quarta-feira, fevereiro 28, 2007

 

Última tentativa para arranjar um líder para a Direita


O ex-líder do CDS-PP Paulo Portas vai regressar amanhã, em pleno, à vida política activa, com uma declaração sobre a situação do partido, dois anos depois de se ter demitido da sua liderança.

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terça-feira, fevereiro 27, 2007

 

Lido numa parede em Lx

"Passarinho que come pedras lá sabe o cu que tem".

 

Lido numa parede em Sampa

"Chifre só mata toureiro".

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

 

domingo, fevereiro 25, 2007

 

And the Oscar goes to...



MELHOR FILME

Babel
The Departed - Entre Inimigos (The Departed)
Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima)
Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos (Little Miss Sunshine)
A Rainha (The Queen)

Babel é favorito, mas eu gostava mesmo que o vencedor fosse As Cartas de Iwo Jima. Estará a Academia tão apaixonada por Clint Eastwood ao ponto de lhe dar o troféu por um filme falado em japonês? Duvido. O mais certo é que o anti-americanismo primário de Babel acabe recompensado, até porque o masoquismo parece estar em alta pelos lados de uma América traumatizada pelas aventuras de W. no Iraque. Grande surpresa seria a vitória do terno Litlle Miss Sunshine. Belo filme, delicado, comovente. Pensando bem, vou torcer por esta família disfuncional. Afinal, todas a famílias são normais até as conhecermos melhor.

MELHOR ACTOR PRINCIPAL

Leonardo DiCaprio (Diamante de Sangue - Blood Diamond)
Ryan Gosling (Half Nelson - Encurralados)
Peter O’Toole (Venus)
Will Smith (Em Busca da Felicidade - The Pursuit of Happyness)
Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia - The Last King of Scotland)

Forest Whitaker, com um interpretação larger than life não vai dar hipóteses a ninguém, nem sequer a um Peter O'Toole a quem a academia tem recusado a felicidade. Estranhamente, dou por mim a torcer por Leonardo por causa daquele rodesiano politicamente incorrecto de Diamante de Sangue. Mas Forest não vai dar chances a ninguém, I'm afraid...

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

Alan Arkin (Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos - Little Miss Sunshine)
Jackie Earle Haley (Pecados Íntimos - Little Children)
Djimon Hounsou (Diamante de Sangue - Blood Diamond)
Eddie Murphy (Dreamgirls)
Mark Wahlberg (The Departed - Entre Inimigos)

Se Djimon Hounson não ganhar como o meu chapéu. Eu sei que Eddie Murphy é favorito, mas só de pensar que ele pode receber um óscar fico com vontade de rir. Give me a break!

MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL

Penélope Cruz (Voltar - Volver)
Judi Dench (Diário de Um Escândalo - Notes on a Scandal)
Meryl Streep (O Diabo Veste Prada - The Devil Wears Prada)
Helen Mirren (A Rainha - The Queen)
Kate Winslet (Pecados Íntimos - Little Children)

Grande lote de candidatas. Grande. O ideal era que fossem todas premiadas, mas suspeito que Helen Mirren vai levar a estatueta. Gostei muito de Penelope Cruz (fez-me recordar Sophia Loren) mas acho que ainda não é desta.

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

Adriana Barraza (Babel)
Cate Blanchett (Diário de Um Escândalo - Notes on a Scandal)
Abigail Breslin (Uma Família à Beira de Um Ataque de Nervos - Little Miss Sunshine)
Jennifer Hudson (Dreamgirls)
Rinko Kikuchi (Babel)

Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Adriana Barraza. Não percebem porquê? Vão ver o filme.


MELHOR REALIZADOR

Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima - Letters from Iwo Jima)
Stephen Frears (A Rainha - The Queen)
Paul Greengrass (Voo 93 - United 93)
Alejandro Gonzalez Inarritu (Babel)
Martin Scorsese (Entre Inimigos - The Departed)
É desta. Martin Scorsese vai ser premiado por um filme claramente menor porque a Academia precisa de ficar em paz com um dos melhores realizadores de sempre. Mas quem merecia mesmo era Clint Eastwood.


MELHOR DOCUMENTÁRIO

Deliver Us from Evil - Amy Berg e Frank Donner
Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth)- Davis Guggenheim
Iraq in Fragments - James Longley e John Sinno
Jesus Camp - Heidi Ewing e Rachel Grady
My Country, My Country - Laura Poitras e Jocelyn Glatzer

Espero que Al Gore não ganhe. O documentário é uma chata peça de propaganda e de promoção pessoal. Aborda questões importantes? Sem dúvida. É grande cinema? NÃO!



ÓSCAR HONORÁRIO: Ennio Morricone

Vão ouvir a banda sonora dos filmes de Sergio Leone, por favor. Chega para perceber a dimensão de Morricone, cujo único tropeção numa carreira imaculada foi gravar com Dulce Pontes, mais conhecida como "A namorada do Shrek".

