio flutuante. Com uma mulher ao leme. Uma mulher que pontua as palavras com gestos cuidados. Às vezes acontece. Noite dentro. Viagem fora. Por causa de um Escritor Famoso a quem a bela diva deu ouvidos. E nós também.
Quis dizer-lhes: por favor, não vão já embora! Ainda tenho muito para vos ouvir. Gostava de saber mais sobre as vossas palavras. E, já agora, sobre o que me disse o vosso olhar e as vossas mãos.
Obrigada a todos.
Não o disse em voz alta. Por isso eles não me ouviram.
Luna, a guerreira pós-moderna, cor de chocolate, levantou-se. E eu quase lhe pedi para ir com ela. Quase. Para conversarmos, viagem fora e eu lhe poder perguntar, sem que ninguém mais ouvisse, qual a marca do chocolate que põe na pele e lhe confere aquele efeito crunch.
Teria feito todas as viagens, com cada um que deixou o Navio mais cedo.
Fiz outras. Ali, à volta da vida. Com a divina anfitriã, a doce Claudia, a enérgica Hipátia, a atenciosa Sónia e a jovem O`Sanji. Só mais tarde me apercebi que Cangonja também lá estava, no mesmo sofá vermelho. Atenta aos fios com que se tecem tertúlias.
Desculpa! Às vezes sou tão pitosga.
A noite estava clara. Chovia vagamente. Podíamos ver gaivotas. Se quiséssemos. Por momentos quis ser o Ivo. Ele pode ir embora muito acompanhado. Quase todos sairam com ele! O ikibuku, o Lino Centelha, o Prólogo, o Quaise, Sísifo. Todos se levantaram como o Ivo. Quase o atropelavam. Iam todos para Lisboa, ou não. Não perguntei. Tantos, que fiquei sem saber de quem era aquele sorriso. Com eles, saíram, ainda, Fausta, a bem humorada da Fausta e, também, as Palavras em Linha. Às Palavras em Linha, disse-lhe tão baixo, que não pôde ouvir: és o decalque das tuas palavras. Em linha ou desalinhadas, são como luz, no cairel rendado da noite.
O Manel também saiu. É tão parecido com o blog! O blog do Manuel é um Senhor.
Com ele, saiu também o Finúrias. O Finúrias apenas se parece vagamente com o que escreve. Às vezes. Achei-o muito mais parecido com os seus registos fotográficos.
Com o Pelo Urso, também não falei. Mas imaginei-o sentado à volta da fogueira. A Didas e o Japinho, estavam lá. Iguais a si mesmo. Como da outra vez que lhes vi o rosto. A Lilly Rose…bem, a Lilly é a sensusibilidade em pessoa. Não, não é um erro. É só a tentativa de criar uma osmose entre o sensual e o sensível. Porque ela é assim.
O Navio. O Navio é de espelhos. às vezes acontece de nos mirarmos nos livros e de nos vermos reflectidos, ou dentro deles. Ou no miolo, ou na lombada. Na capa, também. Às vezes acontece. Ao Ivar não disse muitas vezes que gosto imenso do poema Palestina. Mas é verdade. Todos gostam. Todos gostamos.
Entramos num Navio flutuante. Com uma mulher ao leme. Uma mulher que pontua as palavras com gestos cuidados. Às vezes acontece. Noite dentro. Viagem fora. Por causa de um Escritor Famoso a quem a bela diva deu ouvidos. E nós também.
Quis dizer-lhes: por favor, não vão já embora! Ainda tenho muito para vos ouvir. Gostava de saber mais sobre as vossas palavras. E, já agora, sobre o que me disse o vosso olhar e as vossas mãos.
Obrigada a todos.
Sabe-se que Jorge Sampaio e Mário Soares são do mesmo partido, mas também não era necessário que o actual Presidente da República dedicasse a sua última Presidência Aberta aos problemas da terceira idade...
(Claro que a "piada" é rasca, mas a iniciativa é estimável. Querem outra piada rasca? "Será verdade que Carlos Silvino é o mandatário para a juventude da candidatura de José Maria Martins"?).
(Claro que a "piada" é rasca, mas a iniciativa é estimável. Querem outra piada rasca? "Será verdade que Carlos Silvino é o mandatário para a juventude da candidatura de José Maria Martins"?).
World Press Photo
Da imprensa
«(...) nesta melancólica campanha, que lhe corre mal e não se endireita, Soares chegou inesperadamente a uma certa grandeza. Mesmo errando em tudo, ou quase tudo, não erra no principal: a fidelidade a si próprio e ao que sempre desejou na vida. Herdeiro de uma grande tradição política e parte proeminente dela, não suporta um homem sem passado, autoritário e vazio, à frente da República. Aristocrata e cosmopolita, odeia esta "Europa" incivilizada e "americanizada", dividida e conflituosa, que se afunda pouco a pouco, entregue a nulidades de ocasião. E não consegue ficar quieto no seu canto, "empalhado", "Pai da Pátria", enquanto cai à volta tudo aquilo que ele admirou e por que sofreu. A coragem de resistir nunca lhe faltou e não lhe faltou agora, na altura mais difícil. É bom que ele exista.»
Vasco Pulido Valente, «É bom que ele exista», Público, 20.11.2005
Vasco Pulido Valente, «É bom que ele exista», Público, 20.11.2005
Sitting, Waiting, Wishing...
Espero que gostem de Jack Johnson...porque assim de repente não me lembro de melhor banda sonora para começar a semana...basta clicar na imagem para ouvirSitting Waiting Wishing
E quem quiser ver o videoclip (e vale bem a pena) deve clicar AQUI
E quem quiser ver o videoclip (e vale bem a pena) deve clicar AQUI
Paulo Leminiski
Razão de ser
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski
Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski
Antena Paranóica
Roubei esta imagem descaradamente ao Antena Paranóica, um excelente blogue de Nonato Albuquerque, jornalista de Fortaleza, Ceará. Simplesmente adoro este cachorro. Sorry, Nonato, mas foi mais forte do que eu...
sexta-feira, novembro 18, 2005
Yoga indiano versus Yoga português
Cartas ao Pai Natal (da autoria do blogue http://eroticidades.blogspot.com)
O seu a seu dono. As divertidas cartas que se seguem são do blogue http://eroticidades.blogspot.com
(link). Chegaram-nos via email através de uma das pessoas que mais fornece graciosamente conteúdos para esta casa e por isso não questionámos a sua autoria. Devíamos tê-lo feito. Graças à caixa dos comentários descobrimos que as cartas são do eroticidades. Por isso, aqui fica a correcção e o pedido de desculpas. Decidimos manter o post porque as cartas são, de facto, muito divertidas e merecem toda a divulgação possível. Parabéns a(os) autor(es)!
Cartas ao Pai Natal V - Mário Soares
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto…
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
Cartas ao Pai Natal IV - Manuel Alegre
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Assinado: Manuel Alegre
Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louça
Cartas ao Pai Natal II - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva
Cartas ao Pai Natal I - Jerónimo de Sousa
Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara's não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!
Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)
(link). Chegaram-nos via email através de uma das pessoas que mais fornece graciosamente conteúdos para esta casa e por isso não questionámos a sua autoria. Devíamos tê-lo feito. Graças à caixa dos comentários descobrimos que as cartas são do eroticidades. Por isso, aqui fica a correcção e o pedido de desculpas. Decidimos manter o post porque as cartas são, de facto, muito divertidas e merecem toda a divulgação possível. Parabéns a(os) autor(es)!
Cartas ao Pai Natal V - Mário Soares
Pai Natal
Acordei agora da sesta. Tive um sonho original.
Conversei com a Maria
E achamos que não é sonho
Mas uma ideia genial!
Já fui ministro, primeiro-ministro
E duas vezes presidente deste país
Está na hora de mudar de ares
Aceitar novos desafios
Levar mais longe o nome de Portugal
Ou o meu nome… Como sempre quis.
Como tu tenho já uma certa idade
E no ventre a mesma proeminência
Decidi que para o ano quero ser o Pai Natal.
Portanto…
Olha pá faz as malas. Desocupa a Lapónia.
Vou ser eu o Pai Natal.
Tem lá paciência.
Assinado: Mário Soares
(Ex-deputado. Ex-Primeiro Ministro. Ex-Presidente da Republica. Ex-Deputado europeu. Futuro Pai Natal)
Cartas ao Pai Natal IV - Manuel Alegre
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena páre
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Assinado: Manuel Alegre
Cartas ao Pai Natal III - Francisco Louçã
Isto não é uma carta!
É um manifesto. Um protesto. Uma petição
Assinada por dezenas de intelectuais
E outras pessoas que jamais
Se reviram numa festa
Bacanal
Orgia de oferendas
Dadas sem qualquer critério
E que perpetuam uma tradição
Caduca. Reaccionária. Clerical.
Que tu representas oh pai do natal.
Com esta petição pretendemos
Que a data seja referendada
Não imposta, decretada
Por um estado economicista e liberal
E que seja celebrada quando um homem quiser
Não à roda da mesa. Consoada.
Mas num portuguesíssimo arraial.
Assina: Francisco Louça
Cartas ao Pai Natal II - Aníbal Cavaco Silva
Excelentíssimo Senhor Doutor Pai Natal
Venho por esta via pedir para a minha Maria
O Kama Sutra, versão condensada
Não sei se a minha Maria teria
Para a versão completa e ilustrada
Suficiente pedalada.
Eu para mim
Por ora nada peço
E de momento nada digo
Não abdico do meu direito de manter o suspense
E de fazer tabu do meu posterior pedido.
Mas…. E só isto adianto
Não preciso de Viagra
Para acompanhar a minha Maria na leitura
Do acima citado livro
Que teso e hirto ando eu sempre
Não precisando por isso de muleta
Ou qualquer outro suplemento
Para manter a rigidez
E o meu porte sobranceiro.
Despeço-me atentamente economizando palavras
Porque como vossa Excelência sabe:
Os tempos são de crise e tempo é dinheiro.
Assina o Professor Doutor:
Cavaco Silva
Cartas ao Pai Natal I - Jerónimo de Sousa
Camarada
Tu que és explorado pela entidade patronal
Durante a época do Natal
Usado como símbolo do capitalismo
Para fomentar o consumismo
Desenfreado, descontrolado
Que enriquece a burguesia
E empobrece o proletariado
Junta-te a nós no combate
Contra a guerra no Iraque
Oferece Che Guevara's não ofereças Action Man's
Luta pela igualdade feminina
Não dês Barbies mas Matrioshkas
Educa as crianças de hoje
Comunistas amanhã
Substitui o Harry Potter pelo livro "O Capital".
Camarada
Reivindica o teu direito a um transporte decente
Pára o trenó e as renas
Que não é veículo de gente operária e trabalhadora
Como tu oh pai natal!
Unidos venceremos o imperialismo e os reaccionários
Viva o Natal dos oprimidos
Viva o Natal dos operários!
Assinado pelo candidato: Jerónimo de Sousa
(Carta aprovada por unanimidade e braço no ar pelo Comité Central do PCP)
Evolução?
!!!!!
«Foi uma página que voltei na minha vida, não penso voltar a exercer responsabilidades políticas.»
Cavaco Silva, Lusa, 15 de Janeiro de 1996
Cavaco Silva, Lusa, 15 de Janeiro de 1996
quinta-feira, novembro 17, 2005
Saudades do Pelourinho
quarta-feira, novembro 16, 2005
Erra uma vez
nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez
Paulo Leminski
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez
Paulo Leminski
Aviso aos outros colaboradores do Amor e Ócio
Bill Clinton
Não sou o único a ter saudades de Bill Clinton. A revista Esquire também. Ao ponto de o considerar o homem mais influente do mundo no número de Dezembro. Que saudades do charuto da Monica e do sexo oval no Salão Oral. Se ao menos arranjassem um Monica para o George W. Bush, talvez o mundo fosse um lugar menos perigoso. Por mim, contribuo com 20 euros...
terça-feira, novembro 15, 2005
Arnaldo Jabor
(Um texto de Jabor, sobre o Brasil, que também serve para Portugal - sugestão de J. Bastos)
Eça descreve nossa crise há 134 anos
A crise da corrupção revolucionária anda tão rápida que escrevi um artigo no sábado e no domingo estava arcaico. Rasguei. É duro lançar críticas e alertas e ver que tudo se desmancha no ar. E me lembrei então das “Farpas”, os textos de juventude de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, esculachando a estupidez portuguesa. Nesses panfletos de jornal, aprendi o que era crítica social e de costumes. E lembrei também que Eça de Queiroz nasceu em 25 de novembro de 1845 — daqui a uma semana. Assim, resolvi escrever de novo sobre ele. Esse homem foi a maior paixão de minha vida. Com ele aprendi tudo: minha pobre escritura, a importância do humor, do ritmo do texto e muito sobre a nossa ridícula loucura ibérica.
Quando era garoto, 13, 14 anos, já o lia. E amava-o tanto que — acreditem — me postava na porta do Colégio Santo Inácio, na hora da saída, para ver passar um homenzinho da vizinhança ali de Botafogo que era um sósia de Eça. Quem seria? Um bancário, um contador, quem? Tinha o rosto enfezado por um fígado ruim (como o Eça), que lhe franzia a boca num escárnio risonho. Tinha a mesma pastinha de cabelo sobre a testa curta, o olho rútilo, o mesmo bigode, o gogozinho de pássaro, os braços de cegonha, a palidez biliosa. Só lhe faltava o monóculo cravado no olho irônico. Vê-lo passar me encantava como diante de um ressuscitado.
