segunda-feira, janeiro 30, 2006
"Ouça um bom conselho, eu lhe dou de graça..."
Logo à noite, é o-b-r-i-g-a-t-ó-r-i-o sintonizar a televisão na 2: a partir das 22h30. A essa hora estreia em Portugal, finalmente, "Curb your enthusiasm", a série da HBO protagonizada por Larry David, o parceiro de Jerry Seinfeld na melhor sitcom da história. E meia hora depois arranca "Roma", uma mega-produção de época co-produzida pela norte-americana HBO e pela britânica BBC e nomeada para
dois Globos de Ouro.
Sobre Roma nada posso adiantar porque só sei o que li nos jornais. Mas promete. Mas já "Curb your enthusiasm", que por cá leva o título "Calma, Larry", está já há algum tempo disponível em DVD. A primeira série é até oferecida com legendas em português. Larry é, basicamente, um rabugento. Mas um rabugento genial. Numa clara sátira aos reality shows, permite que uma câmara de televisão o siga no dia-a-dia. E consegue fazer-nos rir com os seus tiques, embirrações, dúvidas, fraquezas. Larry é ridículo como só as pessoas verdadeiramente inteligentes conseguem ser. E devastador na maneira como consegue que, ao rirem-se dele, os espectadores riam de si mesmos. Mesmo sem o perceberem. O Poema em Linha Recta parece ter sido escrito para ele:
Nunca conhecí quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasito,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
dois Globos de Ouro.
Sobre Roma nada posso adiantar porque só sei o que li nos jornais. Mas promete. Mas já "Curb your enthusiasm", que por cá leva o título "Calma, Larry", está já há algum tempo disponível em DVD. A primeira série é até oferecida com legendas em português. Larry é, basicamente, um rabugento. Mas um rabugento genial. Numa clara sátira aos reality shows, permite que uma câmara de televisão o siga no dia-a-dia. E consegue fazer-nos rir com os seus tiques, embirrações, dúvidas, fraquezas. Larry é ridículo como só as pessoas verdadeiramente inteligentes conseguem ser. E devastador na maneira como consegue que, ao rirem-se dele, os espectadores riam de si mesmos. Mesmo sem o perceberem. O Poema em Linha Recta parece ter sido escrito para ele:
Nunca conhecí quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasito,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.