quarta-feira, abril 11, 2007

 

Entrevista de Sócrates

A entrevista começou com uma mentira: Sócrates garantiu a abrir que não se preparou para o confronto com os jornalistas da RTP e da RDP. Preparou-se e muito, como se veria depois.
Fraquinho, fraquinho, o desempenho de José Alberto Carvalho. Deixou-se enredar pelos papéis e pela datas. Faltou-lhe contundência, objectividade. Flor Pedroso, mais prudente, esteve melhor e fez as perguntas que mais doeram ao PM. Mas gastar 45 minutos à volta das habilitações de Sócrates foi um erro. Havia vontade de esclarecer tudo, mas faltou objectividade. Tinha-se obtido o mesmo resultado em metade do tempo se tivesse havido a coragem de obrigar o primeiro-ministro a falar claro. E apesar da abundância de palavras os entrevistadores deixaram escapar questões importantes. Por exemplo, a história das equivalência não convence. Não cola. Quantas universidades, públicas ou privadas, permitem que os alunos apresentem o certificado de habilitações necessário para o mapa de equivalências meses depois de acabar o curso? Não houve favor a um "humilde deputado da oposição" que se preparava para integrar o mais que previsível futuro Governo de Portugal? Tá bem abelha, como dizia a minha avó judia.
Sócrates transfigurou-se para melhor quando a entrevista rumou a terreno firme. Ota, OPA e por aí fora, assuntos em quem Sócrates está como peixe na água e onde pode exibir o mau humor habitual, que muita gente confunde com determinação.
Sócrates saiu da entrevista melhor que entrou. Malzinho esteve Marques Mendes. Depois de um silêncio calculista durante dias surgiu afogueado, a querer tirar dividendos e a fazer observações pessoais muito duvidosas. Será que estava com medo de que Santana ou Menezes ocupassem o palcozinho mediático?

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