sexta-feira, março 18, 2005

 

For Him Magazine e outras questões

Chama-se FHM , iniciais de For Him Magazine. Chegou ontem às bancas portuguesas e é destinada aos homens. Marca internacional, nascida em Inglaterra há mais ou menos uma década, chega, agora, a um país onde as revistas masculinas tiveram já o boom.
«Men's Health», «Ego», «GQ» e «Maxman» são outros títulos dirigidos a este target.
O que as distingue? Que homens as compram?
Dizer que são os “sapiens, sapiens” não é objectivo!
Nesta “categoria” estamos todos e, apesar das especializações, homens lêem a «Máxima», a «Activa», a «Elle», revistas destinadas a mulheres e mulheres lêem, também, as publicações dedicadas aos homens.
Mas tem de haver diferenças, motivações distintas.
Se afinal há mercado para todas e …venha mais uma!?
E, no caso, esta mais uma, segundo li, é a genuína, a original revista lifestyle masculina. Parece que, por toda a Europa este mercado está no puro dinamismo e a FHM, chegou a Portugal, 28º país a recebê-la, para destronar a actual líder deste mercado – a Maxmen.
Da FHM diz-se que é sexy, útil, divertida, relevante.
O seu conteúdo é feito de jornalismo, moda, beleza, entrevistas, máquinas, carros, gadgets, curiosidades, humor, artigos de comportamento, fotografias e modelos femininos.
E quem serão este leitores da FHM?
De acordo com o que li são homens «entre os 20 e os 40 anos, bem lançados na carreira e a viverem os seus golden years. Provavelmente ainda não se casaram e vão com os amigos à neve, ao futebol, ao ginásio. Têm rendimentos para comprar telemveis, computadores e roupa e começam a preocupar-se mais com a aparência».

Como é que os outros títulos vão fidelizar os seus leitores. Qualidade dos conteúdos, lay outs mais apelativos? A análise terá de ser mais profunda e extrapola matérias e design. Apela a análises multidisciplinares e abrangentes sobre o mesmo objecto de estudo: o género masculino. Qualquer director de marketing, por exemplo, que queira incluir no seu plano de meios estas revistas especializadas, pede a óbvia tabela de preços da publicidade e o estudo sobre cada uma, para saber qual o posicionamento de cada revista no mercado. E define se investe ou não. Se dirige bem o seu produto, se o promove no meio certo.
Mas quem são esses homens, afinal? Do que é que gostam? O que é que consomem?
De quando em vez surgem nichos bastante específicos. Recentemente surgiu o metrossexual. Quem é este homem, “descoberto” pelo jornalista inglês, Mark Simpson? Este homem vivo e emergente. Não se trata de nenhuma descoberta da antropologia física ou da arqueologia.
Nenhuma ossada para analisar, portanto!
Pelo que sei, o conceito designa o homem metropolitano, heterossexual, empreendedor, entre os 25 e os 45 anos, vive em grandes cidades, é um excelente consumidor e não dispensa o espelho. Mima o corpo e a alma. É macho. Gosta de mulheres, pode querer ser pai.
O “rótulo” pode, pelos vistos, aplicar-se a todos os homens que vivem em grandes centros urbanos e que não se importam de exibir, por que o assumem, o seu lado mais feminino.
Li, ainda, que o ícone dos metrossexuais é o jogador inglês David Beckham.
Este “novo” homem emergente gosta de jóias, produtos de beleza, roupas caras e diferentes, carros desportivos, ganha e gasta muito dinheiro e anonimato não é com ele. Faz manicura, pinta o cabelo, faz limpezas faciais, massagens e spa`s, cuida dos lábios e das mãos. Recorre à cirurgia plástica gosta e sabe cozinhar tem “instinto” paternal e lida com biberões e fraldas com prazer e know-how, não se aborrece com idas ao shopping.
E como se classificam todos os outros homens que não "cabem" nesta definição?
Por exemplo, os que gostam de viver no campo, tem pavor a grandes cidades, são fiéis ao Old Spice, não têm preocupações estéticas, o único corte que usam é “máquina zero”, só vão a um barbeiro, só usam o relógio que herdaram do pai ou do avô, para que vistam uma camisola ou camisa diferente, alguém tem de as fazer rodar no gavetão ou no guarda-roupa, não sabem nem querem cozinhar, não usam caqui, porque não aprenderam essa cor na escola primária, não comem fruta para não terem de a descascar, não vão ao cinema porque estacionar o carro é uma chatice, não usam roupa que exiba a marca de forma ostensiva, não usam cor-de-rosa porque é uma cor feminina…e por aí fora. Serão raros? Justificariam uma publicação só para eles e para todos os outros que também não se "inserem" aqui? Ou eles também compram as FHM`s?
Seria uma longa conversa, creio.

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