sexta-feira, maio 28, 2004
Restaurante Lingerie
O camarada Filinto (gostaste?) sugere-nos por e-mail este restaurante, que, suponho, merece a sua total aprovação. Passem por lá mas não comam demasiado, ok?
O Cego de Sevilha
Escrevo este post ainda com os dedos besuntados por uma deliciosa tortilha de cebola. Deu-me ganas de comer tortilha quando ia a meio d' O Cego de Sevilha", o último romance de Robert Wilson, que se tornou conhecido entre nós com O Último Acto em Lisboa. Como o título indica, o romance passa-se na capital da Andaluzia, e, à boa maneira de Wilson, tem como personagem central um homem torturado pelo seu passado, cuja vida vai aos poucos entrando numa espiral de abandono que roça a loucura. A solidão, a terrível solidão dos abandonados, trespassa o livro como uma corrente de ar frio, perturbando muito mais o leitor do que os crimes violentos que são o fio condutor da história. Wilson escreve com ritmo, é um mestre nos diálogos, mas, apesar do esforço, não consegue penetrar na alma andaluza, ficando-se pelos esterótipos habituais: touros de morte, as señoras com mantilha e travessa nos cabelos asa de corvo, a Giralda banhada pelo sol do meio dia. Mas há ali vontade de vislumbrar mais longe do que o olhar alcança, em especial nas cenas na arena, na descrição da morte falhada do touro, nas verónicas do matador que o conduzirão a um fim feito de sangue e glória. Sevilha permanece um mistério para Wilson, mas ninguém o pode acusar de não ter investido sobre a cidade e as suas gentes com a fúria de um touro criado em liberdade vigiada numa finca andaluza.
O livro lê-se sem esforço, mas, custa dizê-lo, não resulta. Wilson tentou alinhavar muitas histórias e no final viu-se em apuros para arranjar um desfecho verosímil. E o diário em itálico, introduzido à martelada para dar um sentido à história, é demasiado analítico e arrumadinho para ser convincente. Há ali personagens a mais, enredos a mais, e um realismo de acrílico servido por uma abordagem psicanalítica pescada na Internet ou numa enciclopédia manhosa. Salvam-se alguns momentos excepcionais de paixão quando o escritor relata com vigor e abundância de pormenores a degradação física de Xavier Falcon. E é só.
O livro lê-se sem esforço, mas, custa dizê-lo, não resulta. Wilson tentou alinhavar muitas histórias e no final viu-se em apuros para arranjar um desfecho verosímil. E o diário em itálico, introduzido à martelada para dar um sentido à história, é demasiado analítico e arrumadinho para ser convincente. Há ali personagens a mais, enredos a mais, e um realismo de acrílico servido por uma abordagem psicanalítica pescada na Internet ou numa enciclopédia manhosa. Salvam-se alguns momentos excepcionais de paixão quando o escritor relata com vigor e abundância de pormenores a degradação física de Xavier Falcon. E é só.
Doença estranha ataca principais colunistas do país
Uma doença estranha, cuja origem não é ainda conhecida, está a atacar a larga maioria dos talentosos colunistas do nosso país.Os mesmos que contribuiram no passado para fazer cair ministros sobre ministros (então, nos tempos dos governos socialistas, eles, os ministros, caiam como tordos) parecem estar agora adormecidos, provavelmente vítimas da misteriosa doença. Enquanto não despertam dessa maleita, fica aqui um registo de dois factos recentes que me deixaram perplexo: a inatacável e competentíssima ministra que orienta as finanças do nosso país teve "um lapso de memória" e esqueceu-se de declarar os rendimentos que obteve com a venda de uma casa de família. Pelos vistos, já regularizou a situação. Mas não é estranho que uma ministra das Finanças se possa esquecer de declarar rendimentos. Não é um caso semelhante ao de um cirurgião que se esquece do bisturi nos intestinos de um doente que operou. Será que, em qualquer outro país, esquecimentos destes passariam ao lado das talentosas penas que escrevem e "opinam" nos "media" desses países?
