sábado, maio 15, 2004
Costa Nova
Sol. Gente a nadar na ria de Aveiro, junto à ponte da Vagueira. Na Costa
Nova vende-se tremoços e bolachinha americana. Compro uma tripa de ovos
moles e sento-me num banquinho de madeira vermelho, virado para a ria. O
canal de Mira está cheio de velas, algumas de moliceiros. O mercadinho está
cheio de gente. Num lado cheira a peixe fresco, no outro a fruta e a flores.
Subo a antiga ladeira do mercado e páro junto à casa onde passei grande parte da
minha infância. Vem-me a vontade de correr para o areal da escola a dar
pontapés numa bola de borracha, uma bola de borracha com luas e sóis
pintados num fundo azul, ou então de me recolher na varanda a ler o jornal
do Cuto. Vêm-me saudades da minha avó. Hoje já não faço anos - duro. Serei velho quando o for. Pára com isso, Rui. Num dia como este não deve haver lugar para a tristeza. Em
terra em que o mar não bate, não bate o meu coração. O areal molhado
chama-me. Até já.
(Texto enviado por e-mail)
Sol. Gente a nadar na ria de Aveiro, junto à ponte da Vagueira. Na Costa
Nova vende-se tremoços e bolachinha americana. Compro uma tripa de ovos
moles e sento-me num banquinho de madeira vermelho, virado para a ria. O
canal de Mira está cheio de velas, algumas de moliceiros. O mercadinho está
cheio de gente. Num lado cheira a peixe fresco, no outro a fruta e a flores.
Subo a antiga ladeira do mercado e páro junto à casa onde passei grande parte da
minha infância. Vem-me a vontade de correr para o areal da escola a dar
pontapés numa bola de borracha, uma bola de borracha com luas e sóis
pintados num fundo azul, ou então de me recolher na varanda a ler o jornal
do Cuto. Vêm-me saudades da minha avó. Hoje já não faço anos - duro. Serei velho quando o for. Pára com isso, Rui. Num dia como este não deve haver lugar para a tristeza. Em
terra em que o mar não bate, não bate o meu coração. O areal molhado
chama-me. Até já.
(Texto enviado por e-mail)