Eu era assim em 1957. Aos 13 anos, descobri um livro roído de traças na casa de meu avô: “O primo Basílio”, que minha avó tentou proibir (“Isso não é para criança!...”). Li-o, claro, e minha vida mudou. Era como se toda a névoa confusa da infância, minha família difícil de entender, vagas tias, vultos, rezas, tristes salas de jantar, secos padres jesuítas, tivesse subitamente se dissipado. O mundo ficou claro, através das personagens de Eça. Ali estavam todos os tipos que eu conhecia, ali estavam explicados os arrepios de horror diante do teatrinho pequeno-burguês do Rio. O primo Basílio chegava com sua vaidade brutal e me explicava os cafajestes brasileiros, o padre Amaro me decifrava a tristeza sexual das clausuras do colégio jesuíta, o Conselheiro Acácio era a burrice solene de professores e políticos, Damaso Salcede espelhava centenas de mediocridades gorduchas, Gonçalo Ramirez era o frágil caráter de hesitantes como eu e tantos outros. E vinha Thomaz de Alencar com sua literatice melancólica, vinha o banqueiro Cohen, esperto e corno, sentia a sensualidade da Condessa de Gouvarinho, flutuava no ar o cheiro enjoado da Titi Patrocínio da “Relíquia” e, claro, as coxas de Adélia, sem falar no supremo frisson do famoso minette do primo Basílio na “Bovary” Luiza (razão básica da proibição alarmada de minha avó). E não só o desfile dos medíocres, mas as fileiras dos heróis ecianos: Carlos da Maia, João da Ega, Jacintho de Tormes, Fradique Mendes — cultos, elegantes, ricos e irônicos corrosivos. Eça me dava a alma viva do século XIX, atacando a mediocridade portuguesa endêmica, os sebastianistas de secretaria, os burocratas pulhas, os melancólicos de charutaria, os políticos demagogos, a burrice épica de um Pacheco ou do Conde de Abranhos — que fartura! Era uma sociologia ficcional de nosso destino de fracassados.
Até hoje, quando vejo, por exemplo, a TV Câmara ou a Senado, eu penso: será que esses caras aí na CPI nunca leram Eça de Queiroz? Nunca ninguém viu uma caricatura, ninguém leu Rabelais, ninguém viu Daumier, Hoggarth, Goya, ninguém leu Balzac, Flaubert, Swift? Não. Nada. O brasileiro navega tranqüilo, intocado em sua vaidade estúpida. E os corruptos, em sua impávida sordidez.
A velha comparação entre Machado de Assis e Eça de Queiroz nunca me atingiu. Eu sempre preferi o português ao nosso grande mulato. “Ah... porque o Machado é bem mais sutil!...” — (diz-se) comparando-se, por exemplo, Capitu à Luiza do “Primo Basílio” (que o próprio Machado, ciumento, acusou de plágio da “Eugenie Grandet”). “Ahhh!... porque o Machado tem mais níveis de significação, mais complexidade psicológica etc e tal...” Tudo bem... O grande Machado atingiu subtons que Eça nem tentou, por escolha. Machado é mais inglês; Eça é mais francês. Saído das costelas de Flaubert, Balzac e Zola, Eça funda uma literatura caricatural contra as perdidas ilusões ibéricas, com um riso deslavado, com uma proposital “falta de sutileza” que resulta depois sutilíssima. Eça cria um realismo quase carnavalizado, sem anseios de transcendência. Machado é mais, digamos, “nauseado”. Deixa-se envolver por um pessimismo que o claro riso de Eça recusa. É verdade que as personagens de Eça não são tão “livres” quanto em Machado. Mas seu estilo , mesmo povoado de grotescos óbvios, tem uma grandeza flaubertiana rara. O “tipo” eciano não tem uma grande “complexidade”, mas isso talvez seja o que nossa mediocridade social merece. Não reconhece o “sujeito” com uma psicologia idealizada. Somos mesmo “tipos”. Como em seu neto Nelson Rodrigues, há nele uma superficialidade “profunda”, muito atual neste tempo em que os valores idealizados caíram no chão. Neste sentido, Eça é um escritor político, hoje, quando a política virou aqui uma patologia em plena crise “psiquiátrica”. Vejam se este trecho das “Farpas” não é sob medida para nós:
“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: ‘O pais está perdido!’.”
Eça escreveu isso, em 1871.
Eça descreve nossa crise há 134 anos
A crise da corrupção revolucionária anda tão rápida que escrevi um artigo no sábado e no domingo estava arcaico. Rasguei. É duro lançar críticas e alertas e ver que tudo se desmancha no ar. E me lembrei então das “Farpas”, os textos de juventude de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, esculachando a estupidez portuguesa. Nesses panfletos de jornal, aprendi o que era crítica social e de costumes. E lembrei também que Eça de Queiroz nasceu em 25 de novembro de 1845 — daqui a uma semana. Assim, resolvi escrever de novo sobre ele. Esse homem foi a maior paixão de minha vida. Com ele aprendi tudo: minha pobre escritura, a importância do humor, do ritmo do texto e muito sobre a nossa ridícula loucura ibérica.
Quando era garoto, 13, 14 anos, já o lia. E amava-o tanto que — acreditem — me postava na porta do Colégio Santo Inácio, na hora da saída, para ver passar um homenzinho da vizinhança ali de Botafogo que era um sósia de Eça. Quem seria? Um bancário, um contador, quem? Tinha o rosto enfezado por um fígado ruim (como o Eça), que lhe franzia a boca num escárnio risonho. Tinha a mesma pastinha de cabelo sobre a testa curta, o olho rútilo, o mesmo bigode, o gogozinho de pássaro, os braços de cegonha, a palidez biliosa. Só lhe faltava o monóculo cravado no olho irônico. Vê-lo passar me encantava como diante de um ressuscitado.
Eu era assim em 1957. Aos 13 anos, descobri um livro roído de traças na casa de meu avô: “O primo Basílio”, que minha avó tentou proibir (“Isso não é para criança!...”). Li-o, claro, e minha vida mudou. Era como se toda a névoa confusa da infância, minha família difícil de entender, vagas tias, vultos, rezas, tristes salas de jantar, secos padres jesuítas, tivesse subitamente se dissipado. O mundo ficou claro, através das personagens de Eça. Ali estavam todos os tipos que eu conhecia, ali estavam explicados os arrepios de horror diante do teatrinho pequeno-burguês do Rio. O primo Basílio chegava com sua vaidade brutal e me explicava os cafajestes brasileiros, o padre Amaro me decifrava a tristeza sexual das clausuras do colégio jesuíta, o Conselheiro Acácio era a burrice solene de professores e políticos, Damaso Salcede espelhava centenas de mediocridades gorduchas, Gonçalo Ramirez era o frágil caráter de hesitantes como eu e tantos outros. E vinha Thomaz de Alencar com sua literatice melancólica, vinha o banqueiro Cohen, esperto e corno, sentia a sensualidade da Condessa de Gouvarinho, flutuava no ar o cheiro enjoado da Titi Patrocínio da “Relíquia” e, claro, as coxas de Adélia, sem falar no supremo frisson do famoso minette do primo Basílio na “Bovary” Luiza (razão básica da proibição alarmada de minha avó). E não só o desfile dos medíocres, mas as fileiras dos heróis ecianos: Carlos da Maia, João da Ega, Jacintho de Tormes, Fradique Mendes — cultos, elegantes, ricos e irônicos corrosivos. Eça me dava a alma viva do século XIX, atacando a mediocridade portuguesa endêmica, os sebastianistas de secretaria, os burocratas pulhas, os melancólicos de charutaria, os políticos demagogos, a burrice épica de um Pacheco ou do Conde de Abranhos — que fartura! Era uma sociologia ficcional de nosso destino de fracassados.