Esquecimentos à parte, a mesma ministra deixou-me ainda mais perplexo com a solução que encontrou para resolver os problemas de sucessão nas direcções gerais de impostos e da informática e apoio aos serviços tributários e aduaneiros. Depois de uma pesquisa minuciosa às competências dos 700 mil funcionários que são pagos pelo erário público, a dita ministra não conseguiu encontrar nenhum que tivesse qualidades para ocupar o topo da hierarquia daquelas duas direcções gerais. Vai daí nada melhor do recorrer à privada: mais concretamente a dois quadros superiores de duas instituições bancárias. Bizarro, no mínimo. Mas mais extraordinário ainda foi a forma como a mesma ministra resolveu o problema de garantir "a esses dois génios" o pagamento dos principescos salários que auferiam nos respectivos bancos (mas isso, quero eu dizer "os principescos salários", era lá com os bancos). As duas instituições, imbuídas do espírito misericordioso que todos os bancos possuem (misericórdia essa que é bem conhecida de todos aqueles que se atrasam no pagamento dos empréstimos que contraem para comprar casa, carro, etc, etc,) continuam a pagar a esse dois senhores o mesmo dinheirinho ao fim do mês como se eles estivessem numa comissão de serviço. Já agora, para ser mauzinho, ao serviço de quem? Do Estado, no imediato, e a médio prazo do banco a que irão regressar?
Mas a ministra sabe que os bancos não são propriamente a Santa Casa da Misericórdia. E por isso está a tentar encontrar uma forma de devolver a massa aos bancos. Genial, no mínimo, e digno de ser divulgado junto de outros países, pois não é todos os dias que se inventam soluções destas...
Esquecimentos à parte, a mesma ministra deixou-me ainda mais perplexo com a solução que encontrou para resolver os problemas de sucessão nas direcções gerais de impostos e da informática e apoio aos serviços tributários e aduaneiros. Depois de uma pesquisa minuciosa às competências dos 700 mil funcionários que são pagos pelo erário público, a dita ministra não conseguiu encontrar nenhum que tivesse qualidades para ocupar o topo da hierarquia daquelas duas direcções gerais. Vai daí nada melhor do recorrer à privada: mais concretamente a dois quadros superiores de duas instituições bancárias. Bizarro, no mínimo. Mas mais extraordinário ainda foi a forma como a mesma ministra resolveu o problema de garantir "a esses dois génios" o pagamento dos principescos salários que auferiam nos respectivos bancos (mas isso, quero eu dizer "os principescos salários", era lá com os bancos). As duas instituições, imbuídas do espírito misericordioso que todos os bancos possuem (misericórdia essa que é bem conhecida de todos aqueles que se atrasam no pagamento dos empréstimos que contraem para comprar casa, carro, etc, etc,) continuam a pagar a esse dois senhores o mesmo dinheirinho ao fim do mês como se eles estivessem numa comissão de serviço. Já agora, para ser mauzinho, ao serviço de quem? Do Estado, no imediato, e a médio prazo do banco a que irão regressar?
Mas a ministra sabe que os bancos não são propriamente a Santa Casa da Misericórdia. E por isso está a tentar encontrar uma forma de devolver a massa aos bancos. Genial, no mínimo, e digno de ser divulgado junto de outros países, pois não é todos os dias que se inventam soluções destas...
quinta-feira, maio 27, 2004
Aniversario sem acentos
Pois. Hoje faco anos. E escrevo a partir de Mainz, na Alemanha, num teclado sem acentos. Peco por isso desculpa pelo mau portugues. Mais uma vez, tal como tinha acontecido em 1987, o FC Porto conquista a Taca da Europa no dia dos meus anos. Sera o meu karma? Ou o deles? De qualquer forma, aqui ficam os parabens aos portistas. E aproveito para relembrar que so mesmo o Benfica foi capaz de bater o pe ao campeao europeu...
Vi o jogo num biergarten cheio de alemaes que torciam pelo Porto. Depois do jogo, uma pequena caravana de automoveis percorreu o centro da cidade a vitoriar os azuis e brancos. A forca da bola e, de facto, extraodinaria. E pronto, regresso ao tema inicial. Hoje faco anos. E apetece-me citar, de cabeca, aquele poeminha de Alvaro de Campos que sempre, mas sempre mesmo, me comoveu:
"Hoje ja nao faco anos. Duro. Somam-se-me os dias, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos eu era feliz e ninguem estava morto. Raiva de nao ter trazido o passado roubado na algibeira."
PS- Ofereci a mim mesmo uma pequena maquineta de bolso que conta os passos que dou ao longo do dia e as calorias consumidas. Isto de ser "quarentinha" tem que se diga...
