sexta-feira, setembro 29, 2006
Para quem nao acreditou no post anterior...
Golo de apanha-bolas...validado!
Jogo com gol de gandula não terá placar alterado
O Atlético vencia o duelo por 1 a 0 até poucos minutos antes do final do jogo, quando o Santacruzense alcançou o empate através de um gol ilegal, marcado por um gandula.
No lance, após ataque do time da casa, o atacante Samuel completou cruzamento da direita e chutou a bola rente à rede, mas para fora.
Antes do goleiro do time de Sorocaba cobrar o tiro de meta, o gandula aproveitou a distração da árbitra Silvia Regina de Oliveira e chutou a bola para dentro do gol.
Posteriormente, em dúvida, a juíza pediu auxilio para o assistente Marco Antônio Motta Júnior, que havia corrido na direção do meio-campo, indício de que o gol havia sido legal.
No julgamento desta quarta, ambos assumiram o erro. O Tribunal, por sua vez, considerou que o equivoco foi de fato, e não de direito.
Indignado com a decisão, o advogado do Atlético Sorocaba, Heraldo Panhoca, disse que vai recorrer.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Fintar a Crise ...
É o que diz um relatório especial emitido ontem pela agência internacional de ratings Fitch. A agência diz que não espera qualquer alteração dos ratings para os principais bancos portugueses, já que a sua performance registou algumas melhorias e que os indicadores da qualidade dos activos permaneceram bons na primeira metade deste ano, apesar do difícil ambiente em que operam.
A Fitch acredita que os principais bancos em Portugal vão conseguir manter ou até mesmo aumentar a sua sólida rentabilidade em 2006, apoiados no número crescente de hipotecas e empréstimos a empresas.
Além disso, os bancos conseguiram também aumentar a sua capacidade de vendas cruzadas através do negócio segurador e produtos de investimento, o que se junta à expansão internacional.
Na lista dos principais bancos considerados pela Fitch para a sua análise estão a CGD (AA-/F1+), o BCP (A+/F1), o BES (A+/F1), o Santander Totta (AA/F1+) e o Banco BPI (A+/F1). Em todos os casos, o rating Outlook é estável, excepto no caso da CGD, onde desce para Negativo, devido à notação atribuída a Portugal, por ser um banco público.
terça-feira, setembro 26, 2006
Genial
Um Google falado. A resposta é falada em vez de escrita. Em português, ainda por cima. Vale a pena experimentar. Have fun. O link é este
segunda-feira, setembro 25, 2006
SUFOCO ...
Governo e Associação Nacional de Municípios (ANMP) estão em guerra aberta por causa da proposta de revisão da Lei de Finanças Locais. Um dos pontos que tem inflamado os ânimos prende-se com o endividamento autárquico. Segue-se a lista das 70 câmaras que o Governo diz que vão perder capacidade de endividamento.
A ANMP, citando um estudo da Deloitte, diz que, com as novas regras de cálculo, haverá 204 câmaras, entre as 308 do País, que ficarão impedidas de recorrer ao crédito até 2014.
Como a futura Lei impõe que todos os anos as câmaras reduzam 10% o excesso de endividamento, isto significaria que as câmaras se vejam "amputadas"de 304 milhões de euros por ano, até 2014.
O Governo desmente peremptoriamente estes números, e diz que são apenas 70. E divulga a lista das câmaras em causa, assumindo os seus números.
