terça-feira, fevereiro 22, 2005

 

Cabrera Infante

Cabrera Infante não voltará a Cuba, nem passeará, com o era seu desejo, pelas ruas de Havana, cenário dos seus primeiros amores. Não dançará mais boleros, olhará o mar no "Malecon" ou aspirará o perfume das "habaneras", cuja recordação suavizou o seu longo exílio em Londres. O mais amargo e sarcástico opositor ao regime castrista faleceu ontem, na capital inglesa. Deixa uma obra notável, entre romances, artigos esparsos e romances incontornáveis. Frasista terrível, sempre usou o humor para combater a intolerância. Não sobreviveu a Fidel,mas isso já ele sabia.
Guilhermo Cabrera Infante nasceu em Gibara, Cuba, em 1929. Trabalhou como jornalista e diplomata. Em 1961, com a censura de Fidel Castro, foi obrigado a fechar a revista literária Lunes de Revolución, que dirigia. Eem 1965, já em ruptura com o regime, renuncia ao cargo de adido cultural na Bélgica e expressa publicamente sua dissidência.Exila-se em Londres, tornando-se uma figura emblemática da luta anticastrista.Três Tristes Tigres, romance de grande modernidade e criação verbal, é provavelmente o seu livro mais conhecido. Indispensável é ainda Havana para um Infante Defunto, escrito em Londres em 1979, que homenageia a capital cubana anterior à chegada de Castro ao poder. Cabrera Infante morreu ontem, em Londres. Tinha 76 anos.

Frases de Cabrera Infante

"Fidel ficará no poder para sempre ou até à eternidade - o que durar mais tempo".


"Cuba sofre de uma gravíssima "castroentrite'"



"Quando Fidel deixar o poder, voltarei a Cuba, mas, logicamente, não no primeiro avião"


"O sonho do homem é ser Deus e seu pesadelo é ver-se obrigado a simular que alcançou esse propósito".

"Pó és e terminarás comendo pó"

"Machado de Assis é o grande escritor que a língua espanhola não foi capaz de produzir no século XIX."

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