Vi o jogo num biergarten cheio de alemaes que torciam pelo Porto. Depois do jogo, uma pequena caravana de automoveis percorreu o centro da cidade a vitoriar os azuis e brancos. A forca da bola e, de facto, extraodinaria. E pronto, regresso ao tema inicial. Hoje faco anos. E apetece-me citar, de cabeca, aquele poeminha de Alvaro de Campos que sempre, mas sempre mesmo, me comoveu:
"Hoje ja nao faco anos. Duro. Somam-se-me os dias, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos eu era feliz e ninguem estava morto. Raiva de nao ter trazido o passado roubado na algibeira."
PS- Ofereci a mim mesmo uma pequena maquineta de bolso que conta os passos que dou ao longo do dia e as calorias consumidas. Isto de ser "quarentinha" tem que se diga...
terça-feira, maio 25, 2004
Road to Lisbon!
Ora aí está um anúncio que vale bem a pena. Have fun!
segunda-feira, maio 24, 2004
Aceitam-se sugestões
Confesso que nunca integrei aquela larga maioria de portugueses que conseguem encontrar mil e uma desculpas para não votar. Esteja sol ou chuva, sempre coloquei a cruzinha no boletim de voto, mesmo - veja-se o despudor - nas eleições europeias, aquelas que, segundo a maioria dos portugueses, não interessam nem à vaquinha do presépio, principalmente "na actual conjuntura política". Pois, caros "bloguistas", desta vez a coisa está negra, mesmo para mim, que sou um militante do voto na urna em dia de eleições. Apesar da minha costela pró-americana (tão perigosa nos dias que correm), sempre votei nos chamados partidos de esquerda. Confesso que o PCP nunca me agradou muito. Nem naqueles dias de eleições autárquicas, em que a rapaziada com quem me dou usa sempre aquele argumento - "de que os PC's nas câmaras têm provas dadas". No caso do Porto, as provas dadas actualmente são o apoio pornográfico que o vereador comunista na autarquia portuense presta a uma coligação PSD/CDS. Não tenho nada a objectar em relação à cabeça-de-lista da CDU para o Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, mas não consigo esquecer o título de uma entrevista que a antiga vereadora da Câmara do Porto deu a um jornal da cidade ("Comércio" ou "Janeiro", já não sei) - "Pirosa! Eu...". Face a isto, o PCP não leva o meu voto. Pensei depois em votar no PS, mas Sousa Franco deve ser o único português que usa óculos para ouvir melhor. Não é que o homem tenha alguma culpa disso, mas confesso que o PS por esta altura não é propriamente muito estimulante. Quanto a João de Deus Pinheiro, o cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS, não consigo entender como é que alguém que foi acusado no jornal de Paulo Portas de andar a roubar mantas nos aviões pode conviver na mesma lista com membros do partido do mesmo Portas. Como diria, o professor Cavaco Silva: "Safa, safa, safa...". Chegado aqui, restam-me duas alternativas: a Nova Democracia de Manuel Monteiro (também não tenho nada contra o senhor, mas o aparecimento deste novo partido cheira tanto a vingança, cheira tanto a vontade de dar umas facadas no Paulo Portas, que não estou para contribuir para alguma orgia de sangue); e o Bloco de Esquerda. À partida, o BE não me agrada por causa daquele mix "trotsky/mao", ou se quiserem PSR/UDP. É certo que estes rapazes têm feito tudo para enterrar as antigas bandeiras. Mas como diria aquela fábula do escorpião que quer atravessar um rio em cima de uma rã - "é a minha natureza", ou seja a natureza deles (PSR/UDP) ainda anda por lá. Por isso também não devem levar o meu voto. Assim, amigos "bloguistas" agradecia que me dessem algumas sugestões para o dia 13 de Junho.
PS
Disseram-me, entretanto, que o meu médico faz parte da lista do BE. O único problema é que não está num lugar elegível. Senão já tinha encontrado a solução para a minha angústia de votante - colocava a cruzinha nele e mandava-o para Estrasburgo. Sempre me livrava das análises, dos exames e das radiografias que está sempre a pedir para eu fazer.
RA
PS
Disseram-me, entretanto, que o meu médico faz parte da lista do BE. O único problema é que não está num lugar elegível. Senão já tinha encontrado a solução para a minha angústia de votante - colocava a cruzinha nele e mandava-o para Estrasburgo. Sempre me livrava das análises, dos exames e das radiografias que está sempre a pedir para eu fazer.
