quarta-feira, junho 09, 2004

 
Os desacatos que antecederam a morte súbita do professor Sousa Franco são um nojo. As imagens, que as televisões não se cansam de mostrar, são obscenas. Seriam sempre obscenas, mesmo que que não tivesse ocorrido a tragédia que fulminou o cabeça de lista do PS às europeias. Na lota de Matosinhos, aquilo que deveria ser o tradicional banho de multidão do candidato (mas será que o resto do país ainda se deixa impressionar por estas encenações?) transformou-se numa batalha rasca entre duas figuras absolutamente menores. DE um lado o último dos dinossauros, a epítome do cacique, apoiado pela sua turba ululante. Dou outro, um jovem político que cedo se deixou arrastar pela voragem da política rasteira, também ele apoiado pela populaça aos berros. Empurrões, insultos, Narciso abraçado a Sousa Franco com ar de proprietário, Seabra passeado em ombros pelos seus apoiantes. Os dois buscando sem vergonha as câmaras de televisão. E o professor lá no meio, empurrado de um lado para o outro por mãos frenéticas, cada vez mais amarelo, mais fraco, mais ausente.
PS - Duas notas, ainda. Narciso Miranda sentiu-se mal a seguir ao falecimento de Sousa Franco. Pois. E o pivot da RTP acabou de chamar António Guterres ao primeiro-ministro...)

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