terça-feira, abril 10, 2007

 

Portas e Aveiro

Paulo Portas voltou a Aveiro para pedir votos. Diz ele que se sente um aveirense. Aveirense sou eu. Nasci em Aveiro, estudei em Aveiro, namorei, apaixonei-me, criei filhas em Aveiro. Pago em Aveiro os meus impostos e aqui espero viver a minha velhice - se chegar lá, claro. Isso não faz de mim dono da cidade ou do distrito, mas dá-me alguma autoridade para lhe dizer, com frontalidade, que o senhor não é aveirense. Pedir votos para ser eleito por Aveiro e regressar de vez em quando ao distrito para celebrar os raros triunfos do Beira-Mar não faz de si um homem da terra. No máximo é nosso convidado - e um convidado impertinente, ruidoso e abusador, daqueles que só se interessam por nós quando precisam de alguma coisinha. O senhor não é cagaréu nem ceboleiro. É apenas um chato de dentadura alva e colarinho aberto.

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