RA
MRPP regressa em alta no congresso do PSD
Podem acusar de tudo Durão Barroso, menos de uma coisa - falta de coerência. Este fim-de-semana, no Congresso do PSD, o primeiro-ministro voltou a mostrar que quem sai aos seus não é de Genebra, ou antes não degenera. Tal como nos gloriosos tempos em que militava no MRPP, José Manuel Durão Barroso continua a ter o PCP como o principal alvo das suas investidas políticas. Os portugueses ficaram a saber este fim-de-semana quem será o culpado de eventuais atentados que ocorram durante o Euro 2004: nada mais nada menos que o PCP. Numa época em que poucos já se lembram do glorioso camarada Arnaldo Matos (o verdadeiro líder da classe operária e do MRPP, o tal que terá impedido o jovem militante José Manuel Durão Barroso de equipar a sede do partido com a mobília subtraída da Faculdade de Direito de Lisboa), ainda bem que há alguém que não abdica das suas origens maoistas. Ainda mais quando esse alguém é o próprio primeiro-ministro.
Há tanta vida lá fora...
Eu sei que estou em dívida com os leitores deste blog...mas, como diz Lulu Santos, há tanta vida lá fora!
sexta-feira, maio 21, 2004
MoooTV
Aqui fica um solo de bateria saudanddo a demissão de Amílcar Theias. E fica também um conselho gratuito para o novo ministro do Ambiente: Corte a barba! O dr. não leu o capítulo do livro do director do Expresso em que Durão Barroso teoriza sobre o papel das barbas na política portuguesa? Quem o avisa...
(E agora lá vou para Oliveira de Azeméis. Espectáculo garantido, à borla...)
(E agora lá vou para Oliveira de Azeméis. Espectáculo garantido, à borla...)
quinta-feira, maio 20, 2004
É uma Kerry!
Apresento-vos a filha de John Kerry, aqui fotografada no festival de Cannes. Sem nada para esconder. Mais uma boa razão para torcer contra W. Bush...
Vaias
O ministro Paulo Portas foi outra vez vaiado, desta vez em Viana do Castelo, durante as comemorações do Dia da Marinha. Entrevistado pela RTP, o ministro apressou-se a desmentir a realidade, dizendo que havia mais gente a aplaudir do que a vaiar. É com esta audição selectiva, associada a uma enorme capacidade de desconstruir a realidade que não lhe é favorável, que o ministro vai singrando.
Bate, bate coração
Os perigos do álcool
quarta-feira, maio 19, 2004
Agualusa
Aproveitei estes três dias de exílio algarvio para, entre outras coisas, ler "O Vendedor de Passados", o último romance de José Eduardo Águalusa. Romance simples, escorreito, despretensioso, que sê num fôlego. Não tem a intensidade de "O Ano em Que Zumbi Tomou o Rio", nem a poesia de "A Estação das Chuvas", mas Águalusa volta a mostrar que é um bom narrador, com jeito para os diálogos e com capacidade de surpreender. Desta vez talvez tenha ido um nadinha longe de mais ao atribuir a uma osga o papel de narrador, mas o ambiente onírico que atravessa o livro ajuda a compor o final. O escritor insiste na digressão geográfica e emocional pelos seus lugares de eleição, como Luanda, o Rio , Goa e Berlim. Mas a ideia central do livro (um homem que vende passados falsos) redime tudo.
I'm back!
Três dias aqui a carregar baterias, e estou pronto para outra. Vou recomeçar com os posts antes que a audiência deste blog vá de vez por água abaixo...
segunda-feira, maio 17, 2004
Cartoon do dia
Que famoso líder serei eu?
What Classic Movie Are You?
Which Famous Homosexual are you?
Egipto de A a Z no ZARPAR
Bush, again
Tenho recebido algum "hate mail" acusando-me de ser anti-americano por estar sempre a implicar com George W. Bush. Entendamo-nos: eu não sou anti-americano. Eu sou anti-Bush. Acredito que ele chegou à Casa Branca por batota, e acredito que ele é um perigo para o mundo. Estou profundamente convencido de que W. ignorou dolosamente o perigo do terrorismo e de que arrastou o mundo para uma guerra injusta. Não lhe perdoo ter estendido a passadeira vermelha à extrema-direita religiosa e não lhe perdoo o amor pela América corporativa. Confesso: eu tenho medo de George W. Bush. E espero que ninguém mais me condene por tentar exorcizar os meus medos através do riso.