Municípios: percentagem utilizada do limite proposto:
ALPIARÇA: 157%
AMARES: 171%
ANSIÃO: 112%
ARMAMAR: 170%
AVEIRO: 216%
BARREIRO: 117%
CALHETA (SÃO JORGE): 196%
CARRAZEDA DE ANSIÃES: 169%
CASTANHEIRA DE PÊRA: 181%
CASTELO DE PAIVA: 195%
CELORICO DA BEIRA: 181%
CHAMUSCA: 109%
CONDEIXA-A-NOVA: 108%
COVILHÃ: 227%
ESPINHO: 101%
FARO: 101%
FIGUEIRA DA FOZ: 147%
FORNOS DE ALGODRES: 137%
FUNDÃO: 168%
GOUVEIA: 161%
GUARDA: 136%
LAJES DAS FLORES: 205%
LISBOA: 158%
MACHICO: 198%
MAIA: 180%
MANTEIGAS: 120%
MARCO DE CANAVESES: 267%
MESÃO FRIO: 104%
MOIMENTA DA BEIRA: 104%
MONÇÃO: 124%
MONCHIQUE: 117%
MONDIM DE BASTO: 175%
MONTEMOR-O-VELHO: 173%
MOURÃO: 177%
MURÇA: 120%
NAZARÉ: 107%
ODIVELAS: 157%
OLIVEIRA DE AZEMÉIS: 133%
OLIVEIRA DE FRADES: 107%
OURÉM: 110%
OURIQUE: 178%
OVAR: 101%
PAREDES DE COURA: 122%
PORTALEGRE: 115%
PORTO MONIZ: 113%
POVOAÇÃO: 107%
REGUENGOS DE MONSARAZ: 119%
RIBEIRA GRANDE: 116%
RIO MAIOR: 125%
SANTA COMBA DÃO: 150%
SANTARÉM: 159%
SÃO PEDRO DO SUL: 194%
SÁTÃO: 127%
SEIA: 164%
SEIXAL: 121%
SESIMBRA: 130%
SETÚBAL: 131%
SINES: 192%
SOURE: 112%
TAROUCA: 102%
TORRE DE MONCORVO: 114%
TORRES NOVAS: 144%
TRANCOSO: 124%
VALE DE CAMBRA: 185%
VELAS: 180%
VILA DA PRAIA DA VITÓRIA: 131%
VILA DO CONDE: 164%
VILA FRANCA DO CAMPO: 194%
VILA NOVA DE POIARES: 172%
VOUZELA: 147%
Os anéis já foram. Sobram os dedos...
domingo, setembro 24, 2006
Água que lava a alma
sexta-feira, setembro 22, 2006
Vote na boa!
Este blogue tem passado ao lado das eleições brasileiras, um bocado por causa de Lula e dos seus 40 ladrões. É que cansa um bocadinho estar constantemente a falar mal do PT. E confesso que não tenho vocação para Mainardi. Mas não resisto a publicar este delicioso cartaz eleitoral de uma candidata do PFL a deputada estadual. Até achava piada se a moda pegasse em Portugal.
quinta-feira, setembro 21, 2006
A minha vida está assim...
Há gente interessada em saber as razões que me têm levado a postar tão pouco. Acontece que não tenho tempo nem vontade para explicações. Mas hoje encontrei no You Tube um vídeo que é uma boa metáfora do que têm sido os meus dias. Um vídeo que mistura Darth Vader com o Cavaleiro Negro dos Monty Python. Uma delícia. Basicamente, se querem mesmo saber, identifico-me bastante por estes dias com o arrojado, irritante e certificadamente louco Black Knight. Quantos são, quantos são?
segunda-feira, setembro 18, 2006
O avô, Duverger e os pactos,,,
Nuno Brederode Santos publicou no DN de ontem uma crónica intitulada Torcer o pepino. É a história de uma família em que o avô “ainda acredita que dois homens de boa-fé e com a mesma informação chegam naturalmente a uma mesma conclusão”:
“Depois das aulas, era tempo de cowboys e índios. Os meninos rebolavam-se no tapete da sala. O índio gritava "Quero o teu escalpe" e o cowboy respondia "Vais morder o pó!" Ignorando os códigos da banda desenhada, o avô acorria a separá-los: "Porque é que vocês não são amigos? Vá lá, escolham: ou são ambos índios ou são ambos cowboys. Assim podem ser amigos e é muito mais engraçado." E os meninos, sentados no chão, solidários e desencantados, já tinham, da vida, a lição. Era tarde para levar o avô a Buffalo Bill e a Sitting Bull. A liberdade, ali, era crescer.
yo seguiré siendo el cautivo
Dicen que la distancia es el olvido
pero yo no concibo esa razón
porque yo seguiré siendo el cautivo
de los caprichos de tu corazón.