Até hoje, quando vejo, por exemplo, a TV Câmara ou a Senado, eu penso: será que esses caras aí na CPI nunca leram Eça de Queiroz? Nunca ninguém viu uma caricatura, ninguém leu Rabelais, ninguém viu Daumier, Hoggarth, Goya, ninguém leu Balzac, Flaubert, Swift? Não. Nada. O brasileiro navega tranqüilo, intocado em sua vaidade estúpida. E os corruptos, em sua impávida sordidez.
A velha comparação entre Machado de Assis e Eça de Queiroz nunca me atingiu. Eu sempre preferi o português ao nosso grande mulato. “Ah... porque o Machado é bem mais sutil!...” — (diz-se) comparando-se, por exemplo, Capitu à Luiza do “Primo Basílio” (que o próprio Machado, ciumento, acusou de plágio da “Eugenie Grandet”). “Ahhh!... porque o Machado tem mais níveis de significação, mais complexidade psicológica etc e tal...” Tudo bem... O grande Machado atingiu subtons que Eça nem tentou, por escolha. Machado é mais inglês; Eça é mais francês. Saído das costelas de Flaubert, Balzac e Zola, Eça funda uma literatura caricatural contra as perdidas ilusões ibéricas, com um riso deslavado, com uma proposital “falta de sutileza” que resulta depois sutilíssima. Eça cria um realismo quase carnavalizado, sem anseios de transcendência. Machado é mais, digamos, “nauseado”. Deixa-se envolver por um pessimismo que o claro riso de Eça recusa. É verdade que as personagens de Eça não são tão “livres” quanto em Machado. Mas seu estilo , mesmo povoado de grotescos óbvios, tem uma grandeza flaubertiana rara. O “tipo” eciano não tem uma grande “complexidade”, mas isso talvez seja o que nossa mediocridade social merece. Não reconhece o “sujeito” com uma psicologia idealizada. Somos mesmo “tipos”. Como em seu neto Nelson Rodrigues, há nele uma superficialidade “profunda”, muito atual neste tempo em que os valores idealizados caíram no chão. Neste sentido, Eça é um escritor político, hoje, quando a política virou aqui uma patologia em plena crise “psiquiátrica”. Vejam se este trecho das “Farpas” não é sob medida para nós:
“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: ‘O pais está perdido!’.”
Eça escreveu isso, em 1871.
Os premiados Casa do Duque
Ninguém acertou exactamente! Mas uns andaram muito próximos do conceito... por esta ou por aquela palavra. Por isso resolveu-se atribuir um "prémio" a cada um dos que, exactamente pela palavra ou frase, fizeram uma ponte ou um atalho para a Casa do Duque - gourmet.
Assim, os vencedores são : Salomé; Daniel Tecelão;mcjaku; Miguel Araújo
Considerou-se que fizeram uma ponte para o tema!
Os outros, os que fizeram um atalho, levam uma "menção honrrosa"!
Salomé: associei-o imediatamente a um rótulo para uma garrafa de vinho...
(consideramos que a Salomé fez uma excelente ponte...os vinhos merecem um destaque fundamental nesta casa, muitos, bons e variados...)
Angela: lembra-me um restaurante...
(não é um restaurante, mas a Casa do Duque terá uma pequena sala de degustação, 16 lugares sentados... onde se poderá degustar...)
João: indica uma coisa nobre, depois as figurinhas parecem supor um restaurante
(sala de degustação, como referimos...)
Palavras em Linha: sugerem requinte
(muito requinte...o espaço é requintado, certos produtos são embalados com muito requinte, os gourmets que aparecerem, certamente, terão um paladar requintado...)
C. Indico: (...) gosto de bacalhau cozido, assado, cru até, bolos...
(de algum modo remete para alimentos!!! haverá bolos caseiros, deliciosos, biscoitos, bolachas e muitas outras iguarias...)
Armando Ésse: é um bar...
(um bar... de vinhos, mas também de algumas marcas de cerveja, de sumos naturais e de alguns batidos irresistíveis...)
Sandman: ou um restaurante... algo no ramo da hotelaria...
(os registos comerciais remetem para esse universo, de facto)
mcjaku: língua muito atrevida...
(muitos sabores, uns tradicionais, outros menos convencionais, mas só línguas atrevidas se atiram a um gelado de citrino e verduras, a biscoitos de azeitona, a compota de castanha, etc, etc )
Sandra Sarabando: pecado...
(...da gula, da linha que, dificilmente, em alguns, se consegue manter...)
addiragram: um restaurante onde também ocorrem tertúlias literárias...
(tertúlias literárias, gastronómicas, etc. Serão convidados escritores, pintores, enólogos, gourmets para... a cozinha da Casa do Duque...)
Carla de elsinor: género bar...ou restaurante e tal...
(...e tal. Com as justificações já mencionadas...)
Miguel Araújo: traz-me uma imagem memorial e sensitiva...
(sensitivo...relativo aos sentidos, sim senhor, aos 5!!!!)
rjm: requinte, veludo, terra...
requinte (já o justificamos) aveludado...como tantos vinhos, e muitos produtos naturais, sem corantes, nem conservantes, como se viessem directamente da terra...)
Rosário A: um local onde a imagem é importante...
(é sim senhora, muito importante...porque os olhos também comem...e a imagem, apresentação dos produtos será muito cuidada)
Apple: com as mãos e os olhares que se adivinham atrás das letras...
(as mãos que nos remetem para produtos manufacturados, que se podem lá encontrar, como por exemplo, as compotas, muitas...)
João Paiva: a mim parece-me coisa de bar, mas um bar especial...
(um bar especial pode ser...uma sala de degustação...)
Daniel Tecelão: línguas que provam...
(exactamente! uma ponte directa ao tema...)
MRF: a ideia de o passado no presente é atingida...ou um bar numa zona antiga...
(o saber ancestral aplicado a produtos singulares que podem ser encontrados na Casa do Duque)
E são estes os contemplados com uma compota + tostas + flor de sal
Façam o favor de me enviarem um mail (no blog do lado direito) com o sabor da V. compota preferida! E a Vossa morada. Ou então, poderão levantar o V. prémio na
Casa do Duque
Rua Barão da Trovisqueira, 423, Vila Nova de Famalicão, no dia 10 de Dezembro
Aos vencedores será entregue um cabaz com 5 produtos gourmet, Casa do Duque! Entrem em contacto comigo, via mail, por favor. E Parabéns a todos!
Assim, os vencedores são : Salomé; Daniel Tecelão;mcjaku; Miguel Araújo
Considerou-se que fizeram uma ponte para o tema!
Os outros, os que fizeram um atalho, levam uma "menção honrrosa"!
Salomé: associei-o imediatamente a um rótulo para uma garrafa de vinho...
(consideramos que a Salomé fez uma excelente ponte...os vinhos merecem um destaque fundamental nesta casa, muitos, bons e variados...)
Angela: lembra-me um restaurante...
(não é um restaurante, mas a Casa do Duque terá uma pequena sala de degustação, 16 lugares sentados... onde se poderá degustar...)