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uma questão de neurónios...

José Mourinho diz que «Jaime Pacheco só tem um neurónio e mesmo esse trabalha mal». Jaime Pacheco, por sua vez, diz que «ele é doente mental». O problema do futebol será neurológico ou psiquiátrico ? Não deixa de ser curiosa, também, a afirmação de Carlos Galvão, no site da RTP, sobre o concurso «Os Grandes Portugueses»: MOURINHO É UM GRANDE PORTUGUÊS QUE JÁ FEZ MAIS POR PORTUGAL DO QUE OS ÚLTIMOS 10 MINISTROS DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS!!! VOTEM EM MOURINHO!!!
Eheheh!!! Isto está lindo! Ou como diria O'Neill, «duas moscas ou a mesma?»

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

 

ZECA AFONSO

"De sal de linguagem feita"

De sal de linguagem feita
Numa verruma que atava
A lingua presa do jeito
A forma de ser escrava
O apito do comboio
Que não dizia de onde era
O sinal, a mordedura
A visita que não vem
O corredor, o tapume
A sala vedada às feras
O frenesim das gibóias
Em guarda, o soldo, a comida,
A cozedura do pleito
O cheiro a papel selado
Um cantinho de amargura
Um raio de sol queimado,
Junto do bolso do fato
A morte a vida a vitória
Diga lá minha menina
Se acredita nesta história

 

Futebolês

Ontem ouvi pela rádio metade do jogo do FCP-Chelsea. E anotei algumas coisinhas que ora me irritam ora me fazem rir.
Por exemplo:
- A Ricardo Quaresma chamaram, entre outras coisas, "Mustang", Harry Potter", "Mágico" e...."ciganito".
- O guarda-redes do Chelsea foi simplesmente designado como "O homem da Mascarilha".
- Para a Renascença, o Chelsea "desdobrava-se em losanglo" (sic).
- Fernando Eurico, da Antena 1, teve um ataque de misticismo a meio da primeira parte e, a propósito de um livre directo a favor do Porto, expressou o seguinte desejo: "Que Deus guie as botas de Quaresma".
E por aqui me fico. Sempre quero ver (ouvir) se a RR volta a dizer, esta tarde, que os romenos do Dínamo de Bucareste "montaram um acampamento cigano no meio-campo do Benfica".

terça-feira, fevereiro 20, 2007

 

A CARNAVALIZAÇÃO DA VIDA ...

Aos 75 anos, Umberto Eco está em forma e recomenda-se. O seu mais recente volume de ensaios chama-se A PASSO DE CARANGUEJO e reúne textos e artigos escritos entre 2000 e 2005.
Para Umberto Eco vivemos uma época sombria porque o «mundo vai avançando a golpes de sabre» e às arrecuas.
Usem-se, pois, as «armas da análise e da crítica» para fazer frente ao desvario da contemporaneidade (...) e da cultura dominante «mística, tradicionalista, neo-espiritualista, new age e revisionista».
Fica claro que, para Umberto Eco «uma das características da civilização em que vivemos é a carnavalização total da vida».
Vivemos imersos nela como «criaturas lúdicas por definição» ou... catastrofistas por lucidez e desesperança.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

 

A crise da imprensa

"O Jornal de Notícias consegue ter mais notícias de Lisboa do que o Diário de Notícias".
Frase atribuída hoje pelo Jornal de Negócios a "fonte próxima" de Joaquim Oliveira

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A crise da imprensa

Recolho mais informação relevante num "post" do Bola na Área do que na leitura atenta dos jornais desportivos...

 
Bocejo.

 
Outro bocejo.

domingo, fevereiro 18, 2007

 

Carnaval?

Barão Vermelho, Frejat, Titãs, Arnaldo
Antunes e... Amy Whinehouse compõem a banda sonora deste meu pobre Carnaval luso. Há um ano andava eu por Salvador, saltando de camarote em camarote, na rota de Bono, Quincy Jones, Cláudia Leite e outros que tais. 35 graus no asfalto e um mar imenso no peito. Este ano não há frevo, nem samba, muito menos axé. Não há calor nem chope gelado. Mas há sempre o velho rock. Como dizia o outro: It's only rock and roll but I like it. Mas, porra, está muito frio, e aquelas gordinhas de Ovar enfiadas em biquinis do tamanho de um selo de correio simplesmente não me animam...
Ai que saudades da Bahia, ai, ai!

