segunda-feira, janeiro 24, 2005

 

o triunfo do azeite

A política portuguesa entrou em roda livre. Repare-se na panóplia de palavras impantes que nos impuseram nos últimos tempos, sem odor nem dor e que vão dando corpo a um bizarro discurso político: choque, copianço, banha da cobra, fait-divers lúdico, azeite. Sempre o azeite. Os seus protagonistas vestem e sorriem de igual, falam e cobram por igual numa cadeia de desfaçatez e impunidade inimagináveis. “Sem estremecimento, seu e nosso, afagam-nos (o novo Portugal atrai o mundo), repreendem-nos (estamos a consumir excessivamente), culpabilizam-nos (vivemos acima das nossas posses), ameaçam-nos (se não acatarmos as suas de cisões tombaremos no precipício), despudorados no manuseio das velhas pechas da psicologia aplicada, refinada”. Tudo vai feliz enquanto o espectáculo dura, por isso dura é a vida dos prestidigitadores; por isso há quem, entre os que crêem piamente neles, finja caritativamente acreditá-los, até às urnas.

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