João: indica uma coisa nobre, depois as figurinhas parecem supor um restaurante
(sala de degustação, como referimos...)
Palavras em Linha: sugerem requinte
(muito requinte...o espaço é requintado, certos produtos são embalados com muito requinte, os gourmets que aparecerem, certamente, terão um paladar requintado...)
C. Indico: (...) gosto de bacalhau cozido, assado, cru até, bolos...
(de algum modo remete para alimentos!!! haverá bolos caseiros, deliciosos, biscoitos, bolachas e muitas outras iguarias...)
Armando Ésse: é um bar...
(um bar... de vinhos, mas também de algumas marcas de cerveja, de sumos naturais e de alguns batidos irresistíveis...)
Sandman: ou um restaurante... algo no ramo da hotelaria...
(os registos comerciais remetem para esse universo, de facto)
mcjaku: língua muito atrevida...
(muitos sabores, uns tradicionais, outros menos convencionais, mas só línguas atrevidas se atiram a um gelado de citrino e verduras, a biscoitos de azeitona, a compota de castanha, etc, etc )
Sandra Sarabando: pecado...
(...da gula, da linha que, dificilmente, em alguns, se consegue manter...)
addiragram: um restaurante onde também ocorrem tertúlias literárias...
(tertúlias literárias, gastronómicas, etc. Serão convidados escritores, pintores, enólogos, gourmets para... a cozinha da Casa do Duque...)
Carla de elsinor: género bar...ou restaurante e tal...
(...e tal. Com as justificações já mencionadas...)
Miguel Araújo: traz-me uma imagem memorial e sensitiva...
(sensitivo...relativo aos sentidos, sim senhor, aos 5!!!!)
rjm: requinte, veludo, terra...
requinte (já o justificamos) aveludado...como tantos vinhos, e muitos produtos naturais, sem corantes, nem conservantes, como se viessem directamente da terra...)
Rosário A: um local onde a imagem é importante...
(é sim senhora, muito importante...porque os olhos também comem...e a imagem, apresentação dos produtos será muito cuidada)
Apple: com as mãos e os olhares que se adivinham atrás das letras...
(as mãos que nos remetem para produtos manufacturados, que se podem lá encontrar, como por exemplo, as compotas, muitas...)
João Paiva: a mim parece-me coisa de bar, mas um bar especial...
(um bar especial pode ser...uma sala de degustação...)
Daniel Tecelão: línguas que provam...
(exactamente! uma ponte directa ao tema...)
MRF: a ideia de o passado no presente é atingida...ou um bar numa zona antiga...
(o saber ancestral aplicado a produtos singulares que podem ser encontrados na Casa do Duque)
E são estes os contemplados com uma compota + tostas + flor de sal
Façam o favor de me enviarem um mail (no blog do lado direito) com o sabor da V. compota preferida! E a Vossa morada. Ou então, poderão levantar o V. prémio na
Casa do Duque
Rua Barão da Trovisqueira, 423, Vila Nova de Famalicão, no dia 10 de Dezembro
Aos vencedores será entregue um cabaz com 5 produtos gourmet, Casa do Duque! Entrem em contacto comigo, via mail, por favor. E Parabéns a todos!
Desafio
a palavra à designer...
«Nascido de uma pesquisa pela história dos brasões e insígnias, este logótipo foi viajando pelo mundo da tipografia capitular. A letra C foi aparecendo e foi-se manifestando através de uma simbologia de prazer, construindo, assim, um rosto satírico onde podemos descobrir os 5 sentidos!
O paladar evidenciado pela língua; o olfacto, por um nariz proeminente; o olhar, bem atento, no rosto personificado do mocho; o tacto, na mão que segura, abraça e nos remete para uma produção caseira (manufactura vs industrial). A audição, o sentido mais implícito, encontra-se na musicalidade provocada pela rotação da letra C que nos dá a D, completando, desta forma, a marca Casa do Duque. A mesma forma dá-nos 2 sons diferentes que convivem em perfeita harmonia permitindo várias combinações gourmet.
O tipo de letra escolhido para acompanhar o logótipo pertence à família clássica romana, desenhada manualmente. Cada letra, separada por pontos ou parafusos, ndiciam segurança ou casa segura! E... estamos prontos a usufruir da degustação, prontos a pecar, prontos a provar…»
Um paté, um presunto, uma compota, uns biscoitos caseiros, um queijo, um vinho…
Mil sabores, 5 sentidos! Brevemente na CASA DO DUQUE - gourmet...
já aí vem o nome dos premiados...
O paladar evidenciado pela língua; o olfacto, por um nariz proeminente; o olhar, bem atento, no rosto personificado do mocho; o tacto, na mão que segura, abraça e nos remete para uma produção caseira (manufactura vs industrial). A audição, o sentido mais implícito, encontra-se na musicalidade provocada pela rotação da letra C que nos dá a D, completando, desta forma, a marca Casa do Duque. A mesma forma dá-nos 2 sons diferentes que convivem em perfeita harmonia permitindo várias combinações gourmet.
O tipo de letra escolhido para acompanhar o logótipo pertence à família clássica romana, desenhada manualmente. Cada letra, separada por pontos ou parafusos, ndiciam segurança ou casa segura! E... estamos prontos a usufruir da degustação, prontos a pecar, prontos a provar…»
Um paté, um presunto, uma compota, uns biscoitos caseiros, um queijo, um vinho…
Mil sabores, 5 sentidos! Brevemente na CASA DO DUQUE - gourmet...
já aí vem o nome dos premiados...
A Casa do Duque...um espa�o de sabores actuais e ancestrais, onde os 5 sentidos funcionam em pleno... e o vencedor �...
segunda-feira, novembro 14, 2005
Nim !!!
«Um deputado deve votar de acordo com a sua consciência e eu neste momento fiz o que achei que devia ser feito enquanto candidato a Presidente da República. [Votaria a proposta do governo] se fosse necessário para que o orçamento passasse. (…) Não houve qualquer quebra de solidariedade. Não fui votar contra, não me abstive. Eu nem sei são quais vão ser as próximas votações. Vou estar muito empenhado na minha candidatura. Nem sei as vezes que vou ou não ao parlamento.»
Manuel Alegre, sobre o debate do Orçamento de Estado
Manuel Alegre, sobre o debate do Orçamento de Estado
Quatro. Quatro canções de Antony and the Johnsons. E quatro de uma vez porque é um crime que a voz espantosa de Antony continue a ser conhecida apenas por uma imensa minoria (e desculpem lá o cliché). O homem é estranho, andrógino e o mais que lhe quiserem chamar, mas tem uma voz extraordinária, intensa, tensa, que perturba, desassossega. Aproveitem. E tenham um bom início de semana.
domingo, novembro 13, 2005
Coisas de Aveiro
Cada um sabe por que ficou em casa
Mais de um mês depois das eleições autárquicas, ainda há muita gente que não percebeu por que razão o socialista Alberto Souto perdeu as eleições na Câmara Municipal de Aveiro. Afinal, dois dias antes da ida às urnas, os socialistas garantiam em voz alta "que estava no papo". O próprio Alberto Souto falava em eleger seis vereadores, em conseguir a maioria absoluta que lhe permitiria dispensar "os favores" do social-democrata Domingos Cerqueira, que de tanto ajudar a gestão socialista acabou zangado com o seu partido.