Amor, meu grande amor - Barão Vermelho


Segredos (Frejat)


Amor pra Recomeçar (Frejat)


Homem não chora nem por dor nem por amor e antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça lhe pedir perdão e só porque eu estou aqui ajoelhado no chão
com o coração na mão, não quer dizer que tudo mudou, que o tempo parou, que você ganhou
Meu rosto vermelho, molhado, é só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe que homem não chora esse meu rosto vermelho, molhado,
é só dos olhos pra fora todo mundo sabe que homem não chora. Não chora, não.
Homem não chora nem por ter nem por perder lágrimas são água
Caem do meu queixo e secam sem tocar o chão e só porque você me viu cair em contradição
dormindo em sua mão, não vai fazer a chuva passar, o mundo ficar no mesmo lugar
Meu rosto vermelho, molhado, é só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe que homem não chora esse meu rosto vermelho, molhado,
é só dos olhos pra fora todo mundo sabe que homem não chora.
Homem não chora nem por dor nem por amor...
FREJAT

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quinta-feira, fevereiro 15, 2007

 

FINALMENTE...

Hoje, no PUBLICO: «VOTAÇÃO. SALAZAR: O PIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE».
Finalmente o Doutor Salazar ganhou uma eleição democrática.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

 

Dia dos Namorados


 

Essa mulher


Feliz Dia dos Namorados|

terça-feira, fevereiro 13, 2007

 

Amanhã de manhã





Gosto desta Mônica Salmaso. Gosto da voz, gosto do estilo e até gosto da carinha laroca. Aí está uma miúda para seguir com atenção. E aí está, também, uma música para ajudar a dissipar as brumas de Fevereiro.

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segunda-feira, fevereiro 12, 2007

 

A terra treme

Não dei pelo terramoto em Lisboa. Senti uma turbulência mas pensei que eram gases.

 

Ufa!

Deixem-me soltar um longo suspiro de alívio...

sábado, fevereiro 10, 2007

 

CONCURSOS ( 5 )

Fazendo da necessidade uma virtude, mais uma vez democracia foi «o nome que se oferece ao povo, cada vez que se sente a necessidade dele» (Rui Grácio, in Seara Nova, nº 1512, Outubro, 1971) chamando-se «democratização do ensino» a um aumento e prolongamento da escolarização, através de uma política de improvisação de escolas e professores, cuja finalidade era, apenas, o cômputo estatístico.
Contudo Veiga Simão, mesmo contra os ultras do regime (que apelidava de reaccionários ), declarava:
«Nós sentimos e sentiremos cada vez mais que temos de progredir numa campanha - a da igualdade de oportunidades (...) que significa dar aos filhos dos pobres e dos ricos as mesmas possibilidades de singrarem na vida.»
« Saber ler, escrever e contar já não é quanto basta para os portugueses ».
«Todos, em regime de igualdade de oportunidades, devem encontrar (...) as vias que garantem o seu inalienável direito à educação.»

«Desejo que se elimine de vez a errada ideia que o liceu é aristocrático e a escola técnica é do operariado » e « acabar com a aristocracia de determinados ensinos e encontrar a natural harmonia, onde o ensino técnico desempenhe o lugar a que tem direito nos quadros da vida nacional.»

«Os caminhos da educação são caminhos da liberdade, da responsabilidade e da participação consciente que é necessário trilhar para se edificar uma sociedade mais justa e mais feliz, onde todos tenham as condições de vida que a dignidade humana exige (...) A educação...é diálogo: aberto, franco, sereno, sem medo, e sem eufemismos (...) A Universidade precisa de gente qualificada, não a seleccionando por conceitos ideológicos, sectários, mas pela capacidade, pela inteligência, pela seriedade.»

Em 6 de Dezembro de 1971, J. Fraústo da Silva, Director do Instituto Superior Técnico e do Gabinete de Estudos e Planeamento da Acção Educativa - outra das cabeças clarividentes do regime - afirmava numa conferência intitulada «Prospectiva da Educação e do Acesso à Cultura », promovida pelo Instituto de Altos Estudos Militares:
«Daqui a nossa opinião, já anteriormente expressa, de que o primeiro trabalho ao encetar a revisão do sistema educativo português tenha de ser mais político do que conjuntural e táctico (...) A educação é uma forma de política e sobre ela não se podem tomar decisões que não estejam em relação com uma determinada concepção ideológica da sociedade.»

«(...) Pretende-se um sistema educativo mais flexível, menos hierarquizado, com maior liberdade na escolha curricular, mais individualizado (...) formar homens que sejam mais criadores que imitadores, num sistema em que o mérito seja recompensado sem atender à origem de cada um, mas tudo dentro de uma estrutura em que a autoridade seja preservada, mesmo quando concentrada, em exemplos extremos, unicamente nas mãos dos governos respectivos ». ) EDUCAÇÃO, Boletim do GEPAE, MEN, nº 10, 1972.

