quinta-feira, dezembro 23, 2004

 

Another one bites the dust!


Em protesto contra a decisão do Governo de recorrer a uma parte do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos, equivalente a mil milhões de euros, para evitar o incumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o presidente da CGD, Vítor Martins, pediu a demissão do cargo. Celeste Cardona nem tugiu, claro.
As coisas já não estavam fáceis para Martins desde que Bagão Félix revelou que a venda de património do Estado foi por água abaixo porque os consórcios bancários, liderados pela CGD e BPI, tentaram renegociar o contrato. Mas não foi apenas Martins a ficar insatisfeito com o coelho que Bagão tirou hoje da cartola - também os sindicatos prometem lutar contra a decisão do ministro, ameaçando até recorrer ao Tribunal Constitucional, por temerem que o seu fundo de pensões seja devastado por sucessivas investidas destinadas a maquilhar as contas públicas. A bola está, agora, do lado do Presidente da República. Acredito que Sampaio vai promulgar o documento do Governo, mas os tempos que vivemos são tão extraordinários que é melhor esperar para ver.

PS- Convém não esquecer que Vitor Martins substituiu António de Sousa e Mira Amaral à frente dos destinos da CGD. Ocupava o cargo desde o dia 1 de Outubro.

Adenda: O socialista Maldonado Gonelha, vice-presidente da CGD, acompanhou Vítor Martins na demissão. Ambos, no entanto, aceitaram permanecer nos cargos até que Governo nomeie uma nova administração, o que já não deve acontecer antes das eleições. Para Gonelha, calculo, a angústia não será muita.

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