Supiste esclarecer mis pensamientos,
me diste la verdad que yo soñé,
ahuyentaste de mí los sufrimientos
en la primera noche que te amé.
sábado, setembro 16, 2006
quinta-feira, setembro 14, 2006
Estrella Morente e Penélope Cruz
Quem já viu Volver/Voltar lembra-se certamente da cena em que Penélope Cruz interpreta com ganas o velho tango de Gardel e Le Pera que empresta o título ao filme de Almodóvar. Acontece que quem canta não é a senõrita Cruz. As lágrimas e os imensos olhos negros podem ser dela, mas a voz é de Estrella Morente, uma cantora nascida em Granada em 1980 e que já vai no seu terceiro disco. Dizem que começou a cantar aos quatro anos e que aos sete já tinha gravado com Sabicas, omestre granadino da guitarra flamenca. Filha de Enrique Morente, uma das estrelas do flamenco, a menina tem andado nos últimos anos na companhia de Joaquin Cortes e de...Lenyy Kravitz, que parece estar em todas. Estrella não só canta bem como é linda. Ouvi-la é um privilégio. Aproveitem.
E eu não vou nada bem...
Ana Carolina e Seu Jorge, ao vivo. Ainda não percebi muito bem porquê mas agora deu-me para ouvir esta música uma e outra vez. Chama-se Chatterton, mas isso agora não interessa nada. Ora reparem lá n a letra e digam se não apetecer gritar em coro com Seu Jorge: P.Q.P!..
o bicho alfabeto
o bicho alfabeto
tem vinte e três patas
ou quase
por onde ele passa
nascem palavras
e frases
com frases
se fazem asas
palavras
o vento leve
o bicho alfabeto
passa
fica o que não se escreve
Paulo Leminski
Materna doçura
As mulheres, sempre as mulheres. Os filmes de Pedro Almodóvar estão cheios delas e Volver/Voltar não foge à regra. O filme, que estreou na semana passada em Portugal, tem Carmen Maura, Lola Dueñas e sobretudo tem Penélope Cruz. Tem gente assombrada por segredos dolorosos e risos que se transformam em lágrimas para a seguir se transformarem de novo em risos. Em Volver/Voltar nada é o que parece e no entanto é fácil de adivinhar o destino daquelas pessoas, daquelas duas irmãs que afinal são três, daquela mãe que regressa do esquecimento para fechar feridas antigas. E abrir outras.
Volver/Voltar tem mortes, fantasmas, incesto e mais um par dos habituais temas fracturantes do universo Almodóvar, mas nem por isso é um filme soturno. Mesmo no meio do vendaval mais forte, as mulheres de Volver mantêm uma centelha de alegria pura que é uma das imagens de marca do realizador. Almodóvar manipula os sentimentos das personagens e dos espectadores com grande subtileza, numa demonstração de que percorreu muito caminho desde os tempos desvairados de Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos.
Carmen Maura, regressa neste filme ao universo de Pedro Almodóvar e é como se nunca tivesse partido. A sua personagem tem a dose necessária de desequilíbrio para ser convincente. Yhoana Colbo faz de filha e é, sem dúvida a nova “chica” de Almodóvar. Lola Duenãs está soberba na réplica a Maura e sobretudo a Penélope Cruz. E esta tem com Volver/Voltar provavelmente o melhor papel da sua carreira. Almodóvar filma-a com uma atenção que roça a lúxuria, tornando-a numa espécie de reincarnação de Sophia Loren. Filma-a de cima para baixo, com um grande plano lúbrico sobre os seus seios pesados, ao mesmo tempo apetecíveis e maternais; segue os seus passos bamboleantes na rua, amplia o seu olhar magoado, revela as lágrimas que brotam ao ritmo de um tango antigo de Gardel e Le Pêra. E ela retribui com uma interpretação convincente, carregada de sensibilidade e manha. E de grande sensualidade.