Vejamos, ainda, alguns dados relativos à educação, no «Estado Novo»:

. a percentagem do P.N.B., aplicada na educação, era das mais baixas da OCDE. Em 1970, por exemplo, gastou-se 2.97% desse produto. A despesa com a educação, por pessoa e por mês,nos últimos tempos, era de 23$00;


. quanto às instalações escolares, em 1971, mais de metade dos edifícios escolares do ensino primário, possuíam apenas uma sala;


. em 1970-71, neste nível de ensino, de 11 773 edifícios, só 54% foram «construídos expressamente» para o efeito; no ciclo preparatório do ensino secundário, em 281 edifícios, apenas 131 foram «construídos expressamente» (incluindo pavilhões pré-fabricados); no ensino liceal, de 88 edifícios só 54 «construídos expressamente»; no ensino superior, de 79, apenas 39 tinham sido «construídos expressamente»;


. cálculos para o ano lectivo de 1972-73, indicavam que 12% dos concelhos do Continente e Ilhas não dispunham do ensino directo do CPES; 5.2% frequentavam-no através da oferta privada; 3.6% frequentavam, gratuitamente, estabelecimentos particulares;


. em 1971,12% do pessoal docente do ensino primário era ainda constituído por regentes, isto é, professores sem qualquer habilitação para o ensino, e ao monitor da Telescola apenas se exigia o 7º ano liceal;


. o nível de preparação dos alunos das Escolas Normais, no momento da entrada, era o mais baixo da Europa;

As taxas de escolarização, em 1969-70, eram estas: ensino infantil, 3%; ensino primário elementar, 100%; ensino complementar do ensino primário e CPES, 71%; ensino liceal, 20%; ensino superior, 3%.


Como se observa, além da escolaridade obrigatória de 6 anos ser a mais baixa de todos os países da OCDE, esta encontrava-se garantida, apenas quanto às quatro primeiras classes, a acreditarmos nas estatísticas. O ensino secundário cobria cerca de 1/5 da população escolarizável. As percentagens do ensino infantil e do ensino superior (equivalentes), denunciam a origem social da maior parte dos alunos que os usufruem.

A rendibilidade escolar apresentava, em 1970-71, as seguintes percentagens: 37.5% de reprovações na primeira classe; 25 548 alunos na quarta classe com mais de 13 anos; 47% de reprovações no ensino liceal.


Relativamente ao ensino superior, a rendibilidade era também bastante baixa.

Cerca de 100 000 alunos com deficiência frequentavam classes do ensino primário elementar, sem qualquer tipo de apoio especializado.


Atente-se, ainda, a título de exemplo, nestes outros indicadores, relativos a 1974 - uns e outros (seguramente ) responsáveis pela queda inevitável do regime:

- 1 médico para cerca de 1100 pessoas;
- 1 enfermeiro para 2 290 habitantes;
- 29.8% de nascimentos sem assistência médica;
- taxa de mortalidade infantil de 59.2%;
- 23.8% de mortes por tuberculose;
- existência de apenas 346 pediatras;
- 12% das habitações não tinham cozinha;
- 58% não tinham casa de banho;
- 72% não tinham electricidade;
- 80% da população não tinha esgotos;
- 25% da população ( cerca de 2 500 000 ) vive em barracas;
- 1/3 não dispõe de água ao domicílio;
- 60% não dispõe de um sistema de recolha de lixos;
- 80% dos rendimentos familiares são inferiores a 3 500$00;
- 1 184 227 emigrantes, legais e clandestinos (de 1960-71).

Em 1974, o País agonizava, politicamente.

Portugal encontrava-se isolado e «orgulhosamente só».

A teimosia de manter uma guerra colonial, ao longo de treze anos, um Orçamento do Estado prioritariamente direccionado para as Forças Armadas que combatiam no «Ultramar», um exército desmotivado, cansado e desiludido, uma juventude cada vez mais inquieta e contestatária, um Povo sofrido e revoltado, fizeram ruir um regime ditatatorial de tipo fascista, que se auto-legitimava na farsa eleitoral, no controle total da informação, na polícia política, na censura prévia, nos tribunais plenários, na limitação imposta pela força dos direitos humanos e de cidadania dos portugueses.

Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, uma enorme sublevação popular, liderada por oficais contestatários das Forças Armadas, derrubaram o regime, instituíram a democracia e devolveram aos portugueses o direito de voltar a ser cidadãos na sua própria terra.



sexta-feira, fevereiro 09, 2007

 

CONCURSOS ( 4 )

Neste período da História recente de Portugal - Estado Novo-, foram, todavia, tomadas algumas medidas de inegável alcance educacional:

. criação da Universidade Técnica de Lisboa, em 1930, agrupando escolas já em funcionamento;
. criação do Instituto de Alta Cultura, em 1936.

Mas a situação era confrangedora: em 1930, o analfabetismo situava-se nos 67.8% e em 1950 era ainda de 45%. O número de escolas primárias passou de 7 000 (1927) para 10 800 (1950), enquanto o número mínimo de crianças para a criação de uma escola e lugar de professor subiu, em 1931, de 30 (na República) para 40-45 no «Estado-Novo».

Os professores primários , de 8500 (1927), não aumentaram para mais de 14 000 (1950). A instrução secundária e técnica, no entanto, mereceu mais cuidado e registou um significativo aumento dos seus efectivos escolares: de 32 000 (1926), passou para 95 000 (1950).