Mário Cláudio
Aqueles inquéritos light das revistas e jornais proporcionam sempre momentos de humor involuntário. Esta semana, na Grande Reportagem, Mário Cláudio assumiu a pose de criador torturado e disse que a maior alegria que lhe podiam dar era "a de viver alegremente sem escrever uma linha". Pois. Mário, isso parece-me uma excelente ideia, pelo menos a julgar pelo seu último livro. O Mário descansava dessa extraordinária pulsão que o leva "a acreditar que é pela escrita que a vida se revela" (outra frase de compêndio, a que recorrem nove em cada dez pessoas para quem o cúmulo do chique é abrigar-se da chuva na livraria Lello) e nós íamos à nossa vidinha, talvez cantando e rindo.
Euro
Os anúncios do Euro são muito bonitos, não acham? (Ou sou eu que estou com o julgamento turvado pelo triunfo do Glorioso na Taça?)
PS- Acabei de ouvir as declarações de José Mourinho no final da taça e só me ocorre dizer uma coisa: que não sabe ganhar também não sabe perder.
Herman Sic
Acabei agora mesmo de saber, através da inefável Lili Caneças, que o princípe Filipe de Espanha tem um Q.I. inferior ao meu, embora me bata em altura.Ouviste, ó Letizia? Larga o pincípe e vem até aqui discutir física quântica. Ou até mecânica de fluidos, quem sabe?
domingo, maio 16, 2004
A Taça é nossa!
Há quase dez anos que não ganhávamos nada. Obrigado, Camacho. Obrigado, Benfica!
Já não há respeito
Bichanice
Privatizar o exército americano?
Copa do Mundo
We've got it! É esta a manchete de hoje do City Press de Joanesburgo, celebrando a decisão da FIFA de atribuir à África do Sul a organização do Campeonato do Mundo de Futebol. A decisão, anunciada por Joseph Blatter, provocou uma imensa festa no país africano, com brancos e negros dançando nas ruas, partilhando uma alegria comum. E Nelson Mandela, o velho Madiba, o homem que tornou tudo possível com a sua determinação e a sua extraodinária capacidade para perdoar, lá estava, o cabelo branco, o sorriso largo, celebrando com o seu povo. Há muito tempo que África merecia organizar um evento destes. Em 1999 tive a felicidade de estar na Nigéria quando este país organizou o mundial de sub-21, o primeiro deste género no continente, e ainda hoje recordo com prazer a alegria do povo, a disponibilidade de toda a gente, os relvados maravilhosos, a música, o sol, o sorriso de boas vindas das pessoas. Foi com este espírito que os nigerianos conseguiram ultrapassar os problemas e fazer do campeonato uma festa. É com este espírito que a República da África do Sul vai organizar um campeonato inesquecível. E espero que o velho Madiba esteja lá, nas bancadas, a aplaudir e a iluminar o mundo com o seu sorriso. Ele merece.
sábado, maio 15, 2004
Costa Nova
Sol. Gente a nadar na ria de Aveiro, junto à ponte da Vagueira. Na Costa
Nova vende-se tremoços e bolachinha americana. Compro uma tripa de ovos
moles e sento-me num banquinho de madeira vermelho, virado para a ria. O
canal de Mira está cheio de velas, algumas de moliceiros. O mercadinho está
cheio de gente. Num lado cheira a peixe fresco, no outro a fruta e a flores.
Subo a antiga ladeira do mercado e páro junto à casa onde passei grande parte da
minha infância. Vem-me a vontade de correr para o areal da escola a dar
pontapés numa bola de borracha, uma bola de borracha com luas e sóis
pintados num fundo azul, ou então de me recolher na varanda a ler o jornal
do Cuto. Vêm-me saudades da minha avó. Hoje já não faço anos - duro. Serei velho quando o for. Pára com isso, Rui. Num dia como este não deve haver lugar para a tristeza. Em
terra em que o mar não bate, não bate o meu coração. O areal molhado
chama-me. Até já.
(Texto enviado por e-mail)
Sol. Gente a nadar na ria de Aveiro, junto à ponte da Vagueira. Na Costa
Nova vende-se tremoços e bolachinha americana. Compro uma tripa de ovos
moles e sento-me num banquinho de madeira vermelho, virado para a ria. O
canal de Mira está cheio de velas, algumas de moliceiros. O mercadinho está
cheio de gente. Num lado cheira a peixe fresco, no outro a fruta e a flores.