Volver/Voltar não é apenas um filme de mulheres ou sobre mulheres. É, sobretudo, um grande filme. Pode não ter o brilho de Fala Com Ela, mas também ninguém consegue ser genial a tempo inteiro..
segunda-feira, setembro 11, 2006
A língua é muito traiçoeira...
domingo, setembro 10, 2006
O dia em que se calhar conheci Naguib Mahfouz
Foi em Mênfis, à sombra de uma palmeira com vista para a estátua deitada de Ramsés II, que Hassan fez a sua proposta, num português de sotaque imperceptível: “Queres conhecê-lo”?
Conhecer quem? Ramsés II? Tinha ouvido falar na eficiência dos guias egípcios, mas isto soou exagerado. Afinal, o faraó morreu há mais de 3.500 anos. Hassan expeliu uma nuvem de fumo azul e sem tirar da boca o bico do narguilé esclareceu tudo, apontando com o queixo para o livro que eu tinha entre mãos: “Conhecer o Naguib Mahfouz”. Pareceu-me que ele tinha tido a vontade de me chamar “idiota” mas refreou-se, quem sabe a pensar numa gratificação gorda em libras egípcias.
Não acreditei muito que aquele Hassan, fumador de “sheesha”, guia encartado das pirâmides, vendedor de tapetes persas nas horas vagas e grande apreciador de frango e churrasco com piripiri (gosto que tinha adquirido durante uma passagem infrutífera de dois anos pelas cadeiras do Instituto Superior Técnico de Lisboa) conhecesse o vencedor do prémio Nobel da Literatura de 1988.
Ao fim de uma semana no Cairo, eu tinha aprendido a dar um desconto muito grande às coisas que Hassan garantia ter feito. Havia discrepâncias nas histórias que contava à hora do chá, entre baforadas de tabaco com cheiro a maçã. Era fácil perceber que Hassan não tinha idade para ter combatido os isrealitas na guerra do Seis Dias ou para ter conhecido pessoalmente Gamal 'Abd-al-Nasser, como afirmava. A sua amizade com Omar Sharif era coisa também para levantar dúvidas, apesar da fotografia amarelecida em que aparecia por detrás do Dr. Jivago, numa mesa de Bridge. A única história que me parecia credível era aquela em que garantia ter sido tradutor-intérprete do treinador português Manuel José, campeão do Egipto ao comando do Al-Ahly. A maneira como imitava a voz esganiçada do técnico a dar ordens aos jogadores não deixava grandes dúvidas.
Hassan batia no peito e jurava que conhecia Mahfouz e acabou por me convencer. Meti na mochila as versões em inglês da “Viela de Midaq” e da “Trilogia do Cairo” e deixei-me conduzir até ao mercado Khan el Khalili, aquela hora da tarde quase vazio de turistas. O muezzin já chamava para penúltima oração do dia quando entrámos num restaurante de mesas douradas e azulejos nas paredes. Na ponta de um sofá, um velhinho vestido com uma espécie de cabaia chinesa sorvia um chá de menta. Olhei para a fotografia na contracapa do livro. Olhei para o velhinho, que piscava os olhos por detrás de uns óculos redondos. Era ele. Era Naguib Mahfouz. Ou, pelo menos, alguém muito parecido. Um homem com um avental cheio de nódoas começou a enxotar-nos para fora do restaurante, não dando tempo sequer de dirigir a palavra ao suposto cronista do Cairo. Hassan pediu-me cem libras e regressou ao restaurante, deixando-me à deriva no Khan el Khalili. Voltou um quarto de hora depois, com más notícias. Mahfouz não ia receber-me, não ia conceder nenhuma entrevista, não ia sequer assinar os livros que levava na mochila. Mahfouz não tinha nada para mim a não ser a morada de um familiar dele que vendia papiros. Hassan ria. E eu fiz de conta que achei graça.
