terça-feira, setembro 20, 2005
Comentário
Ao comentar um post aqui, dei conta que me alonguei e por isso aqui fica o extenso comentário.
O Meu Mercedes sim... é um bom sítio e não é de agora.
A Via Rápida ... poupem-me!
Mas não me pouparam. Lá fui eu, após dez anos...empurrada por uma despedida de solteira de alguém que me é muito, muito querido. Por isso fui. E ainda bem que, apesar de nenhuma de nós ter 40 anos – nem pouco mais ou menos - o porteiro nos fez sinal e entramos sem ter de esperar não sei bem pelo quê.
Um horror. E, desta vez, não me deram, como há dez anos, um copo de plástico, cor-de-rosa, com direito a bar-aberto onde, caso quisesse beber, demoraria, pelo menos, uma hora, tal era o maralhal de mulherio junto ao bar.
Fui ao bar "masculino" onde quase tive de implorar para pagar um gim tónico. Andava na universidade. Jurei para nunca mais. Nunca mais iria a lado nenhum onde decorresse a dita ladys night. É insultuoso.
Desta vez, foi a última vez. Creio. Um passo à frente, à direita ou à esquerda entalava-nos. Braços no ar davam conta de movimento. Dançariam? Pediriam socorro? Agradeceriam?
Fui subindo as escadas. Até ao local mais amplo que consegui encontrar. Mas não por muito tempo. Um lugarejo de janelas voltadas para a estrada e de vista privilegiada sobre os diferentes patamares de dança. Observava. Gordinhas, magrinhas, altas, baixas, loiras, morenas ou ruivas, todas, sem excepção, estavam vestidas para estar ali. Decotes, alcinhas, tops. Um vento gelado, lá fora. Eles, altos, baixos, com pala, sem pala, com gel, sem gel, com massa cinzenta e sem massa nenhuma, com timidez e destemidos abanavam-se, observavam, comentavam, faziam-se ao piso, como sabem. Um, dois, três. Alguns cotas, por ali. Meio perdidos, meio encontrados. De copo na mão, sacudiam-se. Um, de cabelos cor da barba do pai natal, vincados “pés de galinha”, levava uns encontrões mas rapidamente se recompunha. Enfim…barrigudos, lisinhos e musculados. Todos, eles e elas, se abanavam ao som da música que está a dar, diziam-me.
Ritos e rituais de acasalamento. Pura solidão, para alguns. Diversão, para outros.
Valeu-me que a noite não se quedou por ali. E, num local bem mais arejado, pude dançar até ser dia. Que eu gosto de dançar. Só não gosto das vias rápidas desta vida!
O Meu Mercedes sim... é um bom sítio e não é de agora.
A Via Rápida ... poupem-me!
Mas não me pouparam. Lá fui eu, após dez anos...empurrada por uma despedida de solteira de alguém que me é muito, muito querido. Por isso fui. E ainda bem que, apesar de nenhuma de nós ter 40 anos – nem pouco mais ou menos - o porteiro nos fez sinal e entramos sem ter de esperar não sei bem pelo quê.
Um horror. E, desta vez, não me deram, como há dez anos, um copo de plástico, cor-de-rosa, com direito a bar-aberto onde, caso quisesse beber, demoraria, pelo menos, uma hora, tal era o maralhal de mulherio junto ao bar.
Fui ao bar "masculino" onde quase tive de implorar para pagar um gim tónico. Andava na universidade. Jurei para nunca mais. Nunca mais iria a lado nenhum onde decorresse a dita ladys night. É insultuoso.
Desta vez, foi a última vez. Creio. Um passo à frente, à direita ou à esquerda entalava-nos. Braços no ar davam conta de movimento. Dançariam? Pediriam socorro? Agradeceriam?
Fui subindo as escadas. Até ao local mais amplo que consegui encontrar. Mas não por muito tempo. Um lugarejo de janelas voltadas para a estrada e de vista privilegiada sobre os diferentes patamares de dança. Observava. Gordinhas, magrinhas, altas, baixas, loiras, morenas ou ruivas, todas, sem excepção, estavam vestidas para estar ali. Decotes, alcinhas, tops. Um vento gelado, lá fora. Eles, altos, baixos, com pala, sem pala, com gel, sem gel, com massa cinzenta e sem massa nenhuma, com timidez e destemidos abanavam-se, observavam, comentavam, faziam-se ao piso, como sabem. Um, dois, três. Alguns cotas, por ali. Meio perdidos, meio encontrados. De copo na mão, sacudiam-se. Um, de cabelos cor da barba do pai natal, vincados “pés de galinha”, levava uns encontrões mas rapidamente se recompunha. Enfim…barrigudos, lisinhos e musculados. Todos, eles e elas, se abanavam ao som da música que está a dar, diziam-me.
Ritos e rituais de acasalamento. Pura solidão, para alguns. Diversão, para outros.
Valeu-me que a noite não se quedou por ali. E, num local bem mais arejado, pude dançar até ser dia. Que eu gosto de dançar. Só não gosto das vias rápidas desta vida!