Do outro lado da barricada, a vitória de Élio Maia e da coligação Juntos por Aveiro foi acolhida com uma extraordinária euforia, que ainda não se dissipou. Nem os elementos mais dedicados da candidatura acreditavam ser possível derrotar com tanta clareza Alberto Souto. Afinal, o socialista era considerado o "autarca-modelo" do seu partido, e tinha, inegavelmente, obra feita. Durante os oito anos da sua gestão, Aveiro perdeu o seu lado paroquial, provinciano, bafiento. Souto tinha obra para mostrar e surgia como um político moderno, que não tropeçava nas palavras e prestigiava o concelho. É caso para perguntar: afinal, o que foi que correu mal? (Ou o que é que correu bem, se adoptarmos a perspectiva dos vencedores).
Tal como aconteceu na vitória de Rui Rio no Porto, há quatro anos, houve uma extraordinária conjuntura de factores. Foi como se os planetas todos se tivessem alinhado, criando uma corrente cósmica a favor do independente Élio Maia. Isso é, pelo menos, do que nos querem convencer alguns socialistas, que continuam a considerar a vitória da coligação como "um bambúrrio de sorte". Eles estão em parte certos, claro, mas já é tempo de reconhecer que a vitória de Élio Maia não teve nada de sobrenatural. As coisas dificilmente poderiam ter corrido melhor para a coligação, mas houve por ali muitos erros dos socialistas. Erros que se pagam caros. E se o PS quer ser levado a sério como oposição nos próximos quatro anos, tem que fazer um exame de consciência e arrepiar caminho.
Para começar, os socialistas e os apoiantes de Alberto Souto - que vai ser homenageado nos próximos dias por um grupo de cidadãos não tão anónimos quanto isso - têm que se compenetrar que o primeiro passo para ganhar eleições é... votar. Uma abstenção superior a 50 por cento, como se verificou em Aveiro, só podia beneficiar objectivamente o underdog. Cada um sabe por que ficou em casa. Mas muita gente simplesmente não votou porque nunca acreditou que Souto perdesse. E o candidato contribuiu para o clima geral de euforia ao recusar-se a fazer campanha. Nem um comício, um jantar, um momento que mobilizasse mais do que a pequena corte que acompanhava o príncipe, isolando-o do povo. E depois havia ainda a tralha socialista, aquela que nunca ultrapassou o ressentimento de ver Souto conquistar Aveiro e a seguir conquistar a Federação Distrital do PS.
Élio Maia perdia os debates organizados pelas rádios (e isso é inegável), apresentava tarde e a más horas um programa eleitoral cheio de generalidades e evidências, mas compensava a falta de brilho com muito trabalho. Muito. Dia após dia, calcorreou as freguesias, bateu à porta das pessoas, cobrou favores antigos (não se passam 16 anos como presidente de junta de freguesia sem tecer uma teia de contactos), ouviu queixas, prometeu soluções. Virou as costas ao eleitorado urbano, concentrou-se nas zonas rurais, esqueceu os intelectuais e os ricos e os supostamente poderosos, e sentou-se com o povo. Foi o confidente dos pequenos empresários que estão há dois, três anos a tentar cobrar o dinheiro que a câmara lhes deve. Souto prometia fazer da ria de Aveiro Património da Humanidade, Élio só queria que os serviços da autarquia deixassem de cobrar 60 cêntimos (120 escudos!) por uma fotocópia. Souto andava nas nuvens, Élio tinha os pés assentes na terra. E, na hora da verdade, os apoiantes de Élio saíram de casa e foram votar. E isso acabou por ser decisivo. Cada um sabe por que ficou em casa. Mas agora não se queixem.
(Texto publicado hoje no caderno Local Centro do PÚBLICO)
Mais de um mês depois das eleições autárquicas, ainda há muita gente que não percebeu por que razão o socialista Alberto Souto perdeu as eleições na Câmara Municipal de Aveiro. Afinal, dois dias antes da ida às urnas, os socialistas garantiam em voz alta "que estava no papo". O próprio Alberto Souto falava em eleger seis vereadores, em conseguir a maioria absoluta que lhe permitiria dispensar "os favores" do social-democrata Domingos Cerqueira, que de tanto ajudar a gestão socialista acabou zangado com o seu partido.
Do outro lado da barricada, a vitória de Élio Maia e da coligação Juntos por Aveiro foi acolhida com uma extraordinária euforia, que ainda não se dissipou. Nem os elementos mais dedicados da candidatura acreditavam ser possível derrotar com tanta clareza Alberto Souto. Afinal, o socialista era considerado o "autarca-modelo" do seu partido, e tinha, inegavelmente, obra feita. Durante os oito anos da sua gestão, Aveiro perdeu o seu lado paroquial, provinciano, bafiento. Souto tinha obra para mostrar e surgia como um político moderno, que não tropeçava nas palavras e prestigiava o concelho. É caso para perguntar: afinal, o que foi que correu mal? (Ou o que é que correu bem, se adoptarmos a perspectiva dos vencedores).
Tal como aconteceu na vitória de Rui Rio no Porto, há quatro anos, houve uma extraordinária conjuntura de factores. Foi como se os planetas todos se tivessem alinhado, criando uma corrente cósmica a favor do independente Élio Maia. Isso é, pelo menos, do que nos querem convencer alguns socialistas, que continuam a considerar a vitória da coligação como "um bambúrrio de sorte". Eles estão em parte certos, claro, mas já é tempo de reconhecer que a vitória de Élio Maia não teve nada de sobrenatural. As coisas dificilmente poderiam ter corrido melhor para a coligação, mas houve por ali muitos erros dos socialistas. Erros que se pagam caros. E se o PS quer ser levado a sério como oposição nos próximos quatro anos, tem que fazer um exame de consciência e arrepiar caminho.
Para começar, os socialistas e os apoiantes de Alberto Souto - que vai ser homenageado nos próximos dias por um grupo de cidadãos não tão anónimos quanto isso - têm que se compenetrar que o primeiro passo para ganhar eleições é... votar. Uma abstenção superior a 50 por cento, como se verificou em Aveiro, só podia beneficiar objectivamente o underdog. Cada um sabe por que ficou em casa. Mas muita gente simplesmente não votou porque nunca acreditou que Souto perdesse. E o candidato contribuiu para o clima geral de euforia ao recusar-se a fazer campanha. Nem um comício, um jantar, um momento que mobilizasse mais do que a pequena corte que acompanhava o príncipe, isolando-o do povo. E depois havia ainda a tralha socialista, aquela que nunca ultrapassou o ressentimento de ver Souto conquistar Aveiro e a seguir conquistar a Federação Distrital do PS.
