domingo, janeiro 30, 2005
Vou ali num instantinho e volto já
Não fosse este maldito frio que congela as meninges, e os últimos dias teriam sido muito divertidos. Há sempre um gozo inconsciente e perverso em ver os políticos portugueses em acção. Em ver como eles se animam com duas frases de efeito, como os seus olhos brilham ou esmorecem com a divulgação de sondagens, como tiram a uma velocidade estonteante do bolso promessas e mais promessas. Há sempre algo de muito ridículo nas pequenas polémicas; há sempre algo de trágico e ao mesmo tempo cómico nos ajustes de contas, no "agarrem-me se não eu mato-o", nos debates em que falam, falam, falam, falam e não dizem nada. Nasce em mim um pequeno sorriso de escárnio que se transforma em gargalhada convulsiva quando os vejo nas ruas a distribuir esferográficas, postais, sacos de plásticos, rodeados de gente com bandeirinhas, como se de uma trupe circense se tratasse. Quem anda nisto há alguns anos sabe que quase nada é para levar a sério. Que eles não são para levar a sério. Que alguns deles nem sequer são sérios.
Para encarar "essa barra", como dizem os brasileiros, é preciso muita paciência e bom humor. É preciso também compaixão, claro, compaixão para com os mais fracos, os incapazes, os tontinhos, os derrotados. Muitas vezes penso que é impressionante como nenhum dos consagrados escritores portugueses se lembrou de escrever um romance inspirado numa campanha eleitoral. Quantas traições, facadas nas costas, adultérios físicos e intelectuais existem numa campanha, quantos. E ninguém para os registar para a posteridade, para lhe lhes dar uma dimensão romanesca e romântica.
Dito isto, quero avisar que nos próximos dias vou andar afastado destas lides. Vou andar por aqui e embora hoje seja possível "postar" de qualquer lado, vou fazer um esforçozinho por esquecer que na minha terra, no meu país, está a decorrer uma campanha eleitoral. Eu sei que não vai ser fácil, mas vou tentar. Deixo aos meus sócios neste blog a missão de o manterem vivo e de boa saúde. Adeus, até ao meu regresso. Divirtam-se. Em jeito de despedida deixo-vos com uma bela canção de Lhasa de Sela
LLEGARÁS MANANA
PARA EL FIN DEL MUNDO
O EL ANO NUEVO
MANANA TE MATO
MANANA TE LIBRO
ESTOY ADELANTE YA NO
YA NO TENGO MIEDO
MANANA TE DIGO QUE EL AMOR
QUE EL AMOR SE HA IDO
Para encarar "essa barra", como dizem os brasileiros, é preciso muita paciência e bom humor. É preciso também compaixão, claro, compaixão para com os mais fracos, os incapazes, os tontinhos, os derrotados. Muitas vezes penso que é impressionante como nenhum dos consagrados escritores portugueses se lembrou de escrever um romance inspirado numa campanha eleitoral. Quantas traições, facadas nas costas, adultérios físicos e intelectuais existem numa campanha, quantos. E ninguém para os registar para a posteridade, para lhe lhes dar uma dimensão romanesca e romântica.
Dito isto, quero avisar que nos próximos dias vou andar afastado destas lides. Vou andar por aqui e embora hoje seja possível "postar" de qualquer lado, vou fazer um esforçozinho por esquecer que na minha terra, no meu país, está a decorrer uma campanha eleitoral. Eu sei que não vai ser fácil, mas vou tentar. Deixo aos meus sócios neste blog a missão de o manterem vivo e de boa saúde. Adeus, até ao meu regresso. Divirtam-se. Em jeito de despedida deixo-vos com uma bela canção de Lhasa de Sela
LLEGARÁS MANANA
PARA EL FIN DEL MUNDO
O EL ANO NUEVO
MANANA TE MATO
MANANA TE LIBRO
ESTOY ADELANTE YA NO
YA NO TENGO MIEDO
MANANA TE DIGO QUE EL AMOR
QUE EL AMOR SE HA IDO