terça-feira, junho 13, 2006

 

Jabor sobre a canarinha

Esta seleção é também um time de jovens bem-sucedidos, nossos embaixadores
no Primeiro Mundo. Temos orgulho deles: eles provam que algo pode dar certo
para “periféricos”. Não temos inveja, pois um dia poderemos ser ricos e
famosos como os neguinhos de Bento Ribeiro e do Capão Redondo...
Outro dia fiquei até com um pouco de pena dos criminosos na “segurança
máxima”, que não verão os jogos da Copa. É pior que solitária, pior que
ausência de mulher. Não ver a Copa , nos dias em que “até os esqueletos no
cemitério ouvem os jogos nos radinhos de pilha”? Nada pior que não ver o
jogo do Brasil. Os criminosos mais cavernosos têm uma forma de amor pelo
país que atacam. Marcola quer ver os jogos e torcer pela pátria, mesmo
depois de esculachar São Paulo?
Alem do crime, alem da barbárie, existe um Brasil desejado.
Alguma coisa une o traficante e a grã-fina. Mora em todos nós, mesmo no
assaltante, um sonho de felicidade.

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