Na década de 50, a estratégia do «Estado Novo» permitiu (entenda-se: foi forçada) uma revisão do lugar da educação no mapa das prioridades.
Começa a tornar-se imperioso o desenvolvimento económico, perante as perspectivas, cada vez mais nítidas, de uma integração no bloco europeu.

Esboça-se o que mais tarde as «trombetas agónicas» do regime hão-de proclamar como «democratização do ensino».

Esta mudança de atitude encontra eco, também, nas influências europeias. Entre as duas guerras mundiais, na verdade, «o sucesso ideológico» de uma certa concepção de oportunidades, coincidindo com as «necessidades da economia», provocou determinadas decisões políticas.

Ora, é exactamente nesta linha que o Ministro da Educação Nacional, Leite Pinto, afirma em 1959: «(...) é impossível enveredar pela industrialização e pela mecanização agrícola com operários que sabem apenas ler, escrever e contar .»

Mais tarde, em 1961, afirmaria: « (...) Há, no entanto, outros factores inesperados que modificaram as ideias arraigadas durante os séculos em que o homem produzia com as ferramentas que lhe prolongaram a mão. São os que advieram da necessidade de preparar os jovens para exercerem variadíssimas profissões onde o homem «opera» por intermédio de máquinas.»

Como afirmou Francisco Xavier de Oliveira, estrangeirado do século XVIII, referindo-se ao seu País: «são temas das necessidades da economia e da meritocracia que chegam até nós, com o nosso atraso habitual de relógio atrasado pela Inquisição ».

O início da construção das Cidades Universitárias de Coimbra (1948) e Lisboa (1953), assim como a Fundação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1946), são elementos de uma nova política.

O ensino superior progrediu: 9 666 estudantes em 1940-41, 35 933 em 1966-67.

A Faculdade de Letras do Porto reaparece, em 1961, depois de, na mesma cidade, ter surgido uma nova Faculdade de Economia, em 1953.

Apesar disto, o ensino superior não deixou de ser visto com menos desconfiança e «sujeito a expurgações periódicas que o privavam de alguns dos seus melhores valores e impediam o recrutamento e promoção de pessoal qualificado, por razões extra e anti-científicas, concecendo-se as maiores facilidades a apoios aos filhos e amantes do regime, criando dificuldades aos estudantes, professores e investigadores inteligentes e honestos, promovendo-se sábios de banalidades e doutores compiladores ou deturpadores do alheio». In HISTÓRIA DE PORTUGAL, Vol. II, 324.

É um facto, também, que nunca a Mocidade Portuguesa conseguiu instalar-se dentro das Universidades e, a partir da década de 60, os estudantes começaram a movimentar-se e a organizar-se, cada vez mais inconformados.

Promoveram-se «campanhas de educação de adultos» e de efectivação da escolaridade obrigatória, em 1953 e 1956. Os seus objectivos, contudo, visavam mais a propaganda do que uma verdadeira reforma da sociedade portuguesa.

O analfabetismo baixou, contudo, de 38.1% (1960) para 30% (1968).

O número de escolas primárias subiu de 11 500 (1960) para 18 000 (1968).

A escolaridade obrigatória passou de 3 para 4 anos, em 1960 e para 6 anos, em 1967.

A frequência da instrução secundária e técnica subiu de 79 920, em 1940-41, para 334 432, em 1966-67.
Ainda quanto ao ensino primário, a sua frequência passou também de 906 698 alunos, em 1940-41, para 947 651, em 1966-67.
Entretanto, o quadro educacional do País continuava desolador.
O mais «liberal» do governo «liberalizante» foi o Ministro da Educação, Veiga Simão. No plano da sobrevivência económica e política do regime, foi-lhe confiada uma função espectacular: nada mais nada menos do que a «democratização do ensino».

Esta pretendia ser uma resposta às lutas estudantis, às aspirações do povo, procurando acreditar Portugal entre as Nações.


quarta-feira, fevereiro 07, 2007

 

CONCURSOS ( 3 )

Ainda a propósito do Concurso «Os Grandes Portugueses»...