Subo a antiga ladeira do mercado e páro junto à casa onde passei grande parte da
minha infância. Vem-me a vontade de correr para o areal da escola a dar
pontapés numa bola de borracha, uma bola de borracha com luas e sóis
pintados num fundo azul, ou então de me recolher na varanda a ler o jornal
do Cuto. Vêm-me saudades da minha avó. Hoje já não faço anos - duro. Serei velho quando o for. Pára com isso, Rui. Num dia como este não deve haver lugar para a tristeza. Em
terra em que o mar não bate, não bate o meu coração. O areal molhado
chama-me. Até já.
(Texto enviado por e-mail)
Farmácia
E de repente, no meio do lixo electrónico que todos os dias me assalta a caixa do correio, lá surge um produto capaz de proporcionar alívio a quem dele precisa. A frio.
(Quem tiver a coragem de experimentar tem que depois vir aqui dizer como é...)
(Quem tiver a coragem de experimentar tem que depois vir aqui dizer como é...)
Shake that ass!
Uma animação contagiante para começar o fim de semana
Missão cumprida?
sexta-feira, maio 14, 2004
Inimigo Público
Um cartoon brilhante de João Fazenda para o Inimigo Público de hoje:
Viva a Primavera!
Sol, sol, sol...a brisa traz o cheiro do mar e faz abanar os pinheiros. Há risos, mulheres com camisolas de alcinhas, e uma luz crua que doura tudo. Está um dia excelente para ouvir qualquer coisa leve, fresca. Que tal ir ao baú buscar os disquinhos dos Everything but the girl?
Rui
(Post enviado por e-mail)
__________________
Rui
(Post enviado por e-mail)
__________________
Sucker!
(Com a devida vénia a JLG, que enviou a foto por e-mail=
Pinóquio
Aqui está o nosso amigo...como nunca o viram. Aproveite também para se meter com o Tony Blair e não esqueça de explorar as animações através dos botões que ficam debaixo da foto. Have Fun!
O miúdo mais estúpido do mundo?
Será este? É, pelo menos, um forte candidato ao título!
Parque Estaline?
Os nosso amigos lituanos têm um estranho sentido de humor. 'Bora lá ao Parque Zé dos Bigodes? O Disney World que se cuide...
(A notícia já é antiguinha mas permanece actual)
(A notícia já é antiguinha mas permanece actual)
Passaportes
Um arquivo gigantesco de passaportes, cuja consulta está à distância de um clique. Coloque o seu nome e veja o resultado.
Aprenda a insultar em línguas estrangeiras...
Link útil
Mona Lisa
Separados à nascença?
Marretas
Viciante
quinta-feira, maio 13, 2004
Skate
Cartoon do dia
ZARPAR
Zelig russo
Lembram-se de Zelig, aquele personagem criado em 1983 por Woody Allen que era um verdadeiro camaleão humano, adaptando-se a todos os ambientes? Pois encontrou um rival na pessoa de Vladimir Putin. O site é muito divertido e o líder russo enfrenta alguma concorrência. Have Fun!
Boicotar o casamento?
Submarinos com desconto...
...Paulo Portas já esfrega as mãos só de pensar no dinheiro que vai poupar quando dotar a Marinha com estes submarinos:
Estranho...
Pura alienação
quarta-feira, maio 12, 2004
Crise de identidade
Agora já é oficial: este blog está a atravessar uma profunda crise de identidade. Esperemos que gostem da nossa nova cara (a segunda, em dois dias...).
Estou que nem posso!
Durante o dia de hoje choveram na caixa de correio protestos contra a alteração de visual deste blog. Ninguém ainda teve a coragem de dizer que o novo template é feio, mas há gente a queixar-se de que o blog se tornou mais difícil de ler, que o corpo de letra não resulta e o Diabo a quatro. Nem uma única voz se levantou para defender as alterações, que tanto trabalho deram. Snif.Vou pensar se devo ou não mudar de novo. Voltar atrás é que não, ok? Vou, por isso, entrar num curto período de reflexão. Vamos a ver o que é que vai sair daqui.
Galinha no cesto
Pois...
Bilhar
Go!
Carregue no botão laranja e aprecie as imagens.
