quinta-feira, junho 29, 2006

 

Razão e coração

Nada como um jogo do Mundial de Futebol para trazer ao de cima o chauvinista que há em nós. Ou, no meu caso, o porco chauvinista. Chauvinista porque quando Portugal entra em campo manifesto sentimentos de nacionalismo que reconheço serem exagerados; e um bocadinho porco porque estou a usar a mesma camisa desde o início do Mundial, por uma questão de superstição.
Antes que comecem a chamar-me nomes, deixem que vos diga que esta camisa é infalível na protecção à selecção nacional, batendo de longe a estrangeirada Senhora de Caravaggio. É uma simples t-shirt vermelha, tamanho XL, comprada por cinco euros na feira, com o escudo de Portugal encoberto por uma mancha de chocolate, fruto de um pequeno acidente com um sorvete durante a batalha com a Holanda. Comecei a usá-la no jogo contra Angola e desde aí visto-a sempre que me sento em frente da televisão. Os seus poderes são imensos. Estou convencido de que com ela no corpo (no meu corpo) Portugal vai chegar à final. E só vou mandar lavá-la depois do Figo erguer a taça. Em minha defesa invoco Carlos Drummond de Andrade (agora é moda citar escritores por tudo e por nada para falar de futebol): “Para o diabo vá a razão quando o futebol invade o coração”.

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