Vejamos, a título de exemplo, alguns espantosos fragmentos sobre educação proferidos ou escritos pelos «teóricos» e «intelectuais» do «Estado Novo»:
«Portugal não necessita de escolas (...) ensinar a ler é corromper o atavismo (...) Na nossa terra há alguns espíritos sem preparação mental que se interessam pela obrigatoriedade do ensino primário, como se fosse uma das primeiras necessidades fisiológicas do povo.» João Amaral, in « A VOZ » (citado por Rui Grácio)
«Uma reforma legislativa, inspirada por um belo ideal democrático, mas que devia comportar, ao contacto com os factos, graves inconvenientes, abriu o acesso do ensino secundário aos filhos das classes inferiores (...) Importa, antes de mais nada, pôr fim a esta superprodução legal de forças intelectuais, porque é um factor de déclassement social, porque dá origem a esta multidão de semiproletários, una saídos da massa operária, e que jamais se tornarão burgueses, e outros vindos do alto, e que nunca se resignarão à sorte dos simples trabalhadores, todos profundamente desolados e inclinados à revolta (...) Será indispensável moderar as aspirações desrazoáveis que impregnam o espírito dos pobres e dos humildes, será preciso destruir essa grande ilusão de que a cultura dá infalivelmente riqueza e poder.» Eusébio Tamagnini, Ministro da Educação Nacional
«Que se afixem nas Escolas Primárias, Liceus, Bibliotecas, etc., quadros morais com frases como a seguinte: advogados sem causa, médicos sem clientela, arquitectos sem trabalhos, a vossa instrução nem sempre vos servirá para combater a adversidade, ao passo que um bom ofício salvou sempre o operário corajoso, permitindo-lhe afrontar a inclemência da sorte.» Decreto-Lei nº 22 040
«Ensinar o povo português a ler e a escrever, para tomar conhecimento das doutrinas corrosivas de panfletários sem escrúpulos (...) é inadmissível. Logo concluo eu: para a péssima educação que possui e para a natureza da instrução que lhe vão dar, o povo português já sabe demais. (...) Um dos factores principais da criminalidade é a instrução.» Alfredo Pimenta, in «A Voz» (citado por Rui Grácio)
«O Mestre não é um burocrata, mas um modelador de almas e de portugueses. Quem, por aberracção o não quiser ser, haverá de retirar-se.» Carneiro Pacheco, Ministro da Educação Nacional, 1936
«(...) O professor deve em geral ser um apóstolo, e particularmente é preciso que o seja quando é chamado a colaborar através da escola em alguma obra social ou mesmo política que exprima o idealismo fundamental do Estado Novo. Então não deve a sua escola ser deixada ao critério de um concurso.» Preâmbulo do Decreto-Lei nº 30 551
«Deformar o espírito de quem aprende é a maior das desgraças. É melhor deixá-los analfabetos, do que com o espírito deformado. (...) Se nós queremos entregar esses 1 600 000 analfabetos nas mãos de qualquer professor, esses homens podem vir a transformar-se em inimigos da sociedade.» ) Pinto da Mota, deputado, 1938
«O analfabetismo em Portugal vem de longe e isso não impediu que a nossa literatura fosse em determinadas épocas extremamente rica.» Salazar, 1938
«(...) Impregnar de espírito religioso as matérias escolares, de tal modo que a religião seja o fundamento e a coroação de todo o esforço educativo.» ) Portaria nº 22 966, de 17/10/67

 

Serenata




















Se eu pudesse e você também quisesse
Voltar ao momento antigo quando a vida era amanhã
Eu te daria uma rosa de presente
Num retrato eu escrevia "com amor, sinceramente"
Você se lembra das mãos dadas, enlaçadas
Nossas sombras projetadas nas calçadas ao luar
Primeiro sonho nunca mais é repetido
Nunca mais é esquecido
Passe o tempo que passar
...

Até pensei ir também pro estrangeiro
Mas que vou dizer lá fora?
O meu verso é brasileiro
Até pensei te escrever hoje me francês
Como vou dizer saudade?
Só existe em português.


(Musiquinha de serenata, de Sebastião Tapajós. Fera de violão, que se arrisca a escrever, vez ou outra. Foto de pescadores fazendo serenata, em uma das praias do Arapiuns, aqui pertinho de Santarém.)

terça-feira, fevereiro 06, 2007

 

Experiência

O tampão no olho esquerdo diminuiu ainda mais a minha noçao espacial... Já trombei com a mesma porta duas vezes. Mas eu não consigo ficar na cama e a dor já virou a esquina há horas. O colírio anestésico arde tanto que me faz esquecer de qualquer dor. Um instante antes da operaçao eu ainda me perguntava se aquele procedimento era mesmo necessário e se eu não podia esperar mais 30 dias pra medicaçao alternativa fazer efeito. Decidi que era válido, pela novidade da experiência. Calázio parece nome de doença de cachorro, mas na verdade é um calo, um tipo de cisto que se forma sob as pálpebras devido ao entupimento de uma glândula. Foi o que me fez entrar pela primeira vez numa sala de cirurgia.Não sem antes descobrir que pra fazer um corte acima do olho precisava ficar despida, e, de conhecer um pouco da história de pacientes recém-saídas da mesa de operaçao. Aí veio a parte chata da brincadeira. Fura daqui, corta dali, vira a pálpebra do avesso... ai, ai... entrei rindo e contando piada pro doutor, saí com uma vontade de chorar em colo de mãe...

