segunda-feira, junho 20, 2005
Uma minuta, por favor.
Uma experiência. Novas tecnologias versus velhas burocracias. Vivida por um amigo:)
«Fui ontem no meu carro (equipado com ABS, ASC, CDPlayer, ar condicionado, controlo de tracção e todos aqueles botões e luzes que não sei para que servem) a uma cidade, no interior.
Fui levado por toda esta tecnologia, por curvas e contra curvas, estradas em paralelo, macadame, ruas e caminhos, que o GPS não vê. E muito menos eu, pois tempo é dinheiro!
Cheguei.
Fui à Câmara Municipal.
O propósito da viagem... simples. Ia consultar um processo de uma obra lançada a concurso por esta Câmara, e decidir se adquiria ou não o processo.
Foi breve a consulta. Bem como a decisão de adquirir uma cópia do processo.
- Está tudo certo. Levo uma cópia. Disse com voz determinada e séria à funcionária que me atendeu.
- Muito bem. Respondeu ela. Só tem que fazer o requerimento.
E, dito isto, colocou-me na mesa uma folha de papel branca e uma caneta.
- Requerimento... mas não tem uma minuta?!
- Não. Pode escrever à mão que não tem importância.
- Bem, é que normalmente... insisti... preenche-se uma minuta!
- É engenheiro, não é? Perguntou sem me deixar responder. Sabe com certeza fazer um requerimento.
Sorriu. Sorriu ironicamente.
Não quis dar parte de fraco.
Sentei-me e começei.
Mas a desconfiança dela, mais que justificada, fez com que se mantivesse incomodamente próxima.
Precisei de três folhas!
À primeira. Esqueci que qualquer requerimento para uma Câmara Municipal deve começar por
“Ex.mo Sr. Presidente...”
À segunda. Esqueci todos os elementos que obrigatoriamente se colocam nestas coisas.
Morada, contribuinte, representado por, etc., etc.
À terceira foi de vez.
Já com a total benevolência e compaixão da dita senhora.
Foi frustrante!
Onde estava a minuta que o meu computador vomita e eu, simplesmente, assino?
Na viagem de regresso, tive saudades da minha 4L e do tempo em que um requerimento não tinha obrigatoriamente minuta!»
«Fui ontem no meu carro (equipado com ABS, ASC, CDPlayer, ar condicionado, controlo de tracção e todos aqueles botões e luzes que não sei para que servem) a uma cidade, no interior.
Fui levado por toda esta tecnologia, por curvas e contra curvas, estradas em paralelo, macadame, ruas e caminhos, que o GPS não vê. E muito menos eu, pois tempo é dinheiro!
Cheguei.
Fui à Câmara Municipal.
O propósito da viagem... simples. Ia consultar um processo de uma obra lançada a concurso por esta Câmara, e decidir se adquiria ou não o processo.
Foi breve a consulta. Bem como a decisão de adquirir uma cópia do processo.
- Está tudo certo. Levo uma cópia. Disse com voz determinada e séria à funcionária que me atendeu.
- Muito bem. Respondeu ela. Só tem que fazer o requerimento.
E, dito isto, colocou-me na mesa uma folha de papel branca e uma caneta.
- Requerimento... mas não tem uma minuta?!
- Não. Pode escrever à mão que não tem importância.
- Bem, é que normalmente... insisti... preenche-se uma minuta!
- É engenheiro, não é? Perguntou sem me deixar responder. Sabe com certeza fazer um requerimento.
Sorriu. Sorriu ironicamente.
Não quis dar parte de fraco.
Sentei-me e começei.
Mas a desconfiança dela, mais que justificada, fez com que se mantivesse incomodamente próxima.
Precisei de três folhas!
À primeira. Esqueci que qualquer requerimento para uma Câmara Municipal deve começar por
“Ex.mo Sr. Presidente...”
À segunda. Esqueci todos os elementos que obrigatoriamente se colocam nestas coisas.
Morada, contribuinte, representado por, etc., etc.
À terceira foi de vez.
Já com a total benevolência e compaixão da dita senhora.
Foi frustrante!
Onde estava a minuta que o meu computador vomita e eu, simplesmente, assino?
Na viagem de regresso, tive saudades da minha 4L e do tempo em que um requerimento não tinha obrigatoriamente minuta!»