Élio Maia perdia os debates organizados pelas rádios (e isso é inegável), apresentava tarde e a más horas um programa eleitoral cheio de generalidades e evidências, mas compensava a falta de brilho com muito trabalho. Muito. Dia após dia, calcorreou as freguesias, bateu à porta das pessoas, cobrou favores antigos (não se passam 16 anos como presidente de junta de freguesia sem tecer uma teia de contactos), ouviu queixas, prometeu soluções. Virou as costas ao eleitorado urbano, concentrou-se nas zonas rurais, esqueceu os intelectuais e os ricos e os supostamente poderosos, e sentou-se com o povo. Foi o confidente dos pequenos empresários que estão há dois, três anos a tentar cobrar o dinheiro que a câmara lhes deve. Souto prometia fazer da ria de Aveiro Património da Humanidade, Élio só queria que os serviços da autarquia deixassem de cobrar 60 cêntimos (120 escudos!) por uma fotocópia. Souto andava nas nuvens, Élio tinha os pés assentes na terra. E, na hora da verdade, os apoiantes de Élio saíram de casa e foram votar. E isso acabou por ser decisivo. Cada um sabe por que ficou em casa. Mas agora não se queixem.
(Texto publicado hoje no caderno Local Centro do PÚBLICO)
quinta-feira, novembro 10, 2005
A vida, descaradamente, em aberto
parte I
Não era como das outras vezes. Das outras vezes, foi como tantas outras vezes.
Desta vez, junto do lugar do ovário, do lado esquerdo, sentia um frio que se distendia do ventre. Uma mão que pressionava quanto baste. Mas isso, ela não sabia explicar muito bem – entrava em pânico quando, numa consulta médica, por exemplo, lhe pediam para descrever o sintoma, o que sentia, como era a dor? - por isso, talvez, não se tenha alongado em detalhes sobre o que sentira.
Apenas conseguia dizer-me que era como uma mão invisível a fazer pressão no lado esquerdo do seu ovário e achava que dizer aquilo e nada, era a mesma coisa.
Descrever uma dor física, um sintoma do corpo, era, para ela, um logro. Descrever uma dor de estômago era, para Rosa Maria, uma missão digna de génio e não dela.
Ficava mais à vontade, a falar de coisas banais, a descrever dores de alma e, principalmente, do coração. A mãe sempre lhe dissera que o coração não dói. E isso sossegava-a. Podia, portanto, dizer o que quisesse, que nunca seria verificável.
O certo é que estava mais nervosa do que nunca. Foi o que me disse, quando me contou como lhe tinha corrido a entrevista.
Tinha lido o anúncio no jornal. Minúsculo rectângulo, entre empregos “à séria”.
Chamaram pelo seu nome e, como não era costume, levantou-se, como que impulsionada por uma mola sem força. Gasta. De tantas vezes se ter dirigido ao sonho, arrancado o sorriso, fazer-se à vida.
Passaria, talvez, a imagem de quem anda devagar, de quem pensa devagar, de quem faz devagar. E, de facto, não era assim. Na rua, tinham de a segurar ou quase correr para lhe acompanharem o passo. Na vida, tinham de lhe por freio aos pensamentos. As coisas quase aconteciam, quase lhe aconteciam, só de as pensar.
De qualquer modo, o frio que se distendia pelo seu ventre, afundou-se com ela numa poltrona de veludo castanho.
- Está confortável? Perguntaram-lhe.
Estaria, não fosse aquele frio, os pulsos abertos, a bola de ténis, em intervalos curtos secos, contra as paredes do estômago, a vida, descaradamente, em aberto.
- Então, diga lá, o que a atrai nesta função?
Não era como das outras vezes. Das outras vezes, foi como tantas outras vezes.
Desta vez, junto do lugar do ovário, do lado esquerdo, sentia um frio que se distendia do ventre. Uma mão que pressionava quanto baste. Mas isso, ela não sabia explicar muito bem – entrava em pânico quando, numa consulta médica, por exemplo, lhe pediam para descrever o sintoma, o que sentia, como era a dor? - por isso, talvez, não se tenha alongado em detalhes sobre o que sentira.
Apenas conseguia dizer-me que era como uma mão invisível a fazer pressão no lado esquerdo do seu ovário e achava que dizer aquilo e nada, era a mesma coisa.
Descrever uma dor física, um sintoma do corpo, era, para ela, um logro. Descrever uma dor de estômago era, para Rosa Maria, uma missão digna de génio e não dela.
Ficava mais à vontade, a falar de coisas banais, a descrever dores de alma e, principalmente, do coração. A mãe sempre lhe dissera que o coração não dói. E isso sossegava-a. Podia, portanto, dizer o que quisesse, que nunca seria verificável.
O certo é que estava mais nervosa do que nunca. Foi o que me disse, quando me contou como lhe tinha corrido a entrevista.
Tinha lido o anúncio no jornal. Minúsculo rectângulo, entre empregos “à séria”.
Chamaram pelo seu nome e, como não era costume, levantou-se, como que impulsionada por uma mola sem força. Gasta. De tantas vezes se ter dirigido ao sonho, arrancado o sorriso, fazer-se à vida.
Passaria, talvez, a imagem de quem anda devagar, de quem pensa devagar, de quem faz devagar. E, de facto, não era assim. Na rua, tinham de a segurar ou quase correr para lhe acompanharem o passo. Na vida, tinham de lhe por freio aos pensamentos. As coisas quase aconteciam, quase lhe aconteciam, só de as pensar.
De qualquer modo, o frio que se distendia pelo seu ventre, afundou-se com ela numa poltrona de veludo castanho.
- Está confortável? Perguntaram-lhe.
Estaria, não fosse aquele frio, os pulsos abertos, a bola de ténis, em intervalos curtos secos, contra as paredes do estômago, a vida, descaradamente, em aberto.
- Então, diga lá, o que a atrai nesta função?
quarta-feira, novembro 09, 2005
Um bom conselho
se queres escapar à gripe das aves NÃO TE DEITES COM AS GALINHAS!!!!!!!
Paulo Pedroso
Confirmada que foi, pelo Tribunal da Relação de Lisboa, a não pronúncia de Paulo Pedroso no caso Casa Pia, apetece-me repetir o que escrevi há quase três anos no PÚBLICO: nunca duvidei. Ao Paulo, velho companheiro dos bancos da Escola Homem Christo, o meu abraço solidário.
na senda Escritor Famoso
A Maria do Rosário Fardilha continua a dar asas ao Escritor Famoso. Desta vez, poesia, muita poesia. Espreitem.
Casa do Duque
Obrigada a todos pela participação no teste! Há opiniões que estão, por esta ou por aquela palavra, próximas do conceito desenvolvido pela Marta Baptista, a criadora da imagem!
Agora vamos reunir e decidir para quem vai o prémio! Amanhã ou depois daremos notícias...e revelaremos o que guardará, lá dentro, a Casa do Duque. A inauguração é no dia 3 de Dezembro.
Agora vamos reunir e decidir para quem vai o prémio! Amanhã ou depois daremos notícias...e revelaremos o que guardará, lá dentro, a Casa do Duque. A inauguração é no dia 3 de Dezembro.
terça-feira, novembro 08, 2005
A regressão da espécie
Darwin estava errado: na sua autobiografia, Vítor Baía confessa que foi adepto do Benfica até aos 14 anos...