 

CONCURSOS ( 2 )

Prosseguindo com a apreciação do Estado Novo e dos Governos do Doutor Salazar, a pretexto do concurso da RTP «Os Grandes Portugueses».
Dizíamos ontem que as despesas da instrução pública, que representavam, em 1926, aproximadamente 9.3% das despesas totais do Estado, baixaram, antes da Segunda Guerra Mundial, para 8% e, em 1946, estavam reduzidas a 7%.
Foram proibidos, nos estabelecimentos de ensino, certos autores, como Eça de Queiroz. Os professores foram reduzidos a máquinas de repetição «porque era proibido pensar». O serviço é-lhes classificado pela percentagem de aprovações dos seus alunos, pondo-lhes o dilema: desonestidade ou desemprego. Fazem-se catedráticos por decreto.
Os quadros do ensino secundário foram muito reduzidos.
Os professores do Ensino Técnico, tendo a mesma preparação que os do liceu, são pior pagos. Dos mais mal pagos do mundo, não ganhando nas férias, a grande maioria, por não serem do quadro de efectivos.
O número de alunos por turma, que era de cerca de 20 a 25 (na República) passou a ir até aos 60.
O professor é também proibido de ditar apontamentos para além do que está no livro único (imposto pela Decreto nº 27 084), redigido por autores devidamente seleccionados pelo Ministro.

As provas orais foram suprimidas em 1930 e os exames passaram a ser apenas escritos, organizados pelos Inspectores na Direcção-Geral do Ensino Secundário, únicos e iguais, quer para um estudante do Minho quer para um estudante de Timor.
As professoras primárias são proibidas de casar sem autorização do Ministro. Porquê ? Porque tão mal ganhavam que só podiam casar com homem que garantisse meios de subsistência. É bem conhecida, ainda, a longa lista de professores e outros intelectuais expulsos do ensino, exilados, por razões exclusivamente políticas. Muitos deles acabariam por regressar depois de 1974.
Em 1938, um extenso parecer da Câmara Corporativa sobre um projecto de reforma do ensino primário, assinado por dois professores universitários, João Duarte de Oliveira e Gustavo Cordeiro Ramos (presidente da Junta dos Altos Estudos) e Júlio Dantas (presidente da Academia das Ciências), relatava:

«Encontramo-nos em presença - segundo as estatísticas - de 750 000 crianças em idade escolar, de que pouco mais de 200 000 sabem ler; de 480 000 crianças de pré-escolaridade, a que não podemos oferecer a necessária assistência infantil; de considerável percentagem de iletrados adolescentes e adultos, que não só a deficiência da rede escolar, mas determinadas circunstâncias de ordem económica e social - mormente no que respeita às populações rurais - têm excluído os benefícios da educação, e dos quais cerca de 800 000 ainda estão em idade de aprender (...).Mas também não é com agentes de ensino, destituídos da necessária formação profissional, nem com escolas construídas e distribuídas ao acaso que se domina o problema da educação popular (...) Grande parte do nosso povo, pela sua riqueza intuitiva e, sobretudo, pelas condições da sua existência e da sua actividade, não sente necessidade de saber ler (...) Deverá, com efeito, ensinar-se o povo a ler ?, ou melhor, deverá impôr-se a escolaridade obrigatória àquela porção das populações rurais que não sentem necessidade da cultura? (...) Ler, escrever e contar; compreensão dos factos simples da existência ambiente; educação moral; culto da pátria; eis o primeiro grau do ensino primário, como o Governo clarividentemente o concebe.»
Referindo-se à mudança de nome do Ministério da Instrução Pública para Ministério da Educação Nacional, em 1940, Vitorino Magalhães Godinho diz que isso « significou essencialmente a subordinação de todo o ensino aos fins políticos que o Estado desde então se marcava, norteado pelo nacionalismo e corporativismo, e à obra de doutrinação religiosa (entenda-se: católica) que, com base em acordos formados, passava a incumbir à escola pública como à privada.»
Das preocupações e prioridades do «Estado Novo», esclarece-nos também o facto de, em 1946, a verba atribuída a toda a instrução primária no País ter sido inferior em mais de 10 000 contos à verba ordinária da segurança pública (Polícias e GNR ).
Quanto à ideologia desta política anti-cultural, Salazar ditava: « São as ideias que governam e dirigem os povos a são os grandes homens que têm as grandes ideias (...).»

 

Parabéns

Não sei se atrasados, ou se muito atrasados... a data precisa eu não lembro, mas já são 3 anos. E há tanto que não apareço! Nem reparava que cresceu. Um blog feito, praticamente adulto, não fossem os repentes infantis de seus escritores que teimam em deixá-lo tão pro canto, pobrezinho... Primeiro foi falta de tempo, depois vieram outras tantas faltas de assunto, de coragem , de vontade, que eu acabei por me ausentar deste espaço sem nem me despedir com um aceno de mão...E aqui estou outra vez, com um desavergonhado Parabéns, sem presentes, nem bolo, nem figuras bonitas, que hoje não estou muito animada a pesquisar entre os arquivos... mas com muitas saudades, amor e ócio...

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

 

CONCURSOS ( 1 )

Parece que o Doutor Salazar lidera as opiniões do concurso da RTP «Os Grandes Portugueses». Não vamos discutir os critérios, as regras ou o formato do concurso. Preocupa-me apenas uma certa "consciência" dos "eleitores" que tem vindo a ser objecto das maiores conjecturas sobre o fenómeno. Não voto neste tipo de concursos, mas não posso deixar de referenciar alguns aspectos relevantes do Estado Novo, que surge agora no auge da preferência dos telespectadores da RTP.

Na verdade, um dos aspectos que assumiu a nova política do «Estado Novo» foi a anti-cultura, no sentido de eliminar projectos e realizações da República.

Em 1926, é extinto o ensino primário superior, criado pela 1ª República, que ia dos 12 aos 15 anos e era facultativo.

Em 1927, o ensino primário foi dividido em elementar (7-11 anos) e complementar (11-13), mas a regulamentação do respectivo decreto só abrangia o elementar.

Em 1928, é encerrada a Faculdade de Letras do Porto, aquela que tinha melhor corpo docente e melhores valores oferecera ao País, no campo filosófico e cultural.

As Faculdades de Farmácia de Lisboa e Coimbra são reduzidas a simples escolas que preparem apenas farmacêuticos.

É dissolvido o Instituto Superior de Direito de Lisboa.

Acabou-se com a Escola Normal Superior que preparava os professores do liceu, substituindo-a por um curso anual de Ciências Pedagógicas, integrado na Faculdade de Letras.

Em 1930, são extintas as escolas móveis substituídas pelas chamadas «escolas incompletas» (três classes), e é extinta a Associação de Professores de Portugal.

O ensino primário elementar é dividido em dois graus: o primeiro até à 3ª classe e é obrigatório; o segundo, a 4ª classe, é facultativo. Esta situação manteve-se até 1956 para o sexo masculino e 1960 para o sexo feminino.
Em 1931, são fundados os postos escolares. Confiados a regentes, às vezes semi-analfabetas, com vencimentos reduzidos e que ministravam, na sua maior parte, apenas até à 3ª classe - ensinavam a ler, escrever e contar.

Em 1932, é abolido o ensino primário complementar, confirmando-se, por lei, o que já se vinha observando na realidade..

Em 1933, é também extinta a Faculdade Técnica do Porto, bem como o Sindicato dos Professores Primários e a Associação do Magistério Secundário.

De 1936 a 1942, foram encerradas as Escolas do Magistério Primário.

O Decreto-Lei nº 27 279 de 24/11/36, expressa no seu preâmbulo: «Afirma-se, desde já, pondo termo a entorpecedoras utopias e aspirações ilegítimas, ainda que de simpático bairrismo, que o problema da Educação Popular só pode ser resolvido por meio da maior difusão de postos escolares, forma embrionária de Escola Elementar. Instalado, como está, em edifício próprio, regido por quem possua idoneidade comprovada na falta de um diploma tantas vezes só decorativo, ministrado o ensino por todo o ano lectivo e fiscalizada a sua acção, o Posto Escolar será a escola aconchegada da terra pequenina, onde outra maior se tornaria desproporcionada, ao mesmo tempo que, pelo desperdício, inimiga da restante terra portuguesa ».

Para ser professor destes postos, bastava apresentar um boletim preenchido, certidão de idade, certidão de idoneidade moral ( passada pelo padre ) e a seguinte declaração: «Declaro pela minha honra que estou integrado na ordem social estabelecida pela Constituição Política de 1933, com activo repúdio do comunismo e de todas as ideias subversivas.» Depois, prestar «provas» de cultura»: um ditado de 12 a 15 linhas; um exercício de redacção que deve abranger umas 15 linhas; resolução de seis problemas de aritmética. Sem provas orais.
Um despacho ministerial de 3/12/37 ordenava: «Para o funcionamento dos postos escolares, a exigência do crucifixo é exigível desde o início (...) ». O crucifixo era ladeado pelos retratos de Salazar e do Presidente da República.
Em 1937, são extintas as escolas do ensino oficial infantil ( entregues à Obra das Mães ), a Sociedade de Estudos Pedagógicos, e o ensino obrigatório é reduzido de quatro para três anos.

As despesas da instrução pública, que representavam, em 1926, aproximadamente 9.3% das despesas totais do Estado, baixaram, antes da Segunda Guerra Mundial, para 8% e, em 1946, estavam reduzidas a 7%.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

 

O verdadeiro referendo

Concorda com a despenalização de Anderson Polga, se realizada por opção do Sporting Clube de Portugal, nas primeiras 72 horas, pelo Conselho Disciplinar da Liga de Clubes de Futebol Profissional?
(Enviado pelo José Bastos)

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