(PÚBLICO)
Naguib Mahfouz morreu no Cairo, no dia 31 de Agosto. Tinha 94 anos.
Caetano cru
Caetano Veloso lança na terça-feira um novo álbum de originais, interrompendo um silêncio de seis anos (o disco cantado em inglês, a cujo show assisti no teatro Castro Alves, não conta...). Chama-se Cê e está disponível para download na loja virtual da UOL por menos de 24 reais (mas atenção: só pode ser descarregado por assinantes ou por moradores no Brasil - no login exigem até Cadastro de Pessoa Física, o equivalente ao nosso número de contribuinte). Ontem à noite estive a ouvir algumas faixas e deixem que vos diga: o disco vai surpreender muita gente. Para começar, tem um som tão artesanal que parece ter sido gravado numa garagem. Duas guitarras, uma bateria, umas pandeiretas ou coisa que o valha, e é tudo. Depois, Caetano parece obcecado com a juventude perdida e insiste em fazer rock and roll com sabor tropical. As letras são esotéricas q.b., incluindo aquela que é assinada por Paula Lavigne, a ex-mulher do baiano. Mas o tema mais estranho chama-se "Porquê?". Começa com um gajo qualquer a gritar em português de Portugal "estou-me a vir" e prossegue com Caetano a cantar com sotaque luso, vá lá saber-se porquê...
A canção é ligeiramente ridícula. Corrijo: é muito ridícula. Não por causa do tema, mas sobretudo pelo esforço de Caetano em cantar com sotaque deste lado do mar. Se querem mesmo saber, acho que ele está a gozar-nos. O que ganha mais piada se pensarmos no duplo sentido que o verbo "gozar" tem no Brasil.
Os aviões da Varig...
Senhores passageiros, apertem os cintos de segurança. A Varig, já se sabe, anda pelas ruas da amargura. Mas três aviões po(u)saram nas bancas de jornais do Brasil e nas páginas da ‘Playboy’. Elas são as ex-comissárias de bordo Sabrina Knop, 26 anos, Juliana Neves, 27, e Patrícia Kreusburg, 30, que tiveram no contrato com a revista a saída de emergência para a crise pela qual passa a Varig. “Estávamos sem receber há cinco meses. O dinheiro veio em boa hora”, revela Sabrina. Quem quiser ver mais, muito mais do que a fuselagem dos verdadeiros aviões da Varig deve clicar aqui. Have fun!
Sempre a abrir
sábado, setembro 09, 2006
O sol brilha e pode ser que venha até por aí mais uma vaga de calor. Mas, para mim, o Verão já terminou.
Natascha fala
sexta-feira, setembro 08, 2006
Nunca é tarde para gozar com o desaire dos brasileiros no campeonato do mundo...
Maria Alice Vergueiro discorre sobre o sucesso do filminho Tapa na Pantera. Não me canso dessa mulher.
Entrevista do site Terra com Maria Alice Vergueiro, e os diretores do curta, Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes.A mulher é um poço de sabedoria. E de graça.
quinta-feira, setembro 07, 2006
Vão ouvi-la!
Ao meu redor está deserto
você não está por perto
e ainda está tão perto
Dentro dessa geladeira, dentro da despensa e do fogão
Dentro d gaveta, dentro da garagem e no porão
Em todos os armários, nos vestidos, nos remédios, num botão
Por dentro das paredes, pelos quartos, pelos prédios e no portão
Até no que eu não enxergo
Até mesmo quando eu não quero
Eu não quero
Dentro da camisa, no sapato, no cigarro
na revista, na piscina, na janela, no carro ao lado
No som do rádio eu ouço a mesma coisa
o tempo inteiro, em fevereiro, em janeiro, em dezembro
Ao meu redor está deserto
Tudo que está por perto