(Scolari, estás perdoado)
(Scolari, estás perdoado)
Garrincha
Acabou de dar na BandNews, a televisão que pode ser sintonizada aqui (link): o filho sueco de Garrincha está, finalmente, de visita ao Brasil. Os que conhecem a história sabem do que falo. Na Copa de 58, aquela em que Pelé explodiu, Garrincha, o génio das pernas tortas nascido em Pau Grande (!), escapou do hotel onde estava instalado o escrete e... e...engravidou uma sueca! O garoto, que nunca chegou a conviver com o pai ( na altura, Garrincha vivia uma tórrida relação com Elza Soares)foi adoptado por uma família sueca. Agora, aos 46 anos, foi ao Brasil conhecer os parentes. E levou consigo o neto de Garrincha, que, dizem, herdou o jeito do avô para fintar os "joões". E imaginem onde joga o "Garrinchinha"? Pois joga no Halmstad, aquele clube que eliminou o Sporting da Taça Uefa. O garoto leva jeito mesmo, embora não tenha as pernas tortas do avô. Mas se continuar a humilhar leões vai honrar de maneira extraordinária o nome de família...
Problema Resolvido...
«Estávamos à espera uns dos outros, porque eu nunca tinha decidido candidatar-me. Houve conversas, porque ninguém se queria candidatar. Eu não tinha esse problema resolvido dentro de mim, não tinha aquele impulso. (...) Só senti verdadeiramente vontade, impulso e alegria de me candidatar depois de o PS se ter pronunciado a favor do apoio à candidatura de Mário Soares.»
[Manuel Alegre, esta noite, à TVI]
[Manuel Alegre, esta noite, à TVI]
domingo, novembro 06, 2005
Jack Johnson...
... para terminar um domingo à antiga, daqueles passados a ver televisão e a ler, aninhado no sofá, já com a lareira acesa. Às vezes sabe bem fazer como os outros e ficar em casa ao fim-de-semana, em vez de sair para trabalhar. Era bem capaz de me habituar a isto...
sexta-feira, novembro 04, 2005
um teste
Chama-se Casa do Duque e vai abrir brevemente! A designer do logotipo, editado mais a baixo, gostava de saber a vossa opinião. O que é que vos inspira este grafismo? O que é que conseguem ler nesta imagem? Os vossos comentários serão importantes. A Marta Baptista, a designer gráfica agradece a V. colaboração e eu também. É um teste. A ver se por aqui chegamos ao produto... o PRÉMIO? Um convite para a inauguração e algo mais... aceitam o desafio, assim, de olhos fechados...?
A resposta...
«Um Presidente da República não pode ser apenas um moderador, um ouvidor, um árbitro a apelar ao diálogo. Exige-se mais ao Presidente da República».
Aníbal Cavaco Silva, candidato à Presidência da República
Aníbal Cavaco Silva, candidato à Presidência da República
quinta-feira, novembro 03, 2005
...um blog de gaja
O assunto está na ordem do dia de alguns blogs! Aqui, aqui, e aqui. Pelo menos.
Ser ou não ser )um blog de gaja)...eis a questão.
Ser ou não ser )um blog de gaja)...eis a questão.
quarta-feira, novembro 02, 2005
Façam lá o favor...
...de visitar o blogue da minha filha mais nova, a Mariana, que tem só nove anos e é uma querida. Vão lá e comentem, que ela fica feliz. O blogue chama-se ginguinha-mimi. Mimi é ela, Ginguinha é a Labrador preta que eu lhe dei quando fez seis anos. O link é o seguinte:http://ginguinhamimi.blogspot.com/
O homem
Ontem, por questões de trabalho, conversei longamente com um dos homens mais ricos do mundo. Do mundo ocidental, pelo menos. Eu não sabia ao princípio quem ele era e por isso tratei-o sem nenhuma deferência especial. Foi assim o dia todo. Só no final da jornada, já depois de muitas caipirinhas, alguém me informou da real identidade do homem. Mas aí já era tarde, como dizem os brasileiros. Eu já tinha contado piadas sem graça, escutado as suas aventuras com uma garota de 23 anos por quem se apaixonou(o homem tem 58 anos), gozado com a cor da camisa dele (lilás) e com todo o povo suiço, esses chatos. Sim, porque o homem é suiço, mas não me consta que conheça o Isaltino. Ainda tentei pedir desculpas, mas o homem cortou-me as vazas. "No, no my friend", disse ele, "você não fez nada errado, limitou-se a tratar-me como uma pessoa normal". E vai daí, convidou-me para passar férias com a família toda em Bali, Zanzibar, Paris, Nova Iorque, Genebra, St. Moritz ou em qualquer outro dos lugares onde ele tem casas. E que casas. Moral da história: ser ligeiramente estúpido, por vezes compensa. Mas convém não abusar da sorte.
PS- Eu sei que têm estranhado o meu silêncio, mas demasiado trabalho tem impedido que escreva com regularidade aqui. A Maria Heli, já agora, está a enfrentar um novo desafio profissional e por isso tem andado com menos tempo - mas vai voltar logo que possa. Resta o Hélder para ir animando a casa, já que o resto do pessoal continua na sorna...
PS- Eu sei que têm estranhado o meu silêncio, mas demasiado trabalho tem impedido que escreva com regularidade aqui. A Maria Heli, já agora, está a enfrentar um novo desafio profissional e por isso tem andado com menos tempo - mas vai voltar logo que possa. Resta o Hélder para ir animando a casa, já que o resto do pessoal continua na sorna...
Retrato de SOARES por ALEGRE
Num artigo intitulado RETRATO DE MÁRIO ENQUANTO MÁRIO, incluído no livro Retrato (Livraria Clássica Editora, 1990), Manuel Alegre retrata assim Mário Soares:
"E talvez seja a grande revolução que ele fez num país cansado de crispação: trazer a afectividade para a política. É, a par da coragem, a sua arma mais eficaz. E por isso ele é de facto, irresistível. E também imprevisto. Com o Mário, o inesperado pode sempre acontecer. Desenganem-se os que o julgam sentado sobre uma por vezes aparente lassidão. De repente ele salta. Para sacudir o marasmo e de novo forçar o destino. Sempre que tal acontece, o telefone toca em casa de alguns amigos. Fica-se então a saber que há uma nova caravela e uma nova partida. Às vezes um combate. Às vezes um desígnio, um sonho, uma inquietação, o que é também uma forma de poesia."
in mario-super.blogspot.com
"E talvez seja a grande revolução que ele fez num país cansado de crispação: trazer a afectividade para a política. É, a par da coragem, a sua arma mais eficaz. E por isso ele é de facto, irresistível. E também imprevisto. Com o Mário, o inesperado pode sempre acontecer. Desenganem-se os que o julgam sentado sobre uma por vezes aparente lassidão. De repente ele salta. Para sacudir o marasmo e de novo forçar o destino. Sempre que tal acontece, o telefone toca em casa de alguns amigos. Fica-se então a saber que há uma nova caravela e uma nova partida. Às vezes um combate. Às vezes um desígnio, um sonho, uma inquietação, o que é também uma forma de poesia."
in mario-super.blogspot.com