terça-feira, outubro 25, 2005
À mesa...
Mais logo, à tua mesa...
Então sento-me à tua mesa.
Porque é de ti que me vem o fogo.
Não há gesto ou verdade onde não dormissem tua noite e loucura,
não há vindima ou água em que não estivesses pousando o silêncio criador.
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos originais.
Tu dás-me a tua mesa,
descerras na vastidão da terra a carne transcendente.
E em ti principiam o mar e o mundo.
Minha memória perde em sua espuma o sinal e a vinha.
Herberto Hélder
Então sento-me à tua mesa.
Porque é de ti que me vem o fogo.
Não há gesto ou verdade onde não dormissem tua noite e loucura,
não há vindima ou água em que não estivesses pousando o silêncio criador.
Digo: olha, é o mar e a ilha dos mitos originais.
Tu dás-me a tua mesa,
descerras na vastidão da terra a carne transcendente.
E em ti principiam o mar e o mundo.
Minha memória perde em sua espuma o sinal e a vinha.
Herberto Hélder