quarta-feira, novembro 22, 2006
Porto Alegre
Casa Museu Mário Quintana
Andei desaparecido durante algum tempo, eu sei. Mas tenho uma boa desculpa: fui até Porto Alegre, terra de causas e de gaúchos, terra de Erico e de Luís Fernando Verissimo (que lançou esta semana mais um livro), de Tabajara Ruas, Mário Quintana e do genial Moacyr Scliar, de quem falarei noutros posts. Terra do meu Inter e de Elis. Já não visitava Porto Alegre há dois anos e desta vez encontrei uma cidade mais suja, com mais focos de insegurança, com mais favelas (ou bairros a caminho de se tornarem favelas). Mas, apesar de já ter conhecido melhores dias (na minha nada modesta opinião), POA mantém algum charme. Não sei se vos interessa muito, mas vou publicar nos próximos tempos algumas coisas sobre POA. E começo assim:
Intitula-se “Traçando Porto Alegre”, foi escrito por Luís Fernando Verissimo e é, provavelmente, o melhor guia que existe sobre a capital do Rio Grande do Sul. O mais divertido é, de certeza. Atente-se nas primeiras linhas: “Porto Alegre vive à beira de alguns mal-entendidos. Para começar, vive à beira de um rio que não é rio. O Guaíba é um estuário, ou como quer que se chame essa espécie de ante-sala onde cinco rios se reúnem para entrar juntos na Lagoa dos Patos. Mas todos o chamam de Rio Guaíba. A rua principal da cidade não existe. Você rodará toda a cidade à procura da Rua da Praia e não a encontrará. Usando a lógica - o que é sempre arriscado, em Porto Alegre - procurará uma rua que margeia o rio (que não é rio), ou que comece ou termine numa praia. Se dará mal. Não há praias no centro da cidade, e nenhuma rua ao longo do falso rio se chama ‘da praia’”.
“Traçando Porto Alegre” pode ser encontrado em qualquer livraria, em qualquer quiosque, em qualquer “sebo” da capital gaúcha. É uma instituição tão célebre quanto o chimarrão e a cuia, as bombachas (calças) dos vaqueiros gaúchos, o churrasco ou o Parque Farroupilha. Com ele na mão, a cidade de 1,5 milhões de habitantes, a orgulhosa capital da cultura gaúcha começa aos poucos a fazer sentido. A desmontagem dos mal entendidos, feita com terna ironia por Verissimo, deixa à vista uma cidade que pode não ser deslumbrante, mas que cativa como poucas.
Porto Alegre é uma cidade com muitas aldeias dentro. No centro estão os hotéis antigos e as principais construções históricas . Os melhores restaurantes têm que ser procurados no bairro elitista de Moinhos de Vento, enquanto os bares da boémia, repletos de intelectuais, cerveja e boa comida (os chamados “sanduíches abertos” são simplesmente deliciosos) ficam na Cidade Baixa. Incontornáveis são também os estádios do Grémio e do Internacional, os dois clubes rivais da cidade, o parque de Itapuã e as marinas. O pôr-de-sol no Guaíba é de graça, como frisa Verissimo. E é também inesquecível.
Andei desaparecido durante algum tempo, eu sei. Mas tenho uma boa desculpa: fui até Porto Alegre, terra de causas e de gaúchos, terra de Erico e de Luís Fernando Verissimo (que lançou esta semana mais um livro), de Tabajara Ruas, Mário Quintana e do genial Moacyr Scliar, de quem falarei noutros posts. Terra do meu Inter e de Elis. Já não visitava Porto Alegre há dois anos e desta vez encontrei uma cidade mais suja, com mais focos de insegurança, com mais favelas (ou bairros a caminho de se tornarem favelas). Mas, apesar de já ter conhecido melhores dias (na minha nada modesta opinião), POA mantém algum charme. Não sei se vos interessa muito, mas vou publicar nos próximos tempos algumas coisas sobre POA. E começo assim:
Intitula-se “Traçando Porto Alegre”, foi escrito por Luís Fernando Verissimo e é, provavelmente, o melhor guia que existe sobre a capital do Rio Grande do Sul. O mais divertido é, de certeza. Atente-se nas primeiras linhas: “Porto Alegre vive à beira de alguns mal-entendidos. Para começar, vive à beira de um rio que não é rio. O Guaíba é um estuário, ou como quer que se chame essa espécie de ante-sala onde cinco rios se reúnem para entrar juntos na Lagoa dos Patos. Mas todos o chamam de Rio Guaíba. A rua principal da cidade não existe. Você rodará toda a cidade à procura da Rua da Praia e não a encontrará. Usando a lógica - o que é sempre arriscado, em Porto Alegre - procurará uma rua que margeia o rio (que não é rio), ou que comece ou termine numa praia. Se dará mal. Não há praias no centro da cidade, e nenhuma rua ao longo do falso rio se chama ‘da praia’”.
“Traçando Porto Alegre” pode ser encontrado em qualquer livraria, em qualquer quiosque, em qualquer “sebo” da capital gaúcha. É uma instituição tão célebre quanto o chimarrão e a cuia, as bombachas (calças) dos vaqueiros gaúchos, o churrasco ou o Parque Farroupilha. Com ele na mão, a cidade de 1,5 milhões de habitantes, a orgulhosa capital da cultura gaúcha começa aos poucos a fazer sentido. A desmontagem dos mal entendidos, feita com terna ironia por Verissimo, deixa à vista uma cidade que pode não ser deslumbrante, mas que cativa como poucas.
Porto Alegre é uma cidade com muitas aldeias dentro. No centro estão os hotéis antigos e as principais construções históricas . Os melhores restaurantes têm que ser procurados no bairro elitista de Moinhos de Vento, enquanto os bares da boémia, repletos de intelectuais, cerveja e boa comida (os chamados “sanduíches abertos” são simplesmente deliciosos) ficam na Cidade Baixa. Incontornáveis são também os estádios do Grémio e do Internacional, os dois clubes rivais da cidade, o parque de Itapuã e as marinas. O pôr-de-sol no Guaíba é de graça, como frisa Verissimo. E é também inesquecível.