Relax
Acabar com os blogs? (2)
Aqui ficam na íntegra as explicações de Pedro Amorim sobre as supostas declarações ao Expresso Online sobre a possibilidade de a ANACOM acabar com os blogs (ver post anterior). Afinal, nem sempre o que parece é.
"No fim do Seminário «Ciberlaw'2004», fui abordado, em pleno corredor do CCB, por uma jovem jornalista estagiária do Expresso Online, que me faz uma pergunta relacionada com a minha intervenção e que se prendia com a questão da tutela dos direitos do consumidor na chamada Lei do Comércio Electrónico (DL 7/2004).
Como será evidente para quem me conheça, NUNCA disse que "o objectivo da ANACOM é acabar com a criação de "blogs" e MUITO MENOS que "espero que seja cumprido".
Quanto interpelado pela jornalista estagiária sobre quais seriam as grandes questões jurídicas da Internet nos próximos tempos, respondi que, além da questão dos Direitos de Autor, a questão da limitação da liberdade de expressão por força das políticas de combate à cybercriminalidade e ao terrorismo é uma questão que vai estar na ordem do dia e que, pessoalmente, muito me preocupa.
Neste contexto, referi que o fenómeno dos blogs e a sua relação com o jornalismo, deverá ser seguido com muito atenção, até porque poderá haver alguma tendência da parte do poder politico para tentar controlar ou mesmo silenciar alguns blogs que lhes sejam mais incómodos (é um fenómeno que extravasa as nossa fronteiras e do qual já há sinais noutras paragens do globo).
E por aqui me fiquei, em relação a esta matéria.
Sendo um leitor assíduo de vários blogs, acompanho com entusiasmo a sua evolução, até porque acredito que estes serão, provavelmente, um dos últimos redutos da plena liberdade de informação face a uma comunicação social cada vez mais instrumentalizada e subjugada a interesses que muitas vezes não são nada coincidentes com o dever de informar.
Quem queria conhecer a minhas posições sobre esta matéria poderá ler um artigo que publiquei na Direito@Rede, em que justamente tentava alertar para os perigos da intervenção de autoridades administrativas na resolução provisória de litígios, com bem referiu o Dr. José Magalhães num comentário a esta "notícia".
Para um estudo mais aprofundado da questão recomendo a leitura do
Parecer da Secção de Direito das Novas Tecnologias e Comércio Electrónico da Comissão de Legislação da Ordem dos Advogados relativamente à "Lei do Comércio Electrónico", que, por ser co-autor, evidentemente subscrevo.
Por último esclareço que não tenho, nem nunca tive, qualquer ligação à ANACOM, entidade que respeito e que, na minha opinião, tem e está vocacionada para tarefas bem mais importantes (ver por todas, um processo de liberalização das telecomunicações que teima em não arrancar, excepto na letra da lei) do que andar a exercer a poderes jurisdicionais no mundo on-line.
Não deixa de ser irónico que este incidente aconteça com alguém que sempre se tem batido pelo Estado-Direito, porque no fundo é de isso que estamos mesmo a falar quando há o perigo de uma censura administrativa de conteúdos disponíveis on-line ou do acesso indiscriminado pela polícia aos nossos dados (veja-se o anteprojecto do Governo relativo ao acesso aos dados da Administração Fiscal e da Segurança Social)."
"No fim do Seminário «Ciberlaw'2004», fui abordado, em pleno corredor do CCB, por uma jovem jornalista estagiária do Expresso Online, que me faz uma pergunta relacionada com a minha intervenção e que se prendia com a questão da tutela dos direitos do consumidor na chamada Lei do Comércio Electrónico (DL 7/2004).
Como será evidente para quem me conheça, NUNCA disse que "o objectivo da ANACOM é acabar com a criação de "blogs" e MUITO MENOS que "espero que seja cumprido".
Quanto interpelado pela jornalista estagiária sobre quais seriam as grandes questões jurídicas da Internet nos próximos tempos, respondi que, além da questão dos Direitos de Autor, a questão da limitação da liberdade de expressão por força das políticas de combate à cybercriminalidade e ao terrorismo é uma questão que vai estar na ordem do dia e que, pessoalmente, muito me preocupa.
Neste contexto, referi que o fenómeno dos blogs e a sua relação com o jornalismo, deverá ser seguido com muito atenção, até porque poderá haver alguma tendência da parte do poder politico para tentar controlar ou mesmo silenciar alguns blogs que lhes sejam mais incómodos (é um fenómeno que extravasa as nossa fronteiras e do qual já há sinais noutras paragens do globo).
E por aqui me fiquei, em relação a esta matéria.
Sendo um leitor assíduo de vários blogs, acompanho com entusiasmo a sua evolução, até porque acredito que estes serão, provavelmente, um dos últimos redutos da plena liberdade de informação face a uma comunicação social cada vez mais instrumentalizada e subjugada a interesses que muitas vezes não são nada coincidentes com o dever de informar.
Quem queria conhecer a minhas posições sobre esta matéria poderá ler um artigo que publiquei na Direito@Rede, em que justamente tentava alertar para os perigos da intervenção de autoridades administrativas na resolução provisória de litígios, com bem referiu o Dr. José Magalhães num comentário a esta "notícia".
Para um estudo mais aprofundado da questão recomendo a leitura do
Parecer da Secção de Direito das Novas Tecnologias e Comércio Electrónico da Comissão de Legislação da Ordem dos Advogados relativamente à "Lei do Comércio Electrónico", que, por ser co-autor, evidentemente subscrevo.
Por último esclareço que não tenho, nem nunca tive, qualquer ligação à ANACOM, entidade que respeito e que, na minha opinião, tem e está vocacionada para tarefas bem mais importantes (ver por todas, um processo de liberalização das telecomunicações que teima em não arrancar, excepto na letra da lei) do que andar a exercer a poderes jurisdicionais no mundo on-line.
Não deixa de ser irónico que este incidente aconteça com alguém que sempre se tem batido pelo Estado-Direito, porque no fundo é de isso que estamos mesmo a falar quando há o perigo de uma censura administrativa de conteúdos disponíveis on-line ou do acesso indiscriminado pela polícia aos nossos dados (veja-se o anteprojecto do Governo relativo ao acesso aos dados da Administração Fiscal e da Segurança Social)."
Isto, só na América!
Acabar com os blogs?
A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) quer acabar com os blogs, alegando que estes sítios são frequentemente utilizados para difamação. A revelação foi feita ao Expresso Online por este homem
A intenção é tão rídicula que não merece grandes comentários. Mas, já agora, se querem proibir alguma coisa, porque é que não proibem gente como este senhor de dizer tontices? Sempre quero ver a ANACOM e este suposto especialista em direito para as novas tecnologias da informação a ter sucesso numa tarefa em que falharam tantos governos totalitários por esse mundo fora. Porque é de totalitarismo que estamos a falar. De totalitarismo e de uma escandalosa ameaça à liberdade cde expressão. Como o "Blogger" é uma companhia americana (ou será canadiana?) calculo que a ANACOM já estará a diligenciar junto das instâncias internacionais o seu encerramento. E vou parar por aqui, pois corro o risco de não conseguir reprimir a minha tendência para a difamação...
(Com a devida vénia a Paulo Gorjão, do BLOGUITICA, o primeiro a reagir a este disparate)
A intenção é tão rídicula que não merece grandes comentários. Mas, já agora, se querem proibir alguma coisa, porque é que não proibem gente como este senhor de dizer tontices? Sempre quero ver a ANACOM e este suposto especialista em direito para as novas tecnologias da informação a ter sucesso numa tarefa em que falharam tantos governos totalitários por esse mundo fora. Porque é de totalitarismo que estamos a falar. De totalitarismo e de uma escandalosa ameaça à liberdade cde expressão. Como o "Blogger" é uma companhia americana (ou será canadiana?) calculo que a ANACOM já estará a diligenciar junto das instâncias internacionais o seu encerramento. E vou parar por aqui, pois corro o risco de não conseguir reprimir a minha tendência para a difamação...
(Com a devida vénia a Paulo Gorjão, do BLOGUITICA, o primeiro a reagir a este disparate)
Shit!
Descobri agorinha mesmo que escolhi o mesmo template do Terras do Nunca, um dos meus blogs de estimação. Ó João Morgado Fernandes, desculpe lá qualquer coisinha. Pelos menos gabo-lhe o bom gosto a escolher templates. Um abraço.
Um joguinho excelente...
Uma fantástica animação...
E uma notícia...
terça-feira, maio 11, 2004
Operação plástica
Esta é a nossa indumentária Primavera/